Madame Butterfly é a atração maior do Femusc nesta sexta-feira e sábado

Madame Butterfly é a atração maior do Femusc nesta sexta-feira e sábado – Uma história de amor, os desencontros da guerra, uma tragédia. Madame Butterfly ao longo do último século ganhou o coração de uma legião de admiradores em todo o mundo. O italiano Giacomo Puccini, que completaria um século de vida este ano, é o compositor que transformou o romance de John Luther Long em uma das óperas mais conhecidas no mundo. E foi ela a escolhida para ser apresentada na 20ª edição do Festival Internacional de Música de Santa Catarina (Femusc), o maior evento-escola da América Latina, que termina amanhã.

Madame Butterlfy estreou no Teatro Ala Scala de Milão em 1904 e conta a história de um tenente da marinha que se apaixona por Cio-Cio-San, uma gueixa japonesa, se casa com ela, mas não leva a sério o compromisso com a esposa, então com 15 anos. Cio-Cio-San significa butterfly (borboleta em inglês), uma referência aos quimonos japoneses com seus largos laços nas costas.

A estreia da récita, rejeitada pelo público, fez com que Puccini se debruçasse sobre a obra por mais quatro meses. Tempo que levou para sair do fracasso para um estrondoso sucesso. “Foi a ópera com o mais profundo sentimento e imaginação que já criei”, chegou a declarar o compositor.

No Femusc

A ópera em três atos, chega com a direção musical de André dos Santos à frente da Orquestra de Ópera do Femusc. André há muitos anos lidera as óperas do festival e é considerado um dos mais experientes maestros de ópera e treinadores de voz no Brasil, com passagem pelas óperas de Paris e de Los Angeles.

A Orquestra é composta por cerca de 40 músicos, e terá como Spalla o professor Ole Bohn (violino). O coral da récita ficará por conta dos 30 participantes do Programa de Ópera e Canto Lírico do Femusc. Para completar, uma criança integrante do Femusckinho (o braço infantil do Femusc) vai representar o papel de “Trouble”, em uma das últimas cenas da ópera.

Nas cerca de duas horas e meia de duração, o espetáculo no Femusc será apresentado na íntegra, na versão convencionada como padrão de 1907. Esta não é a primeira obra de Puccini exibida no Femusc. Considerado um dos maiores compositores de ópera do gênero na história musical, o festival apresentou dois títulos de Puccini, ambos em 2018 – “La Bohème” e “Suor Angélica”.

divulgação/Femusc

Segundo o idealizador do evento, maestro Alex Klein, Madame Butterfly, é vista como a obra mais célebre de Puccini.

“É interessante lembrar que Puccini teve envolvimento com nosso amado Carlos Gomes lá na Itália e no famoso Teatro Alla Scala”, conta Klein. “Desta vez, trouxemos Madame Butterfly que é um título máximo, superior expoente de sua arte e capacidade de contar uma história através da música, com efeitos dramáticos impressionantes”.

Madame Butterfly terá duas apresentações no Femusc. Dias 24 (hoje às 20h30min) e 25 sábado, às 14h), respectivamente. Ambos no Grande Teatro da Scar.

Mais dois dias

A edição dos 20 anos do Femusc está sendo finalizada. Ela alcançou um recorde de inscrições recebendo músicos de 27 países aqui em Jaraguá do Sul. Nesta sexta-feira, teremos a apresentação da ópera Madama Butterfly. No sábado, a programação segue com 12 horas de música clássica, das 10h às 22h.

divulgação//Femusc

No sábado

Pela manhã haverá um concerto para crianças e suas famílias com uma orquestra argentina, onde o maestro se veste de astronauta para conduzir uma viagem musical pelo espaço. No mesmo horário, os adultos podem assistir A História de um Soldado, de Igor Stravinsky, em um concerto teatralizado.

Ao longo do dia, diversas apresentações de violões, pianos e outros instrumentos, culminando no concerto de encerramento, com obras de Schumann, Strauss e um solo de Assum Preto, de Luiz Gonzaga, na guitarra. Os principais concertos, incluindo as óperas, o concerto infantil e o de encerramento, terão transmissão ao vivo pelo YouTube. A programação completa em femsuc.com.br.

Sábado também é dia de Zoológico Musical e Concertos para Famílias, a partir das 10h, seguido do Femusckinho e das demais atrações da programação oficial.

Músicos estrangeiros vêm ao Femusc para estudar sons e ritmos da MPB

O 20º Festival Internacional de Música de Santa Catarina termina no sábado (25) em Jaraguá do Sul, onde 20% dos alunos do curso de Música Popular Brasileira (MPB) são estrangeiros. Músicos de países como Itália, Canadá, Chile, Peru, Colômbia e Costa Rica vieram ao evento para aprender sobre o gênero musical brasileiro, participando de aulas de canto e instrumentos.

Durante as aulas, os alunos têm a oportunidade de estudar com professores brasileiros e realizar apresentações diárias de MPB, abertas ao público. O curso oferece vagas para oficinas de Instrumentos de Música Popular Brasileira, nas modalidades de Canto, Piano, Bateria, Sopros, Guitarra/Violão, Baixo e Acordeão.

reprodução/Femusc

O costa-riquenho Yosafath Arguedas Fonseca, está no curso para estudar piano dentro do contexto da MPB. “No meu país a música brasileira não é muito conhecida e como tem uma grande riqueza, com muitos tipos de instrumentos, queria entender melhor”, conta. Durante os concertos diários, ele interpreta sucessos como “Se eu quiser falar com Deus”, de Gilberto Gil, e “Carinhoso”, de Braguinha e Pixinguinha.

MPB

Marcelo Ghelfi, pianista, regente, arranjador e professor de São Paulo coordena o curso de MPB. Segundo Ghelfi, as aulas de MPB valorizam o passado e o presente da música brasileira.  “O que a gente faz aqui é trazer para os nossos alunos brasileiros aquilo que não foi da geração deles e valorizar aquilo que nós temos hoje. Os alunos estrangeiros vêm com esse mesmo intuito”.
Nesta edição, o Femusc 2025 reúne 350 músicos de 27 países.

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