Economia

Materiais escolares pesam no orçamento das famílias no início do ano

O impacto é sentido tanto por famílias com filhos em escolas públicas quanto privadas; alta nos preços dos materiais deve continuar em 2025

02/01/2025

Os gastos com materiais escolares em 2024 alcançaram a marca de R$ 49,3 bilhões, segundo uma pesquisa inédita do Instituto Locomotiva e QuestionPro. Este valor representa um aumento de 43,7% nos últimos quatro anos e impacta diretamente o orçamento de 85% das famílias com filhos em idade escolar no Brasil.

 

A pesquisa revelou que o impacto no orçamento é mais significativo entre as famílias de classe C, onde 95% relataram sentir o peso das despesas escolares. Na classe B, o montante gasto totalizou R$ 20,3 bilhões, enquanto na classe C atingiu R$ 17,3 bilhões, juntas sendo responsáveis por 76% dos gastos nacionais.

 

 

 

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Além disso, 38% dos entrevistados afirmaram que os materiais escolares causam um grande impacto financeiro, enquanto 47% relataram algum impacto. Apenas 15% das famílias disseram não sentir o peso desse tipo de despesa.

 

 

Crescimento nas despesas ao longo dos anos

 

O estudo apontou que os gastos passaram de R$ 34,3 bilhões em 2021 para os atuais R$ 49,3 bilhões, um reflexo da inflação, do aumento nos custos de produção e do impacto do dólar sobre itens importados, como mochilas e estojos.

 

 

“É um gasto que vem crescendo e vem aumentando também o seu peso no orçamento das famílias com filhos”, destacou João Paulo Cunha, diretor de Pesquisa do Instituto Locomotiva.

 

 

O impacto é sentido tanto por famílias com filhos em escolas públicas quanto privadas. Embora muitas escolas públicas forneçam parte do material ou uniformes, Cunha explica que “praticamente todos os pais acabam tendo que complementar parte do material escolar e do uniforme, o que impacta o orçamento doméstico”.

 

 

Como as famílias lidam com os custos?

 

Para o ano letivo de 2025, 35% dos entrevistados disseram que irão parcelar as compras, sendo que entre as famílias de classe C esse número sobe para 39%. Por outro lado, 65% planejam pagar à vista, percentual que aumenta para 71% entre as classes A e B.

 

 

Por que os preços continuam a subir?

 

De acordo com Sidnei Bergamaschi, presidente Executivo da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), fatores como inflação, alta do dólar e custos de frete são os principais responsáveis pelos aumentos. Para 2025, a previsão é de alta entre 5% e 9% nos preços.

 

 

“Os itens que compõem a lista escolar, vários deles são importados. Quando você pega um ano com dólar alto e um período pós-pandemia, em que o frete marítimo explodiu, tudo isso impacta o custo, que termina sempre no consumidor”, explicou Bergamaschi.

 

 

Possíveis soluções

 

A ABFIAE defende a ampliação de programas públicos de aquisição de materiais escolares, como o Programa Material Escolar, que já funciona em localidades como Distrito Federal e São Paulo. O programa oferece crédito para estudantes de escolas públicas comprarem materiais, permitindo maior acesso e escolha.

 

 

A entidade também pleiteia a redução de impostos sobre esses produtos, que, em alguns casos, chegam a representar 50% do valor final. “Nós fizemos esse pleito na reforma tributária, porque hoje você tem, normalmente, na faixa de 40% ou mais de impostos nos itens da lista escolar. Isso tem um peso grande no valor final”, destacou Bergamaschi.

 

 

Impacto regional e no futuro

 

A Região Sudeste lidera os gastos nacionais com 46%, seguida pelo Nordeste com 28%. O menor percentual está no Norte, com 5%. Apesar dos desafios, o mercado de materiais escolares continua sendo essencial para a educação e a economia do país, reforçando a importância de medidas para mitigar o impacto nas famílias brasileiras.

 

 

 

Fonte: Agência Brasil

 

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Por

Relações Públicas RP 4173 Editora, redatora. e pós-graduanda em Copywriting e Escrita Criativa

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