O resultado das eleições presidenciais em Minas Gerais convergiu, pela nona vez, com o da apuração total dos votos no país. Assim como no cenário nacional, a maioria dos eleitores mineiros votou no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo (30).
A combinação mantém a tradição do estado de “acertar” o presidente eleito. Desde 1989, quando ocorreu a primeira eleição direta ao Planalto após o fim da ditadura militar, quem venceu em Minas Gerais ocupou a Presidência da República.
Ao justificar os “acertos” dos eleitores mineiros no pleito presidencial, o cientista político e professor da PUC Minas Malco Camargos, afirma que “Minas é uma síntese do Brasil, nas suas virtudes e nos seus problemas”.
“Por isso, os temas da eleição presidencial também são os mesmos: as igualdades, a forma de lidar com a economia, as carências”, analisa em entrevista à CNN.
No primeiro turno, o resultado da eleição no estado foi bem próximo ao observado no cenário nacional. Lula conquistou o voto de 48,29% dos eleitores mineiros, e Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição derrotado neste domingo, 43,60%. No resultado geral, o petista teve 48,43%, e o presidente, 43,20%.
Neste segundo turno, com 99,66% das urnas apuradas, Lula recebeu 50,88% dos votos válidos e Bolsonaro 49,12%. Em Minas, quando 99,66% das urnas haviam sido apuradas no estado, o petista tinha 50,21% contra 49,79% do seu adversário.
Para manter a vantagem, Lula realizou cinco comícios no estado durante a campanha ao segundo turno. Ele esteve na capital, Belo Horizonte, em duas ocasiões, em Juiz de Fora, Teófilo Otoni e Ribeirão das Neves.
Bolsonaro cumpriu agenda em Minas oito vezes. Ele foi a Belo Horizonte quatro vezes, a Juiz de Fora – onde em 2018 foi vítima de uma facada –, a Montes Claros, a Governador Valadares e a Teófilo Otoni. O presidente contou com o apoio do governador Romeu Zema (Novo) na disputa do segundo turno.
Resultado das eleições em Minas
Confira o histórico das eleições presidenciais em Minas Gerais, desde 1989, no turno em que o pleito foi definido:
*eleições decididas em primeiro turno
Para Camargos, da PUC Minas, o peso de Minas Gerais é dado também por sua importância proporcional em relação ao eleitorado brasileiro. Com 15,5 milhões de votantes, o estado tem o segundo maior colégio eleitoral do país, atrás apenas de São Paulo.
“Ou seja, 10,5% dos eleitores do país estão no estado. Isto, por si só, já dá uma proeminência em relação ao jogo político brasileiro”, afirma o professor da PUC Minas.
O cientista político e professor da UFMG Cristiano Rodrigues afirma que Minas Gerais é um estado muito heterogêneo, o que se reflete em um eleitorado diversificado.
“O sul de Minas, que é uma região um pouco mais rica e próxima a São Paulo, tende a votar de maneira semelhante aos paulistas; o norte do estado e o Vale do Jequitinhonha, que é uma região empobrecida do semiárido, muito próxima à Bahia, têm o mesmo comportamento eleitoral de algumas partes do Nordeste; já o Triângulo Mineiro, que é uma região mais rica do agronegócio, tem um eleitorado mais típico de Goiás”, pondera o professor da UFMG.
O estado de Minas Gerais sempre teve uma importância histórica no cenário político eleitoral brasileiro, desde a política do Café com Leite, na velha República, passando pela construção de Brasília, com Juscelino Kubitschek, até a eleição de Tancredo Neves, na transição democrática, explicam os especialistas.
Desde a redemocratização, Itamar Franco (1992 a 1994), vice que assumiu após o impeachment de Fernando Collor, e Dilma Rousseff (2011 a 2016) foram os mineiros que ocuparam o cargo mais alto do Executivo federal. Além disso, o mineiro José Alencar foi vice-presidente durante os dois mandatos do governo Lula (2003 a 2010).
Segundo Rodrigues, desde que o Brasil se tornou uma República, Minas sempre teve um poderio político “muito grande”.
“Até um certo momento da história, a economia mineira era a segunda maior do país (hoje é a terceira). Então, tanto do ponto de vista econômico como político, Minas Gerais tem sido muito importante no cenário nacional há mais de um século”, analisa.
O estado também tem o maior número de presidentes entre as unidades da federação, com nove políticos tendo ocupado o cargo. Na sequência, aparecem São Paulo e Rio Grande do Sul, com sete representantes cada um.
No estado americano de Ohio, ocorria algo semelhante ao que ocorre com Minas. De 1964 a 2016, quem venceu no estado se tornou o presidente americano. De 1964 a 2016, quem venceu no estado se tornou o presidente americano.
A sequência foi interrompida nas últimas eleições, em 2020, quando o republicano Donald Trump obteve 53,27% contra 45,24% do democrata Joe Biden em Ohio, mas foi derrotado na eleição nacional.
Conteúdo originalmente publicado por CNN
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