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Ginástica Artística: Brasil conquista bronze inédito por equipes nas Olimpíadas de Paris 2024

Final feminina foi marcada por competição acirrada do Brasil com a China, Itália, Grã-Bretanha e Estados Unidos

30/07/2024

Ginástica Artística: Brasil conquista bronze inédito por equipes nas Olimpíadas de Paris 2024

Iryna Ilyashenko, Júlia Soares, Lorrane Oliveira, Rebeca Andrade, Flavia Saraiva e Jade Barbosa com o treinador Francisco Porath Neto. | Foto: Miriam Jeske/COB

 

Esta terça-feira, 30 de julho de 2024, ficará marcada por um brilho especial, é data da coroação de gerações que batalharam para transformar a ginástica artística do Brasil numa potência mundial. É o dia da prova de que o Time Brasil tem muito mais do que um diamante em sua delegação, mas cinco joias valiosas capazes de levar o coletivo ao pódio nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.

 

Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares escreveram seus nomes na história olímpica do país. Com nota 164.497, conquistaram o mais valioso dos bronzes, a primeira medalha por equipes da ginástica artística brasileira, no feminino. Ficaram atrás apenas dos Estados Unidos, com 171.296, e da Itália, com 165.494. O bronze sela a quarta edição olímpica seguida com o país no pódio, agora são sete medalhas.

 

A primeira foi o ouro de Arthur Zanetti nas argolas em Londres 2012; na Rio 2016 foram três: prata para Zanetti novamente nas argolas, além da prata e bronze no solo masculino com Diego Hypolito e Artur Nory, respectivamente. Em Tóquio 2020, Rebeca Andrade quebrou o tabu da ginástica feminina com ouro no salto e prata no individual geral, esta foi a quarta medalha do Time Brasil em Paris.

 

O país já conquistou prata com William Lima, no judô, e bronzes com Larissa Pimenta, também no judô, e Rayssa Leal, no skate street, e vem mais por aí: o Brasil está ainda em outras cinco finais na ginástica artística. Rebeca e Julia estão na final na trave, e Rebeca e Flavinha na do individual geral, a campeã olímpica ainda defenderá o título no salto e disputará o solo. No masculino, Diogo Soares compete na final do individual geral.

 

Ginástica Artística: Brasil conquista bronze inédito por equipes nas Olimpíadas de Paris 2024

Foto: Miriam Jeske/COB

 

Acidente com Flávia e aparelhos mais desafiadores dão susto

Medalhista de prata no último mundial e quarta colocada geral na classificatória, a equipe feminina disputou a final contra Estados Unidos, Itália, China, Japão, Canadá, Grã-Bretanha e Romênia. Começou a primeira rotação junto às chinesas nas barras assimétricas, aparelho mais desafiador para o grupo. Logo no aquecimento, um susto. Flávia Saraiva sofreu uma queda e bateu com o rosto na barra, abrindo o supercílio. Apesar de sair andando normalmente, deixou a arena para receber um curativo da médica do COB, Lara Ramalho.

 

Lorrane foi a primeira a se apresentar e quebrou o gelo, tendo apenas um leve desequilíbrio na aterrissagem, recebeu nota 13.000. Na sequência, muita expectativa sobre Flavinha devido ao incidente no aquecimento. Ela não decepcionou, foi precisa nos movimentos e levou 13.666 dos jurados. No único aparelho em que não foi finalista, Rebeca Andrade não cometeu falhas e recebeu 14.533. Com 41.199, a equipe terminou a rotação em quinto na classificação, atrás de EUA, China, Itália e Canadá. Na sequência, a trave.

 

Primeira a competir, Julia Soares infelizmente sofreu uma queda e foi penalizada, ficando com 12.400. Flavinha foi a segunda a executar a série e teve um desequilíbrio leve, sem maior comprometimento, e recebeu 13.433. O Brasil ainda protocolou um protesto pela nota de dificuldade, mas não foi atendido. Rebeca novamente fechou a sequência, teve um desequilíbrio no meio da série, mas se recuperou e cravou a saída. Os 14.133 que recebeu levaram o Brasil a 81.165 no somatório, a sexta soma no geral.

 

Solo e salto viram o jogo rumo à medalha inédita

No solo, o jogo começou a virar. Com um misto de Raça Negra e Edith Piaf, Julia Soares esbanjou carisma e levou 13.233. Flavinha, ao som de um clássico Cancã, levantou o público e somou mais 13.533. Rebeca Andrade novamente encerrou a passagem do Brasil, apesar de alguns desequilíbrios nas aterrissagens, ela recebeu 14.200 e recolocou o Brasil no páreo com 122.132, apenas 0.001 atrás da China. No salto, o melhor aparelho, a obrigação para ir ao pódio era tirar pouco mais de dois pontos de diferença de Grã-Bretanha e Canadá. Jade abriu a série, mas pisou fora da nota de aterrissagem e foi penalizada: 13.366. Flavinha também teve um leve desequilíbrio e um passo na chegada, aí recebeu 13.900.

 

Rebeca executou um Cheng e fechou a apresentação do Brasil com 15.100 e 164.497, era preciso esperar os adversários, a tensão era gigante diante da expectativa. O Canadá ficou pelo caminho, mas a Grã-Bretanha ainda tinha duas apresentações na trave. Nem o maior esforço das britânicas foi suficiente para apagar o brilho brasileiro, a festa do Brasil e a medalha inédita estavam garantidas. Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares se juntaram a Rebeca Andrade e hoje podem dizer que são medalhistas olímpicas. O legado de Luisa Parente, Soraya Carvalho, Daniele Hypolito, Daiane dos Santos, Lais Souza e tantas outras pioneiras foi honrado, que venham outras gerações.

 

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Por

Sou Felipe Junior, jornalista formado, na Universidade Regional de Blumenau (Furb), pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Multimídias, na Anhembi Morumbi, em São Paulo.

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