Um estudo inovador realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) demonstrou 100% de eficácia da crioablação, uma técnica de congelamento de células cancerígenas, em pacientes com câncer de mama em estágio inicial.
A crioablação é um procedimento minimamente invasivo que oferece uma alternativa à cirurgia convencional. Ele envolve a inserção de uma agulha fina na área afetada, onde é aplicado nitrogênio líquido a temperaturas de aproximadamente -140ºC, criando uma esfera de gelo que destrói as células tumorais. Realizado em ambiente ambulatorial com anestesia local, permite que os pacientes retornem para casa no mesmo dia, eliminando a necessidade de internação prolongada.
“O objetivo da crioablação é eliminar o tumor de maneira eficaz e menos invasiva, sendo uma grande vantagem para pacientes idosos ou com comorbidades”, afirma Afonso Nazário, professor da Unifesp e um dos coordenadores da pesquisa.
Na fase inicial do estudo, 60 participantes com tumores de até 2,5 cm foram incluídos. A crioablação conseguiu erradicar completamente o câncer em 48 casos de tumores menores que 2 cm. Contudo, em 12 casos de tumores entre 2 e 2,5 cm, 8% dos pacientes ainda apresentaram resquícios da doença. Após a crioablação, uma cirurgia adicional foi realizada para remover o quadrante afetado e os linfonodos axilares, essencial para determinar a propagação das células cancerígenas.
A assistente de atendimento Cristina Spolador, uma das participantes do estudo, relatou que, após descobrir um nódulo em julho de 2023, usufruiu do procedimento com rapidez e sem dor. “Saí do trabalho, fiz o procedimento e, no mesmo dia, já estava em casa”, contou ela.
Agora, uma equipe de pesquisa se prepara para a fase final entre 2025 e 2027, envolveu 700 pacientes divididos em dois grupos: um receberá crioablação e o outro seguirá com a cirurgia tradicional. Esta fase focará em mulheres acima de 60 anos com tumores de até 2 cm, área que mostrou resultados durante as fases iniciais.
Nazário enfatiza a importância dessa pesquisa, que busca comprovar que a crioablação é tão eficaz quanto a cirurgia convencional a longo prazo. Embora a técnica seja utilizada em países como Estados Unidos e Japão, ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) devido ao custo elevado dos insumos necessários. A Anvisa já aprovou o procedimento, mas a não incorporação pela ANS impede sua cobertura pelos planos de saúde.
“Acreditamos que com a popularização do método, o custo será reduzido, tornando-o acessível a um maior número de pacientes. Nosso objetivo é tirar de 20% a 30% dos pacientes da fila do SUS”, conclui Nazário.
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