Esportes

Paralimpíadas: Gêmeas da natação fazem dobradinha de prata e bronze nos 100m peito

Ronan Cordeiro conquista primeira medalha do Brasil no triatlo; Vinícius Rodrigues é bronze nos 100m T63 e Vitor Tavares, do badminton, conquista 3º lugar inédito

02/09/2024

Paralimpíadas: Gêmeas da natação fazem dobradinha de prata e bronze nos 100m peito

Foto: Giovana Pinheiro

 

Fonte: GE

As irmãs gêmeas Debora e Beatriz Carneiro bateram quase juntas na borda para a conquista das medalhas de prata e bronze nos 100m peito da classe SB 14, para atletas com deficiência intelectual, nas Paralimpíadas de Paris. Debora completou a prova com o tempo de 1min16s02, enquanto Bia anotou 1min16s42, o ouro foi para britânica Louise Fides com 1min15s47. A conquista das duas veio no dia do aniversário do pai delas, Eraldo. “Em Tóquio, eu fiquei em quarto por três centésimos e agora a gente vai subir no pódio juntas. Tô mega feliz, quem sabe em Los Angeles não fico em segundo ou terceiro? É minha segunda Paralimpíada, mas a primeira com público. Hoje meu pai tá aí, é aniversário dele e a gente queria deixar um feliz aniversário pro meu pai”, afirmou Débora.

 

Na última edição dos Jogos, em Tóquio, as duas disputaram a final dessa prova. Lá, Beatriz ficou em terceiro lugar e Debora ficou em quarto. No Mundial de 2023, as duas fizeram dobradinha, com ouro de Débora e prata de Beatriz. “É muito emocionante, eu me sinto emocionada porque carregar uma medalha, só a gente sabe o que a gente sofre, que a gente perde festa, perde muita coisa para estar aqui. A natação é nossa vida, eu me sinto muito honrada. Pai, feliz aniversário!”, completou Bia. Beatriz foi diagnosticada aos seis anos com deficiência intelectual, iniciou a natação como hobby e, aos 12 anos, começou a competir. Está desde 2017 na seleção brasileira, já Debora nasceu com deficiência intelectual grau moderado. Conheceu a natação em 2013, quando tinha 14 anos.

 

Triatlo

Em 2024, o Brasil subiu pela primeira vez no pódio do triatlo em Paralimpíadas. Nesta segunda-feira (2), Ronan Cordeiro conquistou a prata na classe PTS5, para atletas com limitações físico-motoras. O paranaense de 27 anos ficou atrás apenas do americano Chris Hammer, o alemão Martin Schulz completou o pódio. “Fiquei de oito a dez meses fora do Brasil nesses últimos dois anos, eu tinha uma missão de quebrar esse paradigma no triatlo. Fiz meu primeiro treinamento de altitude e olha o resultado que consegui, eu queria ganhar o ouro. Arrisquei tudo, dei tudo de mim na natação, dei tudo de mim no ciclismo e paguei caro na corrida”, declarou.

 

Ronan tem má-formação congênita na mão esquerda, em 2012 ele começou a praticar esportes na natação, mas trocou de modalidade em 2018 por acreditar que não chegaria às Paralimpíadas na piscina. Conseguiu ir aos Jogos de Tóquio no triatlo e foi o quinto colocado, foi bronze no mundial de 2021 e agora chega a sua maior conquista, a prata olímpica. Hoje, Ronan completou os 750m de natação no Rio Sena na segunda posição, assumiu a liderança na transição para o ciclismo. Fechou os 20km na quinta posição, mas voltou à liderança com uma boa transição para o atletismo. Nos 5km de corrida, travou um duelo com o americano Hammer, que só abriu vantagem nos metros finais.

 

No Atletismo

Prata nos Jogos de Tóquio 2020, Vinícius Rodrigues conquistou sua segunda medalha em Paralimpíadas nesta segunda-feira (2) ao faturar o bronze nos 100m na classe T63, para atletas amputados de membros inferiores com próteses. Em Paris 2024, o brasileiro se manteve entre os líderes desde a largada e cruzou a linha de chegada em terceiro lugar, com 12s10, desbancando o atual campeão mundial, o alemão Leon Schaefer, que ficou em quarto lugar.

 

O ouro ficou com o americano Ezra Frech, que fechou em 12s06, e a prata foi para o dinamarquês Daniel Wagner, que fez 12s08. Vinícius, que participou do BBB 24, sofreu um acidente de moto aos 19 anos em Maringá e precisou amputar a perna esquerda acima do joelho. No terceiro dia de internação, recebeu a visita da Terezinha Guilhermina que o incentivou a iniciar no esporte. Quatro meses depois, começou a correr.

 

Outros paratletas

Primeira atleta cega a correr os 100m abaixo dos 12s, Jerusa Geber brilhou na semifinal da classe T11, para atletas com deficiência visual, e bateu o recorde mundial da prova com 11s80, superando os seus próprios 11s83, para avançar em primeiro. Na outra bateria, Lorena Spoladore também avançou em primeiro com 12s07, a final da prova acontece nesta terça-feira (3). Campeão dos 100m T64 em Londres 2012, Alan Fonteles voltou ao maior palco do esporte após desempenhos pouco expressivos na Rio 2016 e Tóquio 2020. O brasileiro, no entanto, terminou em último lugar com 11s22.

 

Na decisão dos 100m T35, para atletas com paralisia cerebral, o brasileiro Henrique Caetano chegou muito perto do pódio. O atleta de 25 anos, que migrou para o atletismo apenas no ano passado, terminou em quarto lugar batendo o próprio recorde das Américas, com 11s85. O ouro ficou com ucraniano Thor Tsvietov, com 11s43, e a prata foi para Artem Kalashian, da equipe de Atletas Neutros Paralímpicos, com 11s70. Dmitrii Safronov, também competindo com bandeira neutra, cruzou a linha de chegada pouco à frente de Henrique e faturou o bronze com 11s79. Outro brasileiro na final, Fabio Bordignon ficou em oitavo com 12s41.

 

Badminton

Vitor Tavares garantiu a medalha de bronze da classe SH6 no badminton paralímpico nesta segunda-feira (2), em Paris. Ao superar Man Kai Chu (HGK) por 2 sets a 1, o paranaense conquistou uma medalha inédita para o Brasil nos Jogos. “Estou muito feliz, muito feliz por ser medalhista paralímpico. Medalha inédita não só pra minha carreira, mas pro badminton brasileiro. Foi um alívio, porque a gente sabia que essa partida não era fácil, mas decisiva no mental. Ponto a ponto, momento a momento. A gente veio forte, sempre se mantendo e minimizando os erros para estar agora com isso aqui na mão, essa medalha é a realização de um sonho”, destacou Vitor.

 

Após o encerramento da fase de grupos, Vitor iniciou sua trajetória no mata-mata contra Miles Krajewski (EUA), vencendo por 2 sets a 0 nas quartas de final. Depois, o brasileiro foi superado por Charles Noakes (FRA), também por 2 sets a 0, ficando com a disputa do bronze no caminho. O inédito bronze em Paris consagra o melhor resultado em Paralimpíadas da carreira de Vitor, que antes havia sido o quarto colocado nos Jogos de Tóquio 2020. No Mundial da modalidade, em 2022, também disputado na capital do Japão, ele foi bronze no individual e prata nas duplas.

 

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Sou Felipe Junior, jornalista formado, na Universidade Regional de Blumenau (Furb), pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Multimídias, na Anhembi Morumbi, em São Paulo.

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