‘O pior está por vir’, alerta FMI sobre economia mundial de 2023
Economista-chefe, Pierre-Olivier Gourinchas, ressalta que, apesar dos resultados econômicos deste ano ainda serem razoáveis, será em 2023 que os problemas começarão a aumentar
10/11/2022
O pior está por vir para a economia mundial. Esse foi o principal recado da coletiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao apresentar o Global Economic Outlook de 2022, documento trimestral elaborado pela instituição que traz prognósticos para o futuro da economia mundial.
Durante a apresentação, o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, trouxe os destaques do documento, ressaltando que apesar dos resultados econômicos deste ano ainda serem razoáveis, será em 2023 que os problemas começarão a aumentar para a economia global.
“Entre este e o próximo ano, um terço dos países vão entrar em recessão”, disse o economista.
O FMI não alterou sua previsão de crescimento para 2022 em relação ao relatório anterior, que foi de uma alta de 3,2%. Porém, para o próximo ano, a entidade reduziu em 0,2 ponto percentual o crescimento econômico para 2,7%.
Gourinchas ressaltou que os choques econômicos deste ano vão reabrir “feridas” que estavam começando a ser “curadas” após a pandemia e disse que as três principais economias do planeta – Estados Unidos, China e zona do euro – vão sofrer com crescimento baixo, correndo o risco de estagnação.
“O pior cenário é da zona do euro. A crise de energia vai reduzir crescimento da região para 0,5% em 2023”, disse o economista-chefe. “Existe 25% de chances de que o crescimento global pode ser de menos de 2%, algo que aconteceu apenas 5 vezes desde 1970”.
O fundo prevê que o cenário de crescimento baixo será acompanhado de uma pressão inflacionária mundial que só começará a arrefecer em 2023. Gourinchas diz que apesar da desaceleração econômica, as pressões inflacionárias “estão se mostrando mais amplas e mais persistentes do que o previsto”.
Diante deste cenário, o FMI prevê que a inflação global atinja um pico de 9,5% neste ano para então desacelerar para 4,1% até 2024.
Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI (Foto divulgação/Patrick Semansky/AP)
Força do Dólar
O FMI também abordou a situação do fortalecimento do dólar e tentou acalmar os mercados emergentes dizendo que esta alta é puxada por questões de fundamentos e não devido a desequilíbrios de mercado. Segundo o fundo, a melhor resposta a essa questão em países emergentes e em desenvolvimento é “calibrar a política monetária para manter a estabilidade de preços” enquanto devem deixar as taxas de câmbio se estabilizarem.
“É preciso conservar as reservas cambiais para quando as condições financeiras realmente piorarem”, disse Gourinchas.
“A resposta não é tentar conter a apreciação do dólar, mas lidar com isso com políticas domésticas”. Diante da necessidade de calibrar a política monetária, o economista-chefe do FMI elogiou o Brasil, dizendo que o país se adiantou no movimento mundial de aperto monastério ainda em 2021 e disse que o país agora está “a frente da curva” em relação a esta questão.
O fundo também elogiou o desempenho da América Latina nos últimos meses, dizendo que a região está “se saindo bem”, o que fez melhorar a perspectiva para a área em 2022.
Porém, Gourinchas fez a ressalva que os países da América Latina são vulneráveis a choques externos, o que fez reduzir a previsão de crescimento da região para 2023.
Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.
Via valorinveste.globo
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