Variedades

Por que os gatos gritam quando estão acasalando?

Entenda o significado por trás do miado noturno durante o ato sexual. Spoiler: os ‘gemidos’ não são de prazer!

10/11/2022

 

Se você já acordou assustado com o barulho de gritos felinos noturnos, provavelmente cogitou a possibilidade de alguma violência animal estar acontecendo no seu bairro. Mas fique tranquilo: o miado, na verdade, faz parte do ritual de acasalamento da espécie.

Diferentemente dos humanos, que gemem por prazer, o sexo dos bichanos não é tão prazeroso, pelo menos, não para as fêmeas.

Segundo Valeska Rodrigues, professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Franca, os miados fazem parte de dois momentos importantes do coito.

“O início é mais silencioso. As gatas apresentam uma secreção transparente e edema vulvar, depois, começam a miar e apresentam comportamentos de submissão à cópula, abaixam-se como se fossem rastejar e elevam o quadril.”

Ou seja, é neste momento que o miado pode ser um problema para os moradores do bairro. Entretanto ele está longe de ser o responsável pelo som madrugada adentro.

“Durante a penetração, o macho machuca a fêmea com as espículas penianas. É bastante dolorido. Além disso, na hora de posicioná-la, até o momento da cópula, é quase como se fosse uma briga. Eles a seguraram pelo cangote e, durante esse processo, ambos vocalizam bastante”, esclarece Aline Barbosa, médica-veterinária especialista em felinos.

As espículas penianas funcionam como espinhos, responsáveis por ‘furar’ a fêmea durante o ato sexual. A ideia pode parecer absurda e violenta, mas faz parte do ciclo de reprodução felino.

As especialistas explicam que as gatas ovulam somente após sinalização de cópula. E, neste caso, os ‘espinhos’ ficam responsáveis por causar sensibilização das terminações nervosas.

Ao que tudo indica, a relação sexual dos felinos é dolorosa para a fêmea  (Foto: Canva/ Creative Commoms)
AO QUE TUDO INDICA, A RELAÇÃO SEXUAL DOS FELINOS É DOLOROSA PARA A FÊMEA (FOTO: CANVA/ CREATIVE COMMOMS)

“Somente depois de ativadas, essas terminações desencadeiam a liberação de hormônios que geram a ovulação. É difícil saber se o ato é prazeroso ou não para as fêmeas, o que se sabe é que, após a cópula, as gatas costumam ser agressivas com seus parceiros”, aponta Valeska.

Neste sentido, é preciso fazer uma separação entre a experiência humana e do mundo animal. Entre nós, o sexo também é sinônimo de prazer, afeto, entretenimento e intimidade. Já para os bichos, o acasalamento é unicamente voltado à reprodução, com intuito de preservar a espécie.

“As espículas também são responsáveis por prender o órgão na vagina para garantir que a ejaculação seja eficaz. Como o processo em si é doloroso, ela garante a adesão do pênis à parede vaginal”, adiciona Aline.

A importância da castração

Gatos com acesso à rua enfrentam uma série de perigos. Além de estarem sujeitos a contaminações, doenças, acidentes e violência, os que não são castrados podem ser responsáveis pela proliferação em massa da espécie, aumentando o número de felinos abandonados.

Os bichanos possuem uma gestação bastante peculiar e curiosa. A gravidez dura em média 58 a 60 dias, gerando entre dois a sete filhotes.

Fêmeas podem ter filhotes de diferentes gatos na mesma gestação (Foto: Canva/ Creative Commoms)
FÊMEAS PODEM TER FILHOTES DE DIFERENTES GATOS NA MESMA GESTAÇÃO (FOTO: CANVA/ CREATIVE COMMOMS)

“Logo após o parto, mesmo em período de amamentação, a fêmea já pode entrar em cio e engravidar de novo. E, curiosamente, os bebês de uma gestação podem ser de pais diferentes se a mesma gata copular com mais de um macho no mesmo período”, conta Aline.

instinto materno entre as gatas é aflorado e, por isso, elas sempre buscam por locais seguros para ter seus filhotes, como telhados, caixas vazias e armários escondidos. Infelizmente, vivendo na rua, é difícil garantir o bem-estar de todos.

Exatamente para evitar esta vulnerabilidade, profissionais da área da saúde veterinária recomendam que os tutores e protetores realizem a castração dos bichos, mesmo que sejam fruto de resgate e, mais tarde, sejam doados para novas famílias.

O procedimento, que pode ser encontrado gratuitamente nas cidades, evita abandono, previne tumores de mama e de ovário, e minimiza o contato com gatos ferais, que podem ser transmissores de doenças.

“Castrar também é um ato de amor e saúde pública”, declara Valeska.

 

Conteúdo desenvolvido por revistacasaejardim

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Editora, analista SEO e responsável pelo conteúdo que escreve. Atenta aos conteúdos mais pesquisados do país.

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