Política

Lula sai em vantagem no 2o turno, mas Bolsonaro fez mais votos que em 2018

Na prática, a quantidade de votos do segundo colocado nas eleições 2022 foi maior do que a do vencedor de todas as anteriores no primeiro turno. Nunca um candidato havia atingido a marca de 50 milhões de votos na primeira rodada de votação

28/10/2022

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu o maior índice de votação da história do País no último domingo, 2, com 57.258.115 votos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) também bateu recorde, escolhido por 51.071.277 eleitores, quantidade superior à recebida por ele no primeiro turno de 2018, ano em que foi eleito. Na prática, a quantidade de votos do segundo colocado nas eleições 2022 foi maior do que a do vencedor de todas as anteriores no primeiro turno. Nunca um candidato havia atingido a marca de 50 milhões de votos na primeira rodada de votação.

Eleitorado cresceu – Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), houve um aumento de 6,21% do número total de eleitores em 2022, em comparação a 2018. Neste ano, 156.454.011 cidadãos estavam aptos a votar, dos quais 123.679.629 efetivamente compareceram. Foi o maior número de eleitores da história. Na eleição geral anterior, quando Bolsonaro foi eleito, eram 147.306.275.

Destes, 117.364.654 compareceram às urnas. O índice de abstenção, de aproximadamente 20%, foi similar nos dois pleitos.

Além disso, a concentração de votos nos dois principais colocados foi notória em 2022. Isso favorece o recorde pois a dispersão dos votos entre os outros candidatos foi menor. Isso fica evidente ao observar a quantidade de votos recebidos pelos terceiros colocados em cada eleição.

 

Vence quem tiver mais votos

Ao contrário do primeiro turno, quando o candidato pode vencer uma eleição já no primeiro turno se alcançar 50% dos votos e mais um único voto, descontados os votos nulos e brancos, no segundo turno vence quem for o mais votado. Quando o atual presidente, Jair Bolsonaro, foi eleito em 2018 contra Fernando Haddad (PT), ele conquistou, em segundo turno, 55,13% da preferência dos eleitores contra 44,87%. Em números, foram 57.797.847 votos contra 47.040.906 votos.

 

 

Mais votados no primeiro turno

 

1989

Fernando Collor – 20.611.030

Lula – 11.622.321

Brizola – 11.167.665

 

1994

FHC -34.350.217

Lula – 17.112.255

Enéas Carneiro – 4.670.894

 

1998

FHC – 35.936,382

Lula – 21.475,211

Ciro Gomes – 7.426,187

 

2002

Lula – 39.455.233

José Serra – 19.705.445

Anthony Garotinho – 15.180.097

 

2006

Lula – 46.662.365

Geraldo Alckmin – 39.968.369

Heloísa Helena – 6.575.393

 

2010

Dilma Rousseff – 47.651.434

José Serra – 33.132.283

Marina Silva – 19.636.359

 

2014

Dilma Rousseff – 45.929.779

Aécio Neves – 37.715.101

Marina Silva – 24.306.461

 

2018

Jair Bolsonaro – 49.277.010

Fernando Haddad – 31.342.051

Ciro Gomes – 13.344.371

 

2022

Lula – 57.259.504

Jair Bolsonaro – 51.072.345

Simone Tebet – 4.915.423

 

A disputa por regiões

Jair Bolsonaro (PL) venceu em três regiões do país no primeiro turno da disputa à Presidência da República. Já Lula (PT) ganhou nas outras duas. Os demais candidatos não venceram em nenhuma região. Bolsonaro teve mais votos que o petista no Sudeste (23.470.529), no Sul (9.568.041) e no Centro-Oeste (4.727.672), que, juntos, somaram 37,7 milhões de votos.

Já Lula ganhou no Nordeste (21.753.139) e no Norte (4.554.630), que somaram 26,3 milhões. A maior diferença entre os dois candidatos ocorreu no Nordeste, onde Lula teve mais de 21 milhões de votos, enquanto Bolsonaro teve mais de 8,7 milhões. A diferença, portanto, foi de quase 13 milhões de votos. Já a disputa mais apertada ocorreu no Norte, no qual Lula venceu Bolsonaro por pouco mais de 158 mil votos.

Lula venceu em todos os estados do Nordeste. E Bolsonaro ganhou em todos os estados do Centro-Oeste e do Sul, incluindo o Distrito Federal. No Sudeste, Bolsonaro ficou à frente em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo; já Lula venceu em Minas Gerais.

O Norte foi a região mais dividida, com Lula à frente em quatro estados (Amapá, Amazonas, Pará e Tocantins); e Bolsonaro, em três (Acre, Rondônia e Roraima).

 

DOCUMENTOS PARA VOTAR – O voto é obrigatório para maiores de 18 anos e facultativo para analfabetos, maiores de 70 anos e pessoas com 16 e 17 anos. É necessário apresentar apenas um documento de identificação oficial com foto. A apresentação do título de eleitor não é obrigatória. Então, antes de sair de casa, veja se você está levando um dos documentos aceitos. Entre as opções, estão: carteira de identidade, Carteira Nacional de Habilitação (CNH), identidade social, passaporte, certificado de reservista, carteira de trabalho ou outro documento de valor legal com foto.Também é possível votar apresentando o e-Título desde que a sua foto já apareça por lá. Ou seja, o e-Título substitui o documento em papel e pode ser utilizado como identificação na seção eleitoral somente se estiver atualizado e com foto.

 

O que pode no dia 30 – A Justiça Eleitoral permite a manifestação individual e silenciosa do eleitor no dia da votação para partidos, coligação ou candidato. Isso quer dizer que é permitido o uso de bandeiras, broches, adesivos e camisetas, desde que não provoque aglomerações. Mas, atenção, é proibida a propaganda eleitoral, como pedido de voto pelos candidatos, partidos ou coligações, distribuição de panfletos (conhecidos por santinhos) e outros materiais, abordagem ou mesmo aglomeração de simpatizantes.

 

Horário unificado também no 2° turno

Nestas eleições gerias, estão em uso 577 mil urnas eletrônicas distribuídas por todo o Brasil. Uma das novidades nestas eleições é a unificação da hora de votação em todo o país. Assim como já ocorreu no primeiro turno, no dia 30 de outubro todas as seções eleitorais funcionarão das 8h às 17h do horário de Brasília. Fernando de Noronha, Amazonas e Acre têm horários diferentes de Brasília Ou seja, cidades em fusos diferentes devem se adequar ao horário da capital federal. Na ordem de votação na urna eletrônica, o primeiro voto vai para governador do estado, o segundo para presidente da República. Nos dois casos, números de dois dígitos, mesmo que para candidatos de partidos diferentes.

Eleitores que não votaram no primeiro turno, em dia 2 de outubro, podem votar no segundo turno, desde que em situação regular com a Justiça Eleitoral. Porém, quem se ausentar deve justificar o motivo. Os prazos para a apresentação da justificativa vão até 1º de dezembro de 2022 (ausência no primeiro turno) e até 9 de janeiro de 2023 (ausência no segundo turno), podendo ser feita pelo e-Título, no Sistema Justifica ou no formulário Requerimento de Justificativa Eleitoral.

 

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