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Jovem jaraguaense que pesquisa a cura do câncer ganha bolsa de estudos nos EUA

Persistência, esperança e luta pessoal. É assim que se define a trajetória acadêmica da jovem Camila Wendorff, 23, que saiu de Jaraguá do Sul e atravessou o mundo para lutar por mais espaço das mulheres na área da ciência.

A jaraguaense foi aos Estados Unidos no ano de 2016 através do Au Pair, um programa de intercâmbio voltado para meninas da sua faixa etária. 

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A experiência consiste em cuidar de crianças, vivenciar o dia-a-dia de uma família americana, estudar no exterior e ainda receber por isso.

Em entrevista exclusiva ao JDV, ela explica que trabalhou por dois anos como au pair aprimorando suas habilidades enquanto planejava ir para a faculdade. “ O meu objetivo era aprender a língua e levar para o nível universitário”, comenta a estudante que acabou se matriculando no programa de biotecnologia do Massbay Community College. 

“Eu sabia que a faculdade comunitária era mais acessível e conheci pessoas que passaram dois anos obtendo um diploma de associado, antes de se transferirem para uma universidade para obter um diploma de bacharel”, diz.

Após ganhar destaque na área acadêmica participando de trabalhos voluntários e mentora com seus pares, Camila foi a primeira aluna a ganhar uma bolsa de estudos da Henri A. Temer da Fundação de Educação em Biotecnologia de Massachusetts.

“Eu ajudava a recrutar garotas que sempre tiveram paixão pela ciência, mas não se sentiam encorajadas por ser uma área dominadas por homens”, explica a jovem, que realizou a transferência para a Faculdade Estadual Framingham, em Massachusetts. 

Drama familiar motivou estudante

Além do sonho de uma jovem acadêmica, a entrada na graduação é uma missão de vida para ela após sua avó lutar contra o câncer. A doença motivou a buscar novas pesquisas sobre uma possível cura do câncer.

“Se tornou algo muito pessoal para mim. Sempre quis participar da pesquisa, entender o que se passava com as pessoas acamadas”, comenta. 

Segundo a estudante, o interesse pela área da ciência é familiar. A mãe de Camila é enfermeira e a jovem já teve a oportunidade de trabalhar dentro de um ambiente hospitalar. “Até tentei entrar na área da saúde, mas eu percebi que minha paixão não era estar alí com o paciente, e, sim, se envolver em pesquisas que criem métodos para evitar que alguém passe pelo que minha vó passou”, reflete. 

Para Camila, receber uma premiação deste nível em meio a pandemia é gratificante e um incentivo para continuar se dedicando na carreira em que ela decidiu construir.

 “A vida aqui não é fácil. A parte mais difícil é estar longe da família”, explica. “Mas é uma experiência incrível. Espero que com o conhecimento que estou tendo aqui, eu possa fazer a diferença com a saúde no Brasil daqui alguns anos”, completa. 

Para homenagear sua avó, Camila  planeja continuar seus estudos acadêmicos na pós-graduação, com foco na epigenética.

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