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Você sabe o que é codependência? Será que você é um codependente?
Você já se sentiu preso em uma relação que gerava uma sensação de dependência excessiva quanto à outra pessoa?
23/03/2023
Se já, saiba que isso é um transtorno chamado de codependência emocional e pode gerar prejuízos sérios para a sua vida.
Trata-se de uma condição que submete um indivíduo a aceitar comportamentos inconcebíveis e a ter que lidar com as consequências deles sem conseguir se afastar. Esse é um quadro bastante comum em famílias com dependentes químicos, por exemplo, em que pais e familiares próximos abrem mão da própria vida e sonhos para se tornarem os amparadores do ente querido.
Se, infelizmente, você se identificou ou reconheceu alguém que você gosta nessa situação, fique com a gente. Neste post, a psicóloga do Hospital Santa Mônica, Ayde Câmara, apresentará o que é a codependência emocional e o que pode ser feito para amenizar seus efeitos. Confira!
O que é codependência?
É um transtorno emocional de dependência de um indivíduo. Nele, o codependente não consegue se desvincular ou mesmo estabelecer um relacionamento saudável com uma determinada pessoa, geralmente um dependente químico. Por acreditar que depende do outro, ele se coloca em situações praticamente intoleráveis para ajudar e servir.
O termo codependência existe justamente para se referir a alguém que é dependente junto com o adicto, só que afetivamente e não das substâncias em si. Isso ocorre porque o codependente utiliza a fragilidade do outro como desculpa para se agarrar a ele, como se fosse uma espécie de cuidador integral.
Na realidade, o codependente aproveita os momentos em que o outro precisa de ajuda para se colocar como o salvador daquela pessoa. No entanto, isso tem um preço alto: ele deixa de viver sua própria vida e sonhos em função do transtorno.
Existe aí um excesso de cuidado e zelo em que a dedicação toma tanto espaço que chega a desencadear comportamentos patológicos. A pessoa se sente responsável pelo adicto e vive em função dele e da sua doença, como se fosse uma espécie de obsessão.
Quais são os principais tipos de codependência?
A codependência é diferente da dependência emocional. Ela funciona como uma erva-daninha que cresce a partir da patologia do outro. Isso significa que o codependente utiliza a adicção do seu ente como desculpa para criar uma atadura emocional que o superprotege. Existe aí uma participação conjunta.
Ainda assim, hoje existem muitas pessoas que não utilizam o termo codependência para se referir apenas à dependência atrelada a adictos. Ele também está associado a outros tipos de relacionamentos disfuncionais, como aqueles que incluem o hábito de se responsabilizar por problemas que não são seus e assim por diante. Para facilitar, separamos os tipos de codependência para que você entenda melhor cada um deles. Veja a seguir.
Codependência química
Como você já viu, a codependência química é aquilo do que viemos falando até então. Ela geralmente se apoia no vício de uma pessoa (uma fraqueza) como objeto de obsessão do codependente, fazendo com que ele deixe a própria vida de lado para tentar solucionar a patologia do outro.
Codependência afetiva
Trata-se da dependência em relação a qualquer indivíduo com uma ligação que considerada patológica dentro de um relacionamento. Basicamente, ela parte de uma extrema insegurança, de um medo acentuado de ser abandonado, além da necessidade de agradar a todo custo.
Outro fator agravante nesse caso é que até mesmo os planos e sonhos do codependente não são com base nos seus desejos pessoais, mas na vontade disfuncional de fazer com que o outro se sinta satisfeito e realizado. Portanto, é como se a pessoa anulasse a si mesma em prol de viver a verdade de outro indivíduo.
Codependência familiar
Pode estar vinculada tanto ao dependente químico quanto à codependência afetiva (entre marido e mulher, por exemplo). Nesse caso, no entanto, existe um forte sentimento de culpa ou de responsabilidade pelas decisões e acontecimentos da vida do outro.
Isso afeta a dinâmica familiar, tornando o ambiente pesado e atribuindo comportamentos obsessivos ao dependente. Se, por um lado, o codependente se prejudica por abrir mão da própria vida, por outro, ele também prejudica seu objeto de dependência por colocá-lo em uma posição de incapaz, o que pode tornar a relação sufocante.
Quais são as principais causas da codependência?
Prezar pelos seus relacionamentos, tentar se colocar no lugar do outro e fazer algumas concessões é algo natural de quem gosta. No entanto, quando isso faz com que você abra mão dos próprios sonhos e desejos, com pouco ou nenhum esforço ou interesse do outro em troca, pode ser sinal de codependência.
Ela geralmente se manifesta por meio de uma baixa autoestima e de falta de confiança em si mesmo. O medo de ser rejeitado ou de ficar sozinho é algo acentuado. Em função disso, a pessoa com codependência emocional tem comportamentos abusivos, sem sequer perceber o que está acontecendo.
Além disso, a pessoa tem em mente que a responsabilidade de resgatar o outro é dela, mas não é. Dessa forma, sempre que ocorre uma recaída ou algum outro problema, ela se sente culpada e devastada emocionalmente.
Em geral, esses transtornos se iniciam como uma tentativa de a pessoa se sentir útil resolvendo os problemas do outro e retroalimentando esse sistema. Por isso, sempre que ela tenta parar, automaticamente é acometida da sensação de que não é mais útil e, em função disso, será rejeitada.
Isso tudo também está associado a outros traumas já vividos ou situações que tenham abalado significativamente a autoestima do codependente, como relações abusivas e abandono.
É possível tratar a codependência emocional?
A codependência emocional é uma doença considerada crônica. Por isso, assim como na dependência química, é preciso que o paciente fique sempre atento às recaídas.
A boa notícia é que, no caso da codependência química, caso o adicto se recupere, o codependente também tende a melhorar e a amenizar seus sintomas. É claro que isso leva tempo e, na maioria dos casos, exige um acompanhamento profissional.
O mais importante é construir um caminho de autoconhecimento, perceber os gatilhos que desencadeiam determinados comportamentos e evitar as situações que expõem os envolvidos. Além disso, é crucial desenvolver a autoconfiança e a autoestima, algo que exige esforço e dedicação. A melhora do paciente geralmente demanda:
- psicoterapia — o paciente tem a oportunidade de trabalhar a própria autoestima, se tornando mais confiante e autêntico;
- livros de autoconhecimento — a expansão da visão do paciente sobre o problema ajuda a descobrir aquilo pelo que está passando e até mesmo a fazer com que ele redescubra quem é;
- atividades físicas — dão um direcionamento para o corpo físico e para a energia acumulada, amenizando sintomas como ansiedade e tensão.
Se estiver com a autoestima muito baixa, sem tomar suas próprias decisões ou se posicionar pelo que favorece a si próprio, além de ter que estar sempre contando uma história mental para justificar as coisas que tolera, está na hora de procurar ajuda. A negação faz parte dos sintomas, então encare o problema e perceba se as expectativas que você tem do outro não estão muito acima do que você recebe.
Conteúdo postado por Hospital Santa Monica
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