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Preço do arroz ao produtor se manteve com bom valor na safra passada
O ano de 2023 foi marcado por elevação considerável dos preços do arroz em casca desde o início, mas esta elevação ganhou força e alcançou patamares obtidos na pandemia, onde houve grande valorização dos preços dos produtos agrícolas de maneira geral, a partir do segundo semestre do ano, em resposta …
25/01/2024
O ano de 2023 foi marcado por elevação considerável dos preços do arroz em casca desde o início, mas esta elevação ganhou força e alcançou patamares obtidos na pandemia, onde houve grande valorização dos preços dos produtos agrícolas de maneira geral, a partir do segundo semestre do ano, em resposta à redução dos estoques.
Em termos reais, a saca iniciou o ano a R$ 78,99 e encerrou no mês de dezembro valendo R$ 107,52, o que representa uma valorização de 36,12% no comparativo de 12 meses.
Esse aquecimento se deve a uma combinação de fatores. O primeiro deles é a produção gaúcha, que na safra 2022/23 sofreu quebra decorrente de problemas com a estiagem e, na safra 2023/24, enfrentou muitas dificuldades tanto no plantio quanto no desenvolvimento das lavouras em razão do excesso de chuva. arroz
Segundo o Boletim Agropecuário, publicação mensal do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), outro fator importante é que a consequente menor produção brasileira na safra 2022/23 e baixo estoque nacional,
veio combinada com estoques baixos dos demais países do Mercosul, que também enfrentaram problemas climáticos, reforçando a tendência de alta dos preços pela menor oferta interna.
Soma-se o fato de o Brasil ter exportado mais em 2023, especialmente no primeiro semestre, em razão da taxa de câmbio favorável a tais operações. arroz
De maneira geral, o aumento dos preços foi observado em todas as regiões do estado, especialmente no Litoral Sul e Grande Florianópolis, que pela proximidade, recebe forte influência do mercado gaúcho.
Os preços elevados vieram acompanhados de custo de produção proporcionalmente menor em relação à 2022, o que garantiu boa margem para os produtores que comercializaram no período de alta dos preços.
O preço médio ponderado pela comercialização do ano de 2023 foi de R$ 82,84/sc 50 kg, sendo que a maior parte da produção, 87,31%, foi comercializada entre janeiro e junho ao preço médio de R$ 81,54/sc 50kg.
O restante da produção, 12,69%, comercializada no segundo semestre, alcançou preços acima de R$ 90,00/sc50 kg, tendo como média R$91,83/sc 50kg. Estima-se que o preço máximo do ano, obtido em dezembro (R$107,52/sc 50kg), tenha atingido apenas 2,58% da produção catarinense.
Área plantada e produção da atual safra do cereal deve ser inferior
Uma característica que chamou a atenção nos últimos meses é que embora os preços ao produtor tenham apresentado comportamento crescente desde julho deste ano, o repasse ao mercado atacadista foi inferior, o que pode ser um fator que enfraqueça os preços ao produtor.
Nota-se que enquanto os preços ao produtor tiveram um incremento de 27,38% nos últimos seis meses, no mercado atacadista, a variação foi de 12,02% no mesmo período.
No mercado varejista, segundo dados do Dieese, o quilo do arroz agulhinha ficou mais caro em todas as capitais analisadas ao longo de 12 meses.
Outro fator importante é que, em Santa Catarina, embora os preços no atacado historicamente tendem a se elevar entre os meses de janeiro e março, em razão das festividades e período de férias, a colheita do arroz iniciou em meados de janeiro, com reflexos negativos sobre os preços ao produtor entre os meses de fevereiro e maio, pelo aumento da oferta interna.
A estimativa atual da safra 2023/24 em Santa Catarina aponta para leve redução da área em relação à safra anterior (variação de -0,90%), ocorrido principalmente na região Litoral Norte do estado e Alto Vale do Itajaí,
e explicado pela conversão de áreas de arroz em áreas urbanas, bem como pela recorrência de eventos climáticos (excesso de chuva) na região do Alto Vale que impossibilitou o replantio de algumas áreas.
A produtividade também deverá ser menor, aproximadamente -0,93%, haja vista que a produtividade obtida na safra anterior foi excepcional e nesta safra deve retornar a um patamar de normalidade.
Ademais, a ocorrência de chuvas excessivas, baixa luminosidade, excesso de nebulosidade e dificuldade de execução de tratamentos fitossanitários, decorrentes do fenômeno El Niño, têm prejudicado o desenvolvimento das lavouras e podem reduzir a produtividade.
Com isso, a produção estimada é de 1,244 milhão de toneladas de arroz em casca (1,82% menor em relação à safra passada) a ser absorvido pela indústria.
A demanda da indústria catarinense gira em torno de 1,5 milhão de toneladas, em sua maior parte suprida pela produção do estado e o restante pelos países do Mercosul (Uruguai e Paraguai) e pelo Rio Grande do Sul.
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