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Mudanças climáticas são reais avalia geógrafo que faz doutorado em Lisboa

Plantio de árvores é um dos caminhos apontados para mitigar consequências

03/02/2022

O geógrafo Felipe Augusto H. D. Oliveira, que atuou no Comitê Itapocu e também no Projeto Mananciais, de recomposição da mata ciliar no entorno de cursos d’água nas áreas rurais, por meio da proteção das nascentes e dos pequenos mananciais, faz atualmente doutorado em alterações climáticas e políticas de desenvolvimento sustentável na Universidade de Lisboa, Portugal. A sua pesquisa é acerca da percepção sobre o aquecimento global e alterações climáticas na Bacia do Rio Itapocu.

É um trabalho importante cujo resultado deve ser divulgado na conclusão do doutorado por meio de documento que deve servir também para estudos mais aprofundados relacionados ao tema, que interessa a todos. Felipe disse que é preciso falar sobre mudanças climáticas. “É importante, sempre que tratamos desse tema, colocarmos marcos na discussão assim já delimitando o que se tem de consenso científico sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas”, disse com exclusividade ao JDV.

Felipe diz que “é fato que a temperatura média do planeta está aumentando. Da mesma forma que é um consenso de que esse aumento está relacionado com a maior concentração de Gases do Efeito Estufa (GEE). E é esse aumento da temperatura que faz com que ocorram as mudanças no clima do nosso planeta. Essas mudanças são percebidas principalmente com o aumento da incidência de extremos, como por exemplo, extremos de calor, frio, chuvas, estiagem e vento. Em nossa região são cada vez mais presentes, visíveis e atingem a população de forma brutal”, aponta.

Nos últimos anos presenciamos estiagem e nesse ano ondas de calor e dias com sensação térmica de 50º C. Não só as nossas temperaturas máximas estão a aumentar, mas também as mínimas, e isso já é observado nas medições de cientistas do clima. Além do aquecimento atmosférico global, que leva as mudanças do clima global, também devemos observar como a nossa organização regional e municipal também atuam de forma a aumentar os problemas causados pelas alterações climáticas.

Plantio de árvores é um dos caminhos apontados para mitigar consequências

Como estudioso da matéria, o geógrafo Felipe Augusto Oliveira, cita, por exemplo, que uma cidade com poucas árvores dentro do seu tecido urbano, tem um menor conforto térmico proporcionado pelas plantas, o que faz com a temperatura aumente nesse microclima. Da mesma forma que uma cidade com subdimensionamento de suas estruturas de escoamento também sofrerá com as consequências de chuvas intensas – como ocorreu na quinta-feira, dia 27, em Jaraguá do Sul, ou seja, 73,8 mm em uma hora, causando transtornos para a sua população.

“Nesse sentido devemos, como indivíduo e sociedade, atuar na mitigação e na adaptação às mudanças do clima. Como mitigação a principal ação é captura do carbono em excesso na atmosfera, e uma das melhores formas de fazermos isso é com o plantio de árvores. De preferência com a recomposição de ecossistemas e biomas degradados. A região do vale do Itapocu já tem expertise e experiência em projetos que atuam dessa forma, como por exemplo o Projeto Mananciais”, ensina.

Além da mitigação devemos atuar na adaptação, isto é, estarmos preparados para todas as mudanças que já estamos a viver. E é nessa esfera que devemos falar sobre a educação ambiental, nesse caso na educação ambiental voltada para o clima, diz. “A educação é um dos pilares para o desenvolvimento. E a educação ambiental é essencial quando percebemos que as ações humanas estão a desequilibrar o ecossistema planetário. No caso do clima, a educação ambiental deve trazer os temas relacionados às mudanças climáticas e ao aquecimento global para a discussão”, observa.

Felipe entende que é preciso colocar para a sociedade de alunos temas como emissões de gases de efeito estuda, mudanças climáticas, aquecimento global, eventos climáticos extremos, entre outros, para que a população em geral tenha conhecimento do que está a acontecer, e assim possa atuar de maneira positiva e propositiva para resolver os problemas.

O ex-geógrafo do Comitê Itapocu e do Projeto Mananciais, da Amvali, completa afirmando que “o tempo urge, não devemos pensar que as mudanças climáticas são algo que está para chegar. Já estamos vivendo com elas e precisamos, com urgência, atuar para combater esse que é considerado o grande desafio do século XXI”.

Foto: Ilustrativa.

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