Santa Catarina

Qual o segredo das oito cidades de SC entre as 100 populações mais ricas do Brasil

Entre os fatores de destaque estão desenvolvimento industrial e valorização de imóveis

28/02/2023

A última edição do Mapa da Riqueza, desenvolvido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), revelou que oito cidades catarinenses estão na lista das 100 populações mais ricas do Brasil. Economistas explicam que fatores como desenvolvimento industrial e valorização de imóveis contribuem para que os municípios se destaquem a nível nacional, entretanto o ranking não reflete qualidade de vida nem importância econômica.

Florianópolis (6º) tem renda elevada por conta dos salários do funcionalismo público, com diversos órgãos federais, explica o economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Pablo Bittencourt. Além disso, a Capital é o principal centro tecnológico do Estado, área que tem salários mais elevados comparados a outras atividades do setor privado.

Balneário Camboriú (21º) e Itapema (81º) têm se destacado pela expansão dos investimentos imobiliários, o que atrai pessoas com alto poder aquisitivo. Habitantes com renda muito alta puxam a média da cidade para cima.

Jaraguá do Sul (45º), Blumenau (57º) e Joinville (94º), já são destaques na esconomia do Estado pelo forte desenvolvimento industrial, assim como Chapecó (87º), que também abriga líderes nacionais da Agroindústria.

A principal surpresa do ranking é Joaçaba (20º), com renda média de R$ 3.034. O economista Ralf Ehmke explica que a cidade de pouco mais de 30 mil habitantes não tem nenhum fator econômico, como empresas importantes, mas se caracteriza pelo equilíbrio na renda da sua população: nem tão baixo, nem tão alto.

 

Opinião sobre o ranking

O estudo da FGV traz parâmetros diferentes do que os mais habituais para o mapeamento da riqueza, como o Produto Interno Bruto (PIB), como explicou o colunista Pedro Machado. O recorte é, de certa forma, limitado por considerar o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), que somente uma parcela pequena da população precisa declarar.

Para o economista Ralf Ehmke, o estudo da FGV não é a melhor pesquisa para utilizar na elaboração de políticas públicas. Alguns municípios já aparecem mais em outras pesquisas, mas outros com economia forte ficaram de fora, como Itajaí e São José. Ao considerar cidades pequenas, Timbó e Pomerode, por exemplo, aparecem em mais estudos do que Joaçaba.

— Minha crítica é que esse indicador não expressa nem qualidade de vida de uma cidade, que pode ser coincidente com a riqueza de renda média, muito menos traçar um ranking de riqueza em uma cidade pequena — opina.

Algumas pesquisas importantes para serem consideradas por gestores públicos, segundo o economista, são o Índice de Desenvolvimento Municipal Sustentável (IDMS) publicado pela Federação de Consórcios, Associações e Municípios de Santa Catarina (FECAM) e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M).

 

Conteúdo original publicado por NSC

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