Tradição do Pinzòt é revivida no primeiro dia do ano na região alta de Massaranduba

Tradição do Pinzòt – Uma tradição centenária será revivida no dia 1º de janeiro, vinda do Norte da Itália com os imigrantes. Na Colônia do Vale do Rio Luiz Alves teve início a Comunidade 2º Braço do Norte, que hoje é território de Massaranduba, onde os moradores são, em sua maioria, descendentes de imigrantes Italianos, na sua maior parte de Vallada Agordina, província de Belluno, Itália, que chegaram na colônia no final do Século 19.

A Colônia foi implantada em plena floresta tropical e com muitas dificuldades eles construíram suas casas (choupanas com madeiras roliças para a estrutura, ripas do tronco das palmeiras para fechar as paredes e palhas de folhas da floresta para a cobertura, tudo amarado com cipó, corda que era encontrada com abundância na floresta) e deram início a colonização da região.

Foto: Banco de Imagens JDV 01/01/2018.

Por muitas décadas, em função da completa falta de infraestrutura a Colônia se manteve isolada, então eles organizaram as igrejas para a comunidade e as escolas para seus filhos, mantiveram por muito tempo o dialeto de sua terra natal na Itália, (canalin), para os cultos nas igrejas e para o ensino básico nas escolas.

Mesmo com as imensas dificuldades que encontraram para se adaptar e sobreviver a nova realidade em um país completamente diferente da realidade de sua terra natal, eles preservaram muito da sua cultura e costumes. Na região, ainda nos dias de hoje encontramos muitas das tradições que os antepassados trouxeram da Itália, dentre elas o Pinzòt, (em português a pronúncia é, Pinssot).

Foto: Banco de Imagens JDV 01/01/2018.

A Tradição do Pinzòt

No primeiro dia do ano, bem cedo, as crianças do 2º Braço, como também do Braço Direito, Sete de Janeiro, Santa Luzia, Braço Seco e outras, como também os adultos passam de casa em casa para desejar feliz ano novo, e cantam ¨Bom dia, bom princípio do ano¨. No dialeto também e usado o ¨Bom di bona man a mi¨.

No início da Colônia a tradição de dar um pinzòt, que era um doce para as crianças e para os adultos, um bicchiere (copo) de cachaça se manteve por muitos anos, mais tarde foram introduzidas guloseimas como pipocas, balas, chocolates, mas ainda é comum famílias mais tradicionais que mantém a cultura de presentear os pedintes com doces pintados e alguns dão até alguns trocados.

Foto: Banco de Imagens JDV 01/01/2018.

É bonito ver as crianças percorrendo as estradas da região alta de Massaranduba desejando bom ano aos moradores, retornando às suas casas carregadas de guloseimas, que são preparadas previamente pelas famílias.

Com a colaboração de José Valdir Ronchi, exclusivo para o Jornal do Vale do Itapocu.
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