A adoção de criptomoedas no Brasil cresceu tanto ao ponto de instituições de ensino começarem a incorporar o tema em suas grades curriculares. A Universidade de Brasília (UnB), por exemplo, anunciou a criação de uma disciplina dedicada ao estudo do Bitcoin e de sua tecnologia subjacente, a blockchain.
Essa iniciativa representa é muito importante para o ensino superior brasileiro, que passa a ofertar formação especializada em um mercado em expansão. Há cada vez mais opções e as criptomoedas mais promissoras podem encontrar um público mais preparado e com o conhecimento necessário para aproveitar essas oportunidades.
O aumento do interesse por ativos digitais no país pode ser observado em números: segundo dados da Receita Federal, há mais de 6 milhões de brasileiros declarando posse de criptoativos no Imposto de Renda. Essa cifra representa um crescimento enorme em relação aos anos anteriores, quando o conceito de criptomoeda ainda era restrito a grupos mais especializados em tecnologia.
Essa difusão da cultura cripto se tornou mais evidente em 2021, quando o valor de mercado do Bitcoin atingiu sucessivos recordes e chamou a atenção da mídia tradicional. Com o passar do tempo e o surgindo de novos projetos com múltiplos benefícios, o mercado se estabeleceu ainda. O BTC e outras criptos atingiram novos recordes em 2024 e 2025.
Outro dado que ilustra a expansão do mercado brasileiro é a amplitude do volume de negociações de ativos digitais. De acordo com o Banco Central do Brasil, a circulação de moedas digitais no país tem crescido em paralelo à adoção de métodos de pagamento alternativos, como carteiras digitais e fintechs.
E as stablecoins são as preferidas dos brasileiros para transações e pagamentos. E, embora as criptomoedas não sejam emitidas por uma autoridade monetária central, o nível de regulamentação e monitoramento por parte das autoridades financeiras brasileiras tem aumentado gradativamente para garantir maior segurança e transparência nas transações.
A disciplina da UnB foi anunciada por meio de uma nota divulgada pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), ressaltando que se trata de um curso com 60 horas de duração. Batizado como “Bitcoin – aspectos técnicos e implementação do protocolo”, o programa será oferecido aos alunos dos cursos de engenharia elétrica, engenharia de redes, engenharia mecatrônica e bacharelado em ciência da computação.
A iniciativa busca capacitar os futuros profissionais tanto do ponto de vista teórico quanto prático, incluindo detalhes de implementação, segurança de rede e desenvolvimento de aplicações na blockchain. O responsável por ministrar as aulas é o professor Edil Medeiros, docente da Faculdade de Tecnologia da UnB e instrutor na organização Vinteum, que se dedica ao fomento do Bitcoin no Brasil e em toda a América Latina.
A proposta do curso não se limita a explicar o funcionamento do protocolo, mas também a contextualizar o papel das criptomoedas no cenário financeiro global. Ou seja, os alunos terão contato direto com o que há de mais recente em termos de pesquisa acadêmica e aplicação real de tecnologias criptográficas.
Essa abordagem que dialógica entre teoria e prática tende a ser um diferencial, pois, em um mundo cada vez mais digitalizado, a formação acadêmica que envolve blockchain, criptoeconomia e aspectos de segurança cibernética tem se tornado essencial. Ainda que o curso seja um piloto voltado ao Bitcoin, a possibilidade de futuramente ampliar o escopo para outras criptomoedas permanece em pauta.
O avanço de tecnologias descentralizadas tem sido tema de debates em diversas esferas, sejam governamentais, sejam privadas. Universidades reconhecidas mundialmente, como o MIT (Massachusetts Institute of Technology) e a UC Berkeley (University of California, Berkeley), também oferecem disciplinas e workshops focados em criptoativos e blockchain.
Essas instituições reforçam que compreender o Bitcoin e suas derivações não se restringe apenas a saber investir; envolve uma imersão em áreas como criptografia, economia descentralizada, governança digital e cibersegurança. No caso do Brasil, a adoção de disciplinas que abordam cripto tem ganhado tração nos últimos anos.
Enquanto a Trevisan Escola de Negócios oferece um MBA em criptoativos, a FGV EESP disponibiliza um “Mestrado Profissional em Criptofinanças”. Ademais, a FMU conta com dois cursos tecnólogos voltados à temática de blockchain e criptografia digital. Tudo isso ressalta o quanto as instituições buscam atender à demanda do mercado e formar profissionais habilitados a lidar com tecnologias emergentes.
Para os estudantes, é ainda mais atrativo porque abre portas para diversas possibilidades de carreira. Seja atuando diretamente em startups de criptomoedas, em empresas de tecnologia, no setor de finanças tradicionais ou até mesmo na indústria de jogos e entretenimento, a expertise em ativos digitais se torna um trunfo.
Por isso, unir teoria e prática por meio de disciplinas específicas é uma estratégia eficiente de preparar talentos para desafios futuros. A preocupação com a formação acadêmica em cripto não é exclusividade do Brasil. Diversas instituições têm tomado iniciativas semelhantes.
A London School of Economics and Political Science (LSE), por exemplo, oferece disciplinas sobre finanças digitais e criptomoedas, enquanto a Stanford University organiza cursos voltados à tecnologia blockchain e seu impacto na inovação. Grandes conglomerados financeiros já investem em pesquisa e desenvolvimento de soluções em blockchain, seja para otimizar sistemas de pagamentos, seja para oferecer novos produtos e serviços.
E a academia, em resposta, se alinha a essa tendência para promover discussões críticas e formações adequadas aos perfis dos estudantes atuais.
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