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Paralimpíadas: Gabrielzinho conquista seu segundo ouro nos Jogos de Paris em 2024

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e bate recorde das Américas; Thalita Simplício é prata nos 400m T11 e Brasil conquista dois bronzes no tênis de mesa

31/08/2024

Paralimpíadas: Gabrielzinho conquista seu segundo ouro nos Jogos de Paris em 2024

Gabrielzinho. | Foto: Silvio Ávila/CPB

 

Fonte: GE

Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, dominou cada metro da piscina na final dos 50m costas classe S2, ganhou seu segundo ouro nas Paralimpíadas de Paris 2024 e saiu da água respingando talento, alegria e carisma por toda a Arena La Defénse. Com o tempo de 50s93, o brasileiro segue em sua missão de transformar Paris em baile, com direito à sua já tradicional comemoração com língua para fora e dancinha. Foi o segundo ouro da natação brasileira neste sábado (31), depois da conquista de Maria Carolina Santiago nos 100m costas S12, para pessoas com deficiência visual, um pouco mais cedo.

 

O Brasil ainda ganhou prata nos 50m livre S11, com Wendell Belarmino. Na entrevista após a prova, Gabrielzinho não teve dúvidas de que “amassou” novamente. “Não sei se tem como falar outra coisa além de que amassei, então vou dizer: eu amassei de novo”, afirmou Gabrielzinho, que no dia 29 ganhou o ouro nos 100m costas S2, classe para atletas com deficiência físico-motor. “Não tô nadando, eu tô voando, tô flutuando”, declarou. Com uma largada poderosa, Gabrielzinho tomou distância dos adversários no primeiro trecho, que faz todo embaixo da água.

 

Ao emergir, foi aumentando a diferença a cada ondulação de corpo, e bateu o recorde das Américas na prova, a exemplo do que Carol Santiago fez mais cedo. Com o resultado, o nadador de 22 anos já soma quatro ouros e uma prata na carreira: foi campeão dos 50m e 100m costas em Paris e dos 50m costas e 50m livre em Tóquio 2020, onde também foi vice nos 100m costas. Gabrielzinho ainda voltará à piscina para as disputas dos 50m livre, dos 200m livre e dos 150m medley, todos na classe S2. Na última prova com brasileiros no dia, Wendell Belarmino conquistou a medalha de prata nos 50m livre S11, para atletas com deficiência visual quase total ou total e foi uma medalha dividida.

 

Wendell e o chinês Dongdong Hua bateram na borda com o mesmo tempo, 26s11, e ambos ficaram com a prata, já o japonês Keiichi Kimura ganhou o ouro com o tempo de 25s98. “Acho que esse chinês deve ter pesadelo comigo, a gente sempre tá perto, agora a gente empatou”, brincou, rindo. O nadador, que ficou cego por causa de um glaucoma congênito, relembrou os momentos difíceis que passou nos últimos três anos, quando precisou passar por uma cirurgia no ombro e lidou com problemas de saúde mental, falou na importância de seu cão-guia, Ink, em seu processo de recuperação.

 

“Estou muito feliz, é como se eu tivesse ganho a prova. Há três anos, nem cogitava estar aqui, subir no pódio de novo, depois de um ciclo tão conturbado para mim, é sensacional. Agradeço a todo mundo, minha família principalmente, que me acolheu e investiu tempo e dinheiro em mim. Vamos que ainda tem mais duas provas para brincar”, afirmou, antes de se referir a Ink. “Além de guia, ele (o cão Ink) me auxiliou em tudo, foi muito importante para minha recuperação mental e psicológica. Me deu outra motivação, ele é um dos maiores personagens dessa medalha. A pelúcia não vai ficar de brinquedo para ele, estou com muita saudade dele e doido para voltar e poder apertá-lo”, finalizou.

 

Atletismo

Atual tricampeã mundial, Thalita Simplício conquistou neste sábado (31) a medalha de prata nos 400m T11, para atletas com deficiência visual quase total ou total, nas Paralimpíadas de Paris 2024. Ao lado do guia Felipe Veloso, a potiguar de 27 anos cruzou a linha de chegada em 57s21 e ficou atrás apenas de Lahja Ishitile, da Namíbia, que estabeleceu o novo recorde paralímpico da prova com 56s20. O bronze ficou com a chinesa Shanshan He, que fez 58s25.

 

Nos 100m T12, Joeferson Marinho faturou o bronze e levou o atletismo à sétima medalha em Paris. “Eu não vou negar, eu queria muito esse ouro. A gente treina muito, eu estou com muita dor nesse fim de ciclo”, lamentou. A medalha é a quarta da atleta em Jogos Paralímpicos, a potiguar já tinha três pratas no currículo: nos 400m e 200m em Tóquio 2020 e no revezamento 4x100m na Rio 2016.

 

Thalita nasceu com glaucoma e tinha baixa visão, mas aos 12 anos ficou totalmente cega. Depois de passar por outros esportes, como natação, karatê e golbol, descobriu o atletismo aos 15 anos através de um projeto do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Desde então, coleciona conquistas, com destaque para três títulos mundiais nos 400m T11, o último deles em maio deste ano, no Campeonato Mundial Paralímpico de Kobe, no Japão.

 

Tênis de Mesa

O Brasil conquistou mais duas medalhas de bronze, nas duplas, no tênis de mesa. Depois do terceiro lugar de Joyce Oliveira e Catia Oliveira nas duplas femininas da classe 5 (para atletas cadeirantes), Bruna Alexandre e Danielle Rauen repetiram o resultado nas duplas da classe 20 (para atletas andantes), assim como Claudio Massad e Luiz Manara na 18 (também para andantes). Neste sábado (31), as brasileiras perderam a semifinal para as australianas Lei Li Na e Yang Qian por 3 sets a 0, com parciais de 11/8, 11/9 e 12/10 em 24 minutos.

 

Paralimpíadas: Gabrielzinho conquista seu segundo ouro nos Jogos de Paris em 2024

Bruna e Danielle (D). | Foto: Wander Roberto/CPB

 

As adversárias são as atuais vice-campeãs paralímpicas e confirmaram o favoritismo, como não há disputa de terceiro lugar no esporte, as brasileiras ficaram com o bronze. “A gente estava muito bem, mas elas botaram uma bola a mais na mesa. O sentimento é de alergia e de dever cumprido, tínhamos o objetivo de chegar ao pódio. Treinamos muito as duplas e deu resultado hoje, estou muito feliz de estar aqui. Espero cada vez mais evoluir”, afirmou Bruna Alexandre.

 

Bruna fez história há três semanas ao se tornar a primeira brasileira a disputar as Olimpíadas e Paralimpíadas, ela agora tem no currículo cinco medalhas paralímpicas, uma prata e quatro bronzes. Aos seis meses de vida, Bruna foi submetida à amputação do braço direito por consequência de uma trombose, provocada por uma injeção mal aplicada. A atleta de 29 anos começou no tênis de mesa aos 12 anos, influenciada pelo irmão. Já Dani, descobriu, aos quatro anos de idade, que sofre com artrite reumatóide juvenil, doença que causa atrofia nos músculos e degenera articulações, e passou a controlar com medicação.

 

Começou a jogar tênis de mesa na escola, aos nove anos, com pessoas sem deficiência. Essa é a terceira medalha paralímpica de Dani, todas de bronze. Apesar da derrota em sets diretos, as brasileiras fizeram um jogo equilibrado em todas as parciais. Chegaram a liderar o placar no primeiro set, mas as australianas foram mais precisas na reta final da parcial: 11/8. O roteiro se repetiu no segundo set: 11/9. No terceiro set, Lei e Yang abriram boa vantagem, mas Bruna e Dani reagiram, chegaram a salvar dois match points, mas novamente as australianas levaram a melhor: 12/10.

 

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Foto: Jaraguá/Divulgação

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Sou Felipe Junior, jornalista formado, na Universidade Regional de Blumenau (Furb), pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Multimídias, na Anhembi Morumbi, em São Paulo.

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