Saúde

SUS substituirá papanicolau por exame mais avançado ainda este ano

Novo teste de DNA-HPV tem maior sensibilidade e permitirá rastreamento com intervalo de cinco anos

26/03/2025

O Sistema Único de Saúde (SUS) iniciará, ainda este ano, a substituição gradual do exame citopatológico papanicolau pelo teste molecular de DNA-HPV para detecção do vírus causador do câncer do colo do útero. Com a mudança, o intervalo entre as coletas será ampliado para cinco anos, caso o exame não detecte a presença do vírus. A faixa etária para realização do rastreamento preventivo permanece entre 25 e 49 anos.

 

A medida faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero, apresentadas nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). A proposta já foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), restando apenas avaliação final da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde para a implementação oficial.

 

 

 

Imagem ilustrativa

 

 

 

O HPV (papilomavírus humano) é responsável por mais de 99% dos casos de câncer de colo do útero, o terceiro tipo mais incidente entre as mulheres no Brasil, com cerca de 17 mil novos casos anuais. Especialistas apontam que a combinação de vacinas e rastreamento organizado pode levar à erradicação da doença em até 20 anos.

 

 

 

Vantagens do exame molecular

 

 

Desde 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o teste molecular de DNA-HPV como exame primário para detecção do vírus, devido à sua maior sensibilidade e eficácia na redução de casos e óbitos. O exame também permite identificar o subtipo do vírus presente, o que possibilita um acompanhamento mais preciso.

 

 

Segundo o pesquisador do Inca, Itamar Bento, a confiabilidade do exame permite um espaçamento seguro entre as coletas: “O teste DNA-HPV tem um valor preditivo negativo muito forte, ou seja, se a pessoa tiver resultado negativo, podemos confiar nesse resultado. E, conhecendo a evolução das lesões, é seguro aguardar cinco anos para um novo teste”.

 

 

 

Rastreamento organizado e acesso

 

A nova diretriz também prevê a implementação do rastreamento organizado, no qual o sistema de saúde busca ativamente as pacientes, garantindo acesso ao diagnóstico e tratamento. Dados do Sistema de Informação do Câncer indicam que, entre 2021 e 2023, apenas três estados alcançaram 50% de cobertura do papanicolau, enquanto outros estados não atingiram esse patamar ou não possuem dados completos.

 

Itamar Bento explica que o protocolo estruturado agilizará o atendimento: “Se o teste detectar um subtipo oncogênico, como o HPV-16 ou HPV-18, a paciente será encaminhada diretamente para colposcopia e, se necessário, para tratamento imediato”.

 

 

 

Inovações no acesso ao exame

 

As diretrizes também incluem duas inovações importantes:

 

  1. Autocoleta – Disponibilização do teste para populações de difícil acesso ou que resistem ao exame realizado por profissionais de saúde.
  2. Inclusão de pessoas transgêner o, não binárias e intersexuais – O novo protocolo inclui diretrizes para atendimento desses grupos, garantindo acesso igualitário ao rastreamento.

 

 

Com a implementação dessas medidas, o SUS dará um grande passo na prevenção e combate ao câncer de colo do útero, promovendo um rastreamento mais eficiente e acessível.

 

 

 

 

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Por

Relações Públicas RP 4173 Editora, redatora. e pós-graduanda em Copywriting e Escrita Criativa

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