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SCHROEDER 60 ANOS: Resgate da história como alicerce do futuro

Schroeder possui uma história que se entrelaça com o processo de colonização germânica e italiana, marcada pela dedicação ao trabalho agrícola e pela busca incessante por autonomia e progresso

03/10/2024

Comemorar os 60 anos de emancipação política de Schroeder é mais do que uma simples celebração de datas e acontecimentos. É um exercício de resgate da história e de reconhecimento do caminho trilhado por uma comunidade que, unindo tradição e trabalho, consolidou um presente de prosperidade e um futuro promissor. Este resgate é fundamental não só para honrar a memória dos pioneiros que desbravaram essas terras, mas também para construir um desenvolvimento sustentável que respeite a identidade e as riquezas naturais do município.

 

Schroeder possui uma história que se entrelaça com o processo de colonização germânica e italiana, marcada pela dedicação ao trabalho agrícola e pela busca incessante por autonomia e progresso. A evolução econômica do município reflete esse espírito pioneiro, adaptando-se às mudanças e aproveitando as oportunidades. Se no início a agricultura era a principal fonte de sustento, com o tempo, a cidade diversificou sua economia e encontrou na industrialização e nos serviços novas formas de gerar riqueza e bem-estar para sua população. Mais recentemente, o turismo desponta como uma das mais promissoras atividades, conectando o passado ao presente.

 

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O turismo é, de fato, uma das formas mais nobres de preservar e valorizar o legado dos antepassados. As belezas naturais de Schroeder, como a Figueira Centenária, as Corredeiras do Rio Bracinho, o Morro Pelado e o Vale do Rio do Júlio, são testemunhas do tempo e das transformações ocorridas ao longo das décadas. Ao promover o turismo sustentável e o contato com a natureza, a cidade honra o trabalho daqueles que, há mais de um século, chegaram aqui para construir um novo lar, transformando matas e rios em fonte de renda, lazer e inspiração.

 

Mais do que um movimento econômico, o investimento no turismo é um ato de respeito à história e à cultura locais. As atividades turísticas que se desenvolvem em Schroeder refletem a diversidade e a riqueza do município, desde a bananicultura até os eventos que enaltecem o potencial esportivo das águas do Rio Bracinho. Cada iniciativa turística carrega consigo uma narrativa e permite que visitantes de todo o país conheçam e se encantem por este pequeno, mas grandioso, município catarinense.

 

O resgate da história e a preservação do meio ambiente são fundamentais para garantir que o desenvolvimento seja harmônico e benéfico para todos. Schroeder já demonstrou que é possível crescer economicamente sem abrir mão da qualidade de vida e da igualdade social, figurando, em 2015, como a 4ª cidade mais igualitária do Brasil. Essa conquista, fruto de um trabalho coletivo que une gerações, é um reflexo do compromisso da cidade em valorizar tanto seu passado quanto seu futuro.

 

Assim, ao celebrar suas seis décadas, Schroeder nos mostra que olhar para trás não significa ficar preso ao passado, mas sim se inspirar nas raízes para construir um presente de realizações e um futuro de possibilidades. O caminho trilhado pelos primeiros colonizadores ainda ressoa nos símbolos municipais, na produção agrícola e nas iniciativas turísticas que projetam a cidade para além de suas fronteiras. Preservar a história, respeitar a natureza e investir no turismo são, hoje, os maiores atos de gratidão que podemos oferecer a quem fez e faz de Schroeder um exemplo a ser seguido.

 

Nesta data especial, a lição que Schroeder nos deixa é clara: o resgate do passado é o alicerce de um futuro próspero, em que a memória dos antepassados, a beleza das paisagens e o esforço coletivo são celebrados e perpetuados.

 

 

HISTÓRIA E FUNDADORES

Pode acreditar, a história de Schroeder, assim como das demais cidades da região e do litoral norte catarinense, inicia com um dote de casamento. Isso mesmo.

 

Em 1º de maio de 1843, princesa Francisca Carolina Joana Leopoldina Romana Xavier de Paula Micaela Rafaela Gabriela Gonzaga de Bragança (1824-1898), filha de Dom Pedro I, casou-se com o príncipe da cidade francesa de Joinville, Príncipe François Ferdinand Philippe Louis Marie d’Orléans (1818-1900), filho do rei dos franceses Luís Felipe, e recebeu como dote de casamento 25 léguas de terra, a Colônia São Francisco, hoje cidade de São Francisco do Sul.

A área foi demarcada a partir de 1846, pelo engenheiro Jerônimo Coelho. Dois anos depois, em 1848, o rei Luís Felipe foi destronado. Seu filho, François, refugiou-se na Inglaterra e vendeu oito léguas do território ao então dono da Sociedade Colonizadora Hamburguesa, o senador alemão Christian Mathias Schroeder.

 

Em 1900, Mathias Schroeder iniciou a colonização do território. Os primeiros a chegar foram descendentes germânicos, em 1901. Eles se instalaram na localidade de Schröderstrasse Eins, “Estrada Schroeder I”, hoje conhecida como Schroeder I; em 1919, vieram os colonizadores italianos. Nessa época vieram famílias como Tomaselli, Cândido, Antônio, João Maria, que até então viviam em Luiz Alves.

 

A diversidade cultural levou a diversificação das atividades locais e ao desenvolvimento da agricultura, que se consolidou como uma das principais atividades econômicas. Jerônimo Tomaselli pôs em funcionamento uma serraria movida pela força da água. Na localidade de Rio Hern, uma nova atividade: a instalação de uma olaria. Ano a ano, a colônia cresceu, o que acendeu na população o desejo pela emancipação política.
O primeiro movimento nesse sentido foi a criação do Distrito de Schroeder, em 31 de julho de 1959, por meio da Lei nº 424, com a nomeação de Helmuth Moritz Germano Hertel como intendente distrital, mas ainda pertencente ao município de Guaramirim.

 

 

Paulo Roberto Gneipel

A população não se deu por satisfeita, pois desejava autonomia completa para a Schroeder, conquista obtida cerca de cinco anos depois, no dia 4 de junho de 1964. Nessa data, foi promulgada a Lei Nº 968, de procedência da Câmara de Vereadores de Guaramirim, criando o município de Schroeder, assinada por Ivo Silveira, presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 1964.

 

Ludgero Tepasse

A emancipação política de Schroeder se tornou realidade em 3 de outubro de 1964. O governador Celso Ramos nomeou Paulo Roberto Gneipel como primeiro prefeito, que ficou no cargo até 14 de novembro de 1965, quando assumiu Ludgero Tepasse, foi eleito para a prefeitura municipal em 3 de outubro de 1965.

 

Schroeder foi dividida em 13 bairros, de acordo com a seguinte numeração: 1. Bracinho; 2. Braço do Sul; 3. Centro; 4. Centro-Norte; 5. Duas Mamas; 6. Itoupava-Açu; 7. Rancho Bom; 8. Rio Hern; 9. Schroeder I; 10. Schroeder III; 11. Sossego; 12. Tomaselli; e 13. Centro-Leste.

 

 

CURIOSIDADE – SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “SCHROEDER” E DE COMO ELA CHEGOU AO BRASIL

O nome do município é uma homenagem ao dono da Sociedade Colonizadora Hamburguesa, senador Christian Mathias Schroeder, natural da cidade de Hamburgo, no norte da Alemanha. Schroeder é um sobrenome alemão procedente do baixo alemão médio schroder e schrader ou do alto alemão médio schrotaere ou schroter. Os vocábulos significam ou remetem a “alfaiate”, enquanto Schneider geralmente designa “cortador de têxteis.

 

 

Isso porque os sobrenomes foram criados como forma de diferenciar pessoas com nomes iguais e consideravam características físicas, nomes de cidades, feudos (para nobreza) ou profissão. A primeira menção ao sobrenome aparece no século 14, em Colônia e Wetzlar (1347). Como surgiu de uma profissão, há várias famílias com este sobrenome sem ligação alguma entre si. Na Alemanha, está entre os vinte sobrenomes mais comuns. Schroeder ou Schröder, o sobrenome chegou ao Brasil no começo do século 19, com a imigração das populações de língua alemã.

 

O pioneiro foi August Wilhelm Schröder, que chegou a São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, em 14 de abril de 1826. Na sequência, outros chegaram em vários estados brasileiros. O lavrador Carl Schroeder chegou a Joinville, Santa Catarina, em 5 de dezembro de 1852. A família do pomerano Carl Schroeder, de Glietzig, desembarcou em Vitória, no Espírito Santo, em 28 de junho de 1859, sendo enviada à colônia Santa Leopoldina.

 

 

EVOLUÇÃO ECONÔMICA

Seis décadas após a emancipação, Schroeder se tornou uma cidade que aprendeu a conciliar o crescimento econômico com a qualidade de vida para a população.

 

Resultado de um trabalho iniciado pelos colonizadores, continuado pelos descendentes e consolidado por todos que nasceram ou escolheram Schroeder para viver, fazendo de seus propósitos de vida transformar o pequeno município em exemplo a ser seguido.
Dedicação que culminou com o reconhecimento como a 4ª cidade mais igualitária do Brasil, segundo informações do Atlas da Exclusão Social no Brasil divulgadas pela Revista Exame em 2015.

 

Para chegar ao resultado, os autores do estudo utilizaram sete indicadores: pobreza, emprego, desigualdade, alfabetização, escolaridade, juventude e violência, e elaboraram o Índice de Exclusão Social (IES). E, a partir de dados dos censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), criaram os índices, de 0 a 1, sendo que as piores condições de vida equivalem a valores próximos de 0 e as melhores correspondem aos valores próximos de 1.

 

No estudo, Schroeder surpreendeu ao aparecer em 4º lugar, atrás das cidades de Picada Café/RS (3º); Vale Real/RS (2º) e Pomerode/SC (1º). O IES de Schroeder ficou em 0,831, com os seguintes índices para os sete indicadores analisados: exclusão, 0,831; emprego, 0,896; pobreza, 0,976; desigualdade, 0,884; alfabetização, 0,971; escolaridade, 0,541; juventude, 0,595; e violência, 0,966.

 

De fato, o desenvolvimento social do município reflete um crescimento econômico consistente e o melhor: diversificado. A economia de Schroeder transita entre a agricultura e a indústria; mais recentemente, cresce também nos setores de comércio e serviços, principalmente a partir de ações de estímulo ao turismo.

 

A história também mostra o quanto a economia de Schroeder foi se diversificando e transformando com o passar dos anos. Se inicialmente a agricultura era predominante, hoje o setor de serviços desponta com maiores índices de valor adicionado bruto, como demonstram, por exemplo, dados de 2020 (IBGE).

 

 

O futuro da nossa cidade depende de cada um de nós

 

Completando 60 anos de emancipação, Schroeder olha para sua trajetória com orgulho e reconhece que o desenvolvimento alcançado é resultado do esforço coletivo de todos que aqui viveram e vivem. Nesse momento de eleições, é fundamental que cada morador reflita sobre seu papel na preservação e construção de um município próspero, sustentável e acolhedor para as gerações que estão por vir.

 

As eleições oferecem uma oportunidade única para decidir os rumos da cidade e reforçar os valores que sempre a nortearam: respeito à natureza, valorização da cultura, igualdade e trabalho árduo. É o momento de escolher representantes comprometidos com o bem-estar de toda a população, mas também de renovar o próprio compromisso com ações diárias que fortalecem a cidade, preservando as belezas naturais, apoiando o comércio local ou investindo em práticas agrícolas e industriais responsáveis.

 

O desenvolvimento econômico de Schroeder, aliado à preservação de suas tradições e de seu meio ambiente, depende do engajamento de todos. Cada escolha, cada decisão tomada em prol do coletivo, contribui para que a cidade continue sendo referência em qualidade de vida, diversidade cultural e inclusão social.

 

Neste ano especial e em todos os que estão por vir, inspiremo-nos na história da cidade para construir um futuro que honre seus pioneiros e ofereça oportunidades para todos. A responsabilidade está em nossas mãos: que cada um faça sua parte para que os próximos anos sejam marcados por progresso, equilíbrio e prosperidade.
Assim, juntos, manteremos viva a essência de Schroeder e garantiremos um amanhã tão grandioso quanto o caminho já percorrido nesses 60 anos.

 

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