Política e Políticos – O Norte também vota

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“Depois de 12 anos de atraso, finalmente o Contorno Viário da Grande Florianópolis está saindo do papel. Segundo a concessionária (de pedágios, Arteris Sul) a inauguração será dia 9 de agosto. Durante todos esses anos nossa equipe de gabinete fiscalizou cada centímetro dessa obra, primordial para a infraestrutura da Grande Florianópolis, para o Brasil e para o Mercosul. E que só teve sua execução após muitas discussões sobre o traçado, em função da irresponsabilidade do poder público municipal de Palhoça, que permitiu a construção de um conjunto habitacional sobre o seu leito original”.

Palavras de Esperidião Amin (PP), com inegável mérito à sua função de senador fiscalizador do governo. O que se espera, agora, é que o parlamentar tire um tempo, já que outros não o fazem, para fiscalizar (e cobrar) com a mesma veemência a duplicação da BR-280 no Norte, entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul. Que se arrasta há 10 anos e que não é uma estradinha qualquer.

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CURTAS

*Sem candidato a prefeito, o MDB de Blumenau conversa com a deputada federal e pré-candidata a prefeita, Ana Paula Lima, do PT. O “manda brasa”, meses atrás, estava pronto para filiar o deputado estadual Egídio Ferrari, ex-PTB, que na undécima hora deu um “cavalo de pau” e foi para o PL.

*Desde 1992 o MDB não elege um prefeito em Blumenau, que é o terceiro maior colégio eleitoral do estado. A deputada Ana Paula, por sua vez, já se candidatou por duas vezes, mas não se elegeu. Em 2012 fez 53.903 votos. Em 2020, míseros 8.359 votos. O único prefeito do PT eleito em Blumenau foi Décio Lima, marido de Ana Paula, por dois mandatos (1997 a 2004).

*Em Florianópolis, PSOL e PSB desfizeram aliança para apoiar o candidato a prefeito e deputado estadual, Marcos José de Abreu, o Marquito. Isso porque o PSOL, sempre uma pedra no sapato das esquerdas, não aceitou apoiar o candidato do PSB a prefeito de Curitiba, Luciano Ducci. Um ex-prefeito da cidade em mandato tampão (2010/2012). Agora o PSB apoia o candidato do PT a prefeito da Capital. Se não tem tu, vai tu mesmo!

*De 1954 até hoje, Florianópolis só teve um prefeito de partido da esquerda: foi Sérgio Grando, eleito em 1992 pelo PPS (que gerou o Cidadania), criado a partir de dissidência interna no comando nacional do Partido Comunista Brasileiro. Entre 1954 até hoje a Capital só elegeu prefeitos pelo PDS, que virou PSD; PMDB, PFL, PSDB, PPB, hoje o PP, PFL e DEM.

*Aos menos avisados, pode parecer que Santa Catarina vive uma eleição extra para governador na figura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). Que tem andado por todo o estado apoiando candidatos a prefeito do seu partido. Na verdade, Rodrigues, de olho na eleição de 2026 e na cadeira de Jorginho Mello (PL), faz uma baita pré-campanha.

*Presidente nacional do PL Mulher, Michele Bolsonaro está escalada, a princípio, para pedir votos fora do eixo dos maiores colégios eleitorais de SC. Uma tarefa para o marido, Jair Bolsonaro. E há uma aparente explicação: ela é mais afeita ao diálogo. Para JB, ao contrário, quanto maior a muvuca, melhor.

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“O governo tem comando”

Governador Jorginho Mello (PL), insiste: a devolução dos R$ 465 milhões “doados” à Brasília pelo antecessor, Carlos Moisés (Republicanos) para obras em rodovias federais que cortam estado, deve ser em espécie. Ou abatido da dívida do estado com a União. Esperto, Mello sabe que, aceitando a proposta do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB) -o dinheiro voltaria em obras- quem fatura politicamente em Santa Catarina é o PT.

“Quem sabe aonde vai gastar o dinheiro é o governador. Eu não quero que alguém venha dizer o que fazer. Eu sei o que tem que fazer, o governo tem planejamento e o governo tem comando”, disparou Mello. E ponto final (?)!

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VIA BRASIL

*Nos três maiores colégios eleitorais de SC, o ‘histórico” MDB perdeu o rumo. Em Joinville, lançou o empresário Luiz Cláudio Gubert, ilustre desconhecido do eleitor. Em Blumenau, onde desde 1992 não elege um prefeito, o partido aceita até ser vice da petista Ana Paula Lima. Em Florianópolis, com a desfiliação de Gean Loureiro em 2019, o MDB vive “em ponto morto”, não tem sequer um vereador. E o resto é conversa fiada.

*Em Balneário Camboriú, o PSD e MDB juntaram os panos. Cabeça de chapa é a vereadora Juliana Pavan (PSD), filha de Leonel Pavan (PSD), agora candidato a prefeito na vizinha Camboriú. O vice (dela) é Nilson Frederico Probst (PSD), vereador desde 2008.

*Até a noite de domingo (28) o TRE já tinha 221 inscrições de candidatos a vereador. E outros cinco a prefeito. No Norte, só o PSD de Araquari havia registrado candidatos a vereador (12). E, Ludgero Jasper Junior, atual vice-prefeito, para prefeito. Apoiado pelo PP, PDT, Federação PSDB/Cidadania, Solidariedade, Republicanos, Podemos, União Brasil e Avante.

*Eleito com 2.220 votos em 2020, o vereador Carlos Wagner (PSD) é o candidato a vice- na chapa do ex-promotor de Justiça, Odair Tramontin (Novo), em disputa pela prefeitura de Blumenau. Foi a terceira opção do PSD, que antes havia indicado Denise dos Santos, mulher do deputado federal, Ismael dos Santos. E a vereadora Silmara Miguel. Ambas declinaram.

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“O Novo é oportunista”

“Em 2022, pediram minha expulsão do Novo quando declarei voto no 2º turno contra (Jair) Bolsonaro (PL). Agora, faz coligação com o PT e outras legendas de esquerda. Esse é o novo Novo. Nem liberal e nem bolsonarista. Apenas oportunista”, disse o ex-presidente do Novo, João Amoêdo. Em redes sociais, o empresário compartilhou cartazes de convenções de candidatos do Novo aliados a partidos como PL, PT, PDT, PP, PSB e PSD.

Republicanos (Igreja Universal), PSD (com três ministérios no governo Lula); PSDB e Cidadania (ambos de centro-esquerda ou centro–direita, quando convém); PRB e Podemos (de direita) são partidos coligados na campanha à reeleição do prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo). Que justifica as alianças como foram de “assegurar a governabilidade”. Então, tá!

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