JDV Educação Massaranduba: Por que o jornal na sala de aula em plena era digital?
Próximos ao cotidiano, com notícias e informações por meio de fontes mais confiáveis, indo na contramão das fake news, que se fazem presentes em nosso meio, principalmente quando falamos de um jornal que veicula informações de nossa cidade e região
11/08/2021
A Rede Municipal de Ensino de Massaranduba utilizará o jornal impresso em sala de aula e essa ação baseia-se científica, pedagógica e linguisticamente. Há, nesse movimento, a presença da intencionalidade pedagógica em seu uso para qualificar os processos de ensino e de aprendizagem das crianças da Educação Infantil e dos estudantes do Ensino Fundamental – isso, em meio à “Era Digital”.
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Lidamos diariamente com a tecnologia – cada um a seu modo e conforme suas possibilidades, o que nos apresenta a necessidade de um olhar ampliado e acurado sobre aquilo que vemos, aprendemos ou apenas ouvimos falar e, certamente, isso exige um entendimento para além das mídias digitais; a tecnologia é contemporânea ao nosso tempo, porém, não é a única forma de acesso à informação. Trata-se de um olhar vinculado ao conhecimento, à cultura, à arte, à linguagem e ao cenário sociopolítico que está posto, valorizando o legado histórico e científico que até aqui nos conduziu e que permite, hoje, pensarmos de modo diferente.
Nessa dimensão, a escola se apresenta como instituição central para trabalhar a formação integral do sujeito e a qualidade do conhecimento com fins formativos, cidadãos/emancipadores, que permita uma leitura crítica do mundo para além do óbvio, contribuindo com a formação de sujeitos autônomos e corresponsáveis consigo e com o meio em que vivem. Isso, por sua vez, corrobora com as relações que são estabelecidas entre os sujeitos e os conhecimentos por meio da linguagem, a partir de diferentes contextos em que ela pode ser experienciada.
Neste ponto reside uma das grandes contribuições da formação humana pautada no conhecimento – no sentido pleno do termo – o respeito às diferenças, já que o saber propicia a análise, a compreensão do contexto, dos motivos, a capacidade de encontrar soluções para resolver os problemas, entre outros.
Ainda contextualizando, quanto ao uso e os benefícios formativos, pedagógicos, científicos e linguísticos acerca do uso do jornal em sala de aula, pautamo-nos, também, nos documentos que normatizam, orientam e sistematizam os processos de ensino e de aprendizagem. Vale destacar, que o trabalho com o jornal na sala de aula é apresentado pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017), pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica – DCNEB (2010), pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (1997), pelo Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense (2019), pelas Diretrizes Curriculares Municipais – da Educação Infantil (2019) e do Ensino Fundamental (2021) da Rede Municipal de Ensino, pela Política Municipal de Alfabetização (2020) entre outros. Além disso, é defendido pelo meio acadêmico, linguístico e pedagógico – nacional e internacionalmente, em publicações de livros, artigos em periódicos virtuais e impressos e em congressos de educação em todas as regiões do país.
A riqueza formativa no trabalho com o jornal lida com o desenvolvimento do hábito da leitura e a correlação com os contextos sociais, políticos, culturais. Próximos ao cotidiano, com notícias e informações por meio de fontes mais confiáveis, indo na contramão das fake news, que se fazem presentes em nosso meio. Sem contar que todo esse movimento é mediado pelo professor, intencionalmente, ampliando o vocabulário a partir da norma culta, a leitura de mundo pela palavra e por meio dela, considerando o contexto social já que trabalha com o que é contemporâneo e próximo do que se vive, principalmente quando falamos de um jornal que veicula informações de nossa cidade e região.
Na escola, o trabalho com o jornal pode ser desenvolvido em diferentes disciplinas (áreas do conhecimento) e por diferentes sujeitos conforme sua faixa etária, com viés inter e transdisciplinar, visto que trabalha temas diversos e apresenta variados gêneros textuais em sua composição, como charges, foto jornalismo, gráficos, tabelas, notícias, reportagens, anúncios, poemas, desenhos, paródias, tirinhas, zodíaco, piadas, caça-palavras, cruzadinhas, sudoku, etc. Essas possibilidades podem ser experienciadas tanto por aqueles que já leem como por aqueles estudantes que estão em pleno processo de aprendizagem da leitura e da escrita, já que o professor está presente para encaminhar e mediar todo esse processo.
Vale esclarecer, também, que o trabalho com o jornal em sala de aula ultrapassa a simples leitura; seu trabalho envolve-se com operações complexas do pensamento, como análise, comparação, julgamento, síntese, produção de pontos de vista, etc., o que contribui para a formação de cidadãos autônomos, conscientes e amplia os processos cognitivos dos sujeitos por meio do conhecimento, da linguagem e da condição cidadã. A leitura, como herança cultural de todas as lutas e conquistas que o conhecimento até aqui nos possibilitou, como sujeitos pertencentes ao gênero humano, sempre em transformação e aprendência, nos dá condições de lermos a sociedade por meio de outras vozes e concepções e isso enriquece a complexidade que cerceia e sustenta a formação humana.
Ainda que muitos tenham acesso a alguma forma de tecnologia no contexto atual, sendo esta de qualidade ou não, há que se considerar que este acesso não é feito por todos de igual modo. Aqui se faz necessário o entendimento dos conceitos de equidade, de escola, de instrução pública de ensino, de responsabilidade social, cidadã…
Nessa ótica, incrementar o trabalho desenvolvido nas instituições de nossa rede com a veiculação do jornal – quinzenalmente para cada criança/estudante matriculado – permite a socialização de realidades e projetos particulares experienciados no dia a dia escolar, de uns aprenderem com os outros, das crianças e estudantes, professores, gestão e Secretaria de Educação compartilharem suas ações tomando por base o trabalho com o conhecimento que é vivido em cada Centro de Educação Infantil e em cada Escola . Assim, com o jornal terão condições de aprender mais efetivamente porque são evidenciados como sujeitos centrais da formação, protagonistas e produtores de suas descobertas humanas e intelectivas, sempre em movimento crescente de aprendizagem, sem contar seu cunho social, visto que chegará às famílias também.
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