Saúde

Nimesulida: campeão de vendas no Brasil é proibido nos EUA e Europa

Anti-inflamatório popular pode causar danos ao fígado, rins e coração; medicamento nunca foi aprovado nos EUA, Reino Unido e Alemanha

17/02/2025

A nimesulida é um dos medicamentos mais vendidos no Brasil, mas está proibida em diversos países devido aos riscos à saúde. O anti-inflamatório, conhecido por aliviar dores e febre rapidamente, pode causar danos graves ao fígado, rins e coração quando utilizado de forma excessiva ou prolongada.

Segundo dados da Close-Up International, foram vendidas mais de 102 milhões de caixas da substância no Brasil em 2024, gerando um faturamento superior a R$ 891 milhões. No entanto, o medicamento nunca foi aprovado nos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha e foi retirado do mercado em países como Canadá, Japão, Espanha e Irlanda.

Imagem ilustrativa.

Riscos graves e uso indiscriminado

 

 

O hepatologista Raymundo Paraná alerta para o consumo excessivo de anti-inflamatórios no país.

“Eles são vendidos livremente, sem muito controle, e muitas vezes usados para situações em que outros analgésicos mais simples e seguros seriam suficientes”, afirma o médico.

Entre os principais riscos da nimesulida estão lesões hepáticas, problemas renais e aumento da pressão arterial. Um estudo recente apontou que a substância está entre os compostos que mais causam danos graves ao fígado.

Em 2007, a Irlanda baniu o medicamento após registrar 53 casos de falência hepática fulminante, alguns exigindo transplante de fígado. A decisão levou a uma investigação na Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que restringiu o uso da substância apenas para dores agudas e cólicas menstruais — e apenas como segunda opção, quando outros tratamentos falham.

Apesar disso, no Brasil, a nimesulida segue amplamente disponível, embora sua bula alerte para diversos efeitos colaterais.

Uso prolongado pode ser fatal

 

 

A farmacêutica Laura Marise ressalta que a automedicação e o uso prolongado são os maiores perigos.

“Os anti-inflamatórios são usados de forma muito leviana, por uma falsa percepção de segurança e pela ação mais rápida no controle da dor”, diz ela.

Os médicos recomendam o uso da nimesulida por no máximo cinco dias, com uma dose limite de 100 mg duas vezes ao dia. O uso prolongado pode causar danos irreversíveis ao fígado.

Diante dos riscos, especialistas defendem maior controle da venda da nimesulida no Brasil, exigindo prescrição médica e limitando a quantidade de caixas por compra.

“Precisamos tomar cuidado com o uso excessivo dessas medicações. Sempre que houver uma alternativa menos tóxica, ela deve ser priorizada”, alerta Paraná.

*Com informações da BBC News Brasil em Londres.

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Relações Públicas RP 4173 Editora, redatora. e pós-graduanda em Copywriting e Escrita Criativa

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