Jornalista a 47 anos escrevendo a história de Jaraguá do Sul e do Vale do Itapocu, com credibilidade.
Com a coordenação da diretora executiva da Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali), Juliana Horongozo Demarchi, foi criado o grupo Movimento Econômico (Movec), responsável pela compilação, estruturação e análise dos dados de movimento econômico da microrregião.
A base de dados é oriunda do movimento e atividade econômica chamado de Valor Adicionado, que é informado mensalmente pelas empresas junto ao Sistema de Administração Tributária, da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina.
O grupo concluiu a consolidação dos dados dos sete municípios da microrregião e já prepara as informações de cada município, individualmente.
O Movec tem a participação, também, na área de análise microeconômica, de José Antônio Lourenço e Mateus Silvestrin e, na análise macroeconômica, de Jorge Henrique Brognoli.
O Valor Adicionado refere-se à diferença entre o valor total dos bens ou serviços produzidos por uma empresa e o valor dos bens e serviços que ela comprou de outras empresas para produzir esse resultado.
É uma métrica econômica que busca mensurar a contribuição específica de uma empresa para a economia, destacando o valor que ela adiciona ao processo produtivo.
Valor adicionado, que serve de repartição do ICMS, alcança R$ 19,4 bilhões no Vale
Em Santa Catarina, estabeleceu-se que 85% do ICMS pertencente aos municípios devem ser divididos segundo o valor adicionado e 15% em partes iguais a cada um dos municípios.
A partir de 2022, com a alteração dos critérios para repartição do ICMS entre os municípios, o VA passou para 75%, e 10% corresponde ao ICMS Educacional e 15% continua sendo dividido igualitariamente entre as 295 cidades catarinenses.
O Vale do Rio Itapocu sempre tem se posicionado entre regiões que mais geram VA. Em 2021 ocupava o sétimo posto e em 2022 passou para sexta posição.
Com relação ao crescimento do valor adicionado, o do Estado foi de 20,57%, sendo que a região da AMVALI ficou atrás apenas da região da AMERIOS (Associação dos Municípios do Entre Rios), no Oeste.
Essa associação tem 17 municípios. Importante ressaltar que o desempenho da economia dos municípios do Vale do Itapocu, no ano de 2022, foi positivo. Veja:
Dentre os municípios, o maior destaque coube a Barra Velha, com um crescimento de 43,05%, seguido de Jaraguá do Sul com 39,35%. Em contrapartida, o baixo desempenho de Guaramirim, com um crescimento de apenas 4,79%, naquele ano, surpreendeu.
Atividade industrial representa mais de 62% da participação
O valor adicionado é o resultado de quatro setores da economia a saber: comércio, indústria, extrativismo, produção primária e serviços. Cada setor tem um grau de participação no total, mas apresenta crescimento diferente em cada atividade.
O valor adicionado de maior impacto na região é o da atividade industrial que representa um total de 62,16%, seguido do comércio com 28,97%.
O crescimento da atividade industrial teve um aumento de 39,90% e o comércio com 29,57%.
É importante ressaltar que nestas atividades não estão consideradas as empresas do Simples Nacional que tem apenas inscrição de CNPJ e da prefeitura de cada município. Empresas do Simples Nacional que tem inscrição estadual constam nesses valores.
No conjunto econômico da microrregião foram declarados um total de 187 tipos de atividades, sendo que as 25 mais representativas têm um volume de 83% de participação no valor adicionado total.
Três setores são responsáveis por mais de 60% das riquezas
A economia do Vale do Itapocu é bem diversificada, embora haja predominância de três setores como fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos, capitaneado pelo desempenho do grupo WEG com 21,73% de participação,
seguido das atividades somadas das empresas do setor do vestuário, tecidos de malha e artefatos têxteis que pode ser considerado um cluster têxtil, com 14,61%.
Não menos importante as atividades relativas ao comércio de diversos gêneros que, somadas, totalizam uma participação de 24,37%.
Essas três atividades representam uma participação de 60,71% na formação do valor adicionado da região.
No caso dos municípios, esses percentuais de participação se modificam, como é o caso da importância da WEG para Jaraguá do Sul, da Havan para Barra Velha e da Petrobrás para Guaramirim.
Em Santa Catarina, o IPM (Índice de Participação dos Municípios) no ICMS é considerado uma importante ferramenta de distribuição de recursos entre os municípios, pois leva em conta as diferenças socioeconômicas e geográficas entre as regiões do estado.
O IPM do ICMS em Santa Catarina é calculado anualmente pela Secretaria de Estado da Fazenda com base em critérios como a movimentação econômica do município, a área territorial, a população, entre outros.
Esse cálculo é realizado com o objetivo de promover a justiça fiscal e a equidade na distribuição dos recursos do ICMS entre os municípios catarinenses.
O índice resultante para ser utilizado em 2024 foi calculado a partir do valor adicionado em 2022 conforme segue:
Observa-se que apesar de ter havido um forte crescimento do VAICMS nos municípios da região, e com Guaramirim crescendo bem menos, o valor do IPM para três municípios da região foi de crescimento negativo.
Os fatores que levaram a tanto podem e devem ser analisados caso a caso, mas uns dos fatores foi o crescimento de outros municípios em SC.
O grupo de trabalho da AMVALI irá avaliar caso a caso o impacto no IPM e suas consequências, em novo estudo.
Transferências constitucionais cresceram 9,69% no ano passado
As transferências constitucionais são repasses de recursos financeiros realizados entre entes federativos no Brasil, conforme o que está estabelecido na Constituição Federal.
As transferências constitucionais têm o objetivo de redistribuir recursos financeiros entre os entes federativos de forma a reduzir as desigualdades regionais e promover o equilíbrio socioeconômico no país.
As transferências do ICMS, FUNDEB e FPM representam para as prefeituras da região da AMVALI um total de 85,54%, porém, estes percentuais variam de município para município.
A variação dessas receitas do ano de 2023 versus 2022 por prefeitura se deu da seguinte maneira:
O resultado do IPCA no Brasil encerrou 2023 em 4,62%, com um crescimento de 9,69% sobre o ano anterior (2022), ganho real de 5,07% na entrada de recursos relativo as transferências constitucionais na microrregião.