Economia

Quer ganhar dinheiro com dívidas?

Por Daniel Maffessoni Passinato Diniz – Professor de Direito para Startups, M&A e Arbitragem na FAE Business School.

15/12/2022

Assim como os seres vivos precisam de oxigênio para sobreviver, as empresas precisam de capital de giro para gerar fluxo de caixa. No entanto, imprevistos financeiros também fazem parte desse ecossistema, principalmente tratando-se de dívidas a receber.

Digamos que uma empresa que venda celulares realize a venda de 60 celulares, cujo pagamento será feito a prazo, e ela não pode esperar até que todos os devedores a paguem para que consiga dar continuidade ao seu empreendimento. Além de demorar muito, há também o risco de inadimplência. É neste momento que a Securitização entra em cena com uma solução.

A Securitização consiste na prática financeira de agrupar vários tipos de ativos financeiros a receber, tais como duplicatas mercantis, notas promissórias, contratos de prestação de serviços, cheques, valores parcelados no cartão de crédito, e convertê-los em títulos padronizados. Então, serão negociados pelos investidores, os quais assumem as dívidas e os riscos, tornando-se credores no lugar da empresa.

Justamente em razão dos riscos, os investidores são contemplados com juros mais consideráveis que os de outras aplicações. Assim, a empresa recebe o valor de seu direito creditório adiantado, mas abaixo do devido, por conta da aplicação de juros.

Afinal, trata-se de uma questão de custo de oportunidade (trade off) para ambas as partes, que tendem a ganhar com o negócio, mas que correm o risco de inadimplência (no caso do investidor), ou que já saem perdendo determinada quantia em detrimento dos juros (empresa).

Com isso, há a transformação de ativos ilíquidos em títulos de crédito líquidos, e a transferência do risco dos títulos associados à carteira de recebíveis aos investidores, que adquirem o título mobiliário lastreado na carteira. São títulos que conferem a seus titulares o direito de crédito contra a companhia emissora.

Existem várias e diferentes formas de fazer securitização, e a principal delas é através dos FIDCs (Fundos de Investimentos em Direito Creditórios) que reúne recursos financeiros de vários investidores para que haja um investimento em conjunto na compra de direitos creditórios.

Os FIDCs contam com uma série de atores que garantem a segurança, como por exemplo, o administrador – responsável legal pelo FIDC e por fazer a captação de recursos por meio da venda de cotas, e o gestor – responsável por administrar a carteira de investimentos, entre outros.

Seja como for, vale a pena apostar na securitização, sobretudo nos FIDCs, pois além de promoverem o alívio do fluxo de caixa e geração de capital de giro, ainda trazem a possibilidade de investimento e reinvestimento dos valores que já foram creditados. Além de tudo, com os FIDCs, o mecanismo da securitização faz jus ao próprio nome, visto que ao seguir as instruções normativas da CVM – Comissão de Valores Mobiliários – este tipo de investimento carrega uma carga elevada de governança e segurança para os todos os seus investidores.

 

 

Quer saber das notícias de Jaraguá do Sul e Região primeiro? CLIQUE AQUI e participe do nosso grupo de WhatsApp!

Por

Editora, analista SEO e responsável pelo conteúdo que escreve. Atenta aos conteúdos mais pesquisados do país.

Notícias relacionadas

x