Neurologista alerta sobre riscos e prevenção contra Acidente Vascular Cerebral

Hoje, 29 de outubro, é comemorado o Dia Mundial do AVC, cujo objetivo é alertar a população dos perigos e como prevenir a doença. Segundo dados do DataSUS, a segunda maior causa de mortalidade no Brasil é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), que apenas no primeiro semestre de 2021, matou 18.141 brasileiros. O número equivale a três casos fatais a cada hora e 7% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Apesar da sigla ser conhecida, os dois tipos da doença e seus sintomas não são de conhecimento de todos. O acidente vascular cerebral pode ser isquêmico, onde é causado pela obstrução de um coágulo de sangue, fazendo com que uma área do cérebro deixe de receber sangue. Ou hemorrágico, que é quando um vaso, normalmente uma das artérias do cérebro, estoura e leva a um sangramento.

Segundo o médico neurologista e coordenador da unidade de AVC do Hospital São José de Jaraguá do Sul, Pedro Augusto Koneski Weiss, os sintomas do AVC estão relacionados diretamente com a área do cérebro afetada. Independentemente de ser uma lesão hemorrágica ou isquêmica, a extensão do dano é o que mais importa. “Se for uma área grande atingida, o paciente vai ter muitos sintomas, mas se for pequena, vão ser poucos”, disse.

Os principais sintomas de alerta são a perda súbita de força ou formigamento de um lado do corpo (face e/ou membros), dificuldade de falar ou compreender a fala, perda visual súbita em um ou ambos os olhos, tontura, perda de equilíbrio e/ou coordenação, dor de cabeça intensa e sem causas aparentes.

Tratamento

Caso notar algum desses sintomas, o paciente deve ser encaminhado para o serviço de referência da região, sendo este, o HSJ. O paciente que é atendido em até quatro horas e meia do início dos sintomas tem a possibilidade de usar a medicação chamada Alteplase. “Essa é uma medicação que tem o efeito trombolítico. Ela visa tentar desentupir as artérias, no caso do AVC isquêmico. Mas essa medicação só pode ser feita se for administrada nas primeiras quatro horas e meia do início do sintoma. Então por isso sempre essa questão da necessidade desse atendimento de emergência”, explica Weiss. Em alguns casos, o AVC hemorrágico pode ser tratado com algum tipo de cirurgia para drenar o hematoma e reduzir o sangramento que o paciente possa ter, então deve ser encaminhado para o hospital o mais rápido possível.

Prevenção

Muitas vezes não é possível identificar a causa do AVC porque tudo depende do modo de vida do paciente. “Se a pessoa tem pressão alta, colesterol, diabetes, triglicerídeos, fuma, faz o uso de bebida alcoólica, está acima do peso ou tem mais de 60 anos de idade, são considerados fatores de risco, que normalmente vão aumentar a chance de que o paciente venha a ter um AVC”, diz o médico Pedro Weiss.  Ainda segundo ele, a forma de prevenir o acidente vascular é o controle desses fatores.

De acordo com o neurologista, o Hospital São José conta com uma unidade especializada no atendimento do AVC. “Nós temos uma equipe multidisciplinar formada por uma enfermeira, um técnico de enfermagem, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, farmacêutico, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, para dar todo o suporte que o paciente precisa.

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