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Coluna: Imunização, sim! Por que não?!

Imunizar as crianças é prevenir doenças e contribuir para a saúde e bem-estar

03/07/2024

É preocupante constatar que o comparecimento às unidades de saúde nas campanhas nacionais de vacinação no combate a doenças graves despencou nos últimos anos.

 

Esse ano, a adesão não passou de pouco mais de 40%, índice insuficiente para garantir a barreira vacinal que se almeja. Seria por falta de informação? Improvável, já que a todo momento o tema é apresentado nos noticiários e nas redes sociais.

 

No caso das crianças, a falta de tempo dos pais que trabalham geralmente é apontada como motivo para não levar os filhos para serem imunizados, mas com certeza não é a única.

 

vacina

Imunizar as crianças é prevenir doenças e contribuir para a saúde e bem-estar Foto: Divulgação

 

Será ainda o entendimento equivocado de que as vacinas não são mais necessárias? Medo dos efeitos colaterais? Descrédito nos avanços da ciência? Ou simplesmente negligência de parte dos pais? Lembro do meu tempo de criança, quando meus pais faziam questão da imunização dos filhos. Eu mesma sempre assumi essa responsabilidade como mãe. Então, o que aconteceu? A sociedade brasileira regrediu em seus conceitos de saúde pública?

 

É preciso ressaltar que temos duas instituições científicas e de pesquisa reconhecidas internacionalmente pelo trabalho sério e competente que realizam: a Fundação Instituto Osvaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantã que devem ser motivo de orgulho para todos nós. Então, por que desacreditar a ciência e os cientistas, que tanto fizeram e tanto fazem em prol da saúde dos brasileiros?

 

 

 

Monitoramento estratégico

 

Em Jaraguá do Sul, a baixa adesão resultou na ação Monitoramento Estratégico de Vacinação, iniciado dia 1º e que se estende até 31 de julho. Nesse período, agentes de saúde percorrerão os bairros para conferir as carteirinhas de vacinação de crianças de seis meses de idade a menores de cinco anos.

A busca ativa será feita de casa em casa para identificar onde há concentração de não vacinados. A iniciativa atende o protocolo da Secretaria Estadual de Saúde e visa avaliar o risco de exposição a doenças, nesse caso, especificamente nas vacinas contra a poliomielite e o sarampo. Vale lembrar que em 2023 foi realizada uma ação semelhante, com a verificação das carteiras de crianças de zero a menores de 15 anos.

 

 

 

Fiocruz soma 124 anos de atuação

 

A Fundação Osvaldo Cruz hoje é Centro colaborador para Saúde Global Foto: Divulgação Fiocruz

 

A Fundação Instituto Oswaldo Cruz começou oficialmente em 25 de maio de 1900, com a criação do Instituto Soroterápico Federal, na Fazenda de Manguinhos, Zona Norte do Rio de Janeiro. Foi inaugurada originalmente para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica. A trajetória da Fiocruz acompanha o desenvolvimento da saúde pública no país.

 

Com o jovem bacteriologista Oswaldo Cruz, o Instituto encabeçou a reforma sanitária que erradicou a epidemia de peste bubônica e a febre amarela da cidade. A instituição científica contribuiu para a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública, em 1920.

 

Ao longo do século 20, a instituição vivenciou as transformações políticas do Brasil.  Perdeu autonomia com a Revolução de 1930 e foi foco de muitos debates nas décadas de 1950 e 1960. Com o golpe de 1964, foi atingida pelo chamado Massacre de Manguinhos: a cassação dos direitos políticos de alguns de seus cientistas. Mas, em 1980, conheceu de novo a democracia, e de forma ampliada.

Na gestão do sanitarista Sergio Arouca, programas e estruturas recriados, com a realização do 1º Congresso Interno, marco da moderna Fiocruz. Nos anos seguintes, foi palco de grandes avanços, como o isolamento do vírus HIV pela primeira vez na América Latina.

No século 21 teve seu estatuto publicado, tornando-se Centro Colaborador para Saúde Global e Cooperação Sul-Sul da OMS. Também participou do lançamento do primeiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em parceria com o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Fonte: portal.fiocruz.br).

 

Instituto Butantan

 

Instituto Butantan produz mais de 80 milhões de doses da vacina contra a gripe (influenza) por ano. Foto: Upload.wikimedia.org

 

O Instituto Butantan é  um centro de pesquisa científica e produção de imunobiológicos localizado no bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo, junto ao campus Cidade Universitária da Universidade de São Paulo. É uma instituição pública ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, do Governo do Estado de São Paulo desde a fundação. É considerado um dos principais centros científicos do Brasil e do mundo.

Fundado em 23 de fevereiro de 1901 como “Instituto Serumtherapico”, hoje é responsável por grande parte da produção de vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde e quase a totalidade dos soros hiperimunes utilizados na rede pública de saúde para tratar acidentes causados por serpentes, aranhas, escorpiões e toxinas. O Butantan produz por ano mais de 80 milhões de doses da vacina contra a gripe (influenza), disponibilizadas à população na Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Durante a pandemia, em parceria com a farmacêutica Sinovac Life Science, do grupo Sinovac Biotech, o Instituto Butantan realizou a produção da vacina CoronaVac, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial contra o coronavírus (COVID-19).  (Fonte: https://butantan.gov.br).

 

 

 

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Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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