Geração Z está envelhecendo mais rápido que os Millennials? Entenda teoria

O influenciador norte-americano Jordan Howlett argumenta que o estresse é um fator significativo para a percepção de que os Millennials parecem mais jovens, enquanto a Geração Z aparenta ser mais velha.

 

Em um vídeo nas redes sociais, Howlett, que tem 26 anos, comenta que frequentemente é confundido como irmão mais velho de sua mãe. O vídeo, que acumula quase 80 milhões de visualizações no Instagram, X e TikTok, levanta questões sobre o envelhecimento precoce da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) em comparação com os Millennials (nascidos entre 1980 e 1995).

As possíveis causas incluem pressão estética, questões de saúde e mudanças de mentalidade.

 

 

Um estudo publicado na revista “Medical News Today” aprofundou o tema e sugeriu que o envelhecimento pode estar relacionado a fatores genéticos. A pesquisa revelou que pessoas nascidas a partir de 1965 têm 17% mais chances de envelhecimento acelerado comparadas às nascidas entre 1950 e 1954.

 

Isso implica que a idade biológica das células desses indivíduos é maior do que a idade cronológica, o que pode estar relacionado ao aumento de diagnósticos de câncer, especialmente colorretal, em pessoas mais jovens.

 

 

Juliana Berretta, geriatra do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que alguns hábitos da Geração Z, como tabagismo, consumo de alimentos ultraprocessados, sedentarismo, obesidade e relações sexuais sem preservativo, contribuem para o aumento de incidências de certos tipos de câncer.

 

 

No TikTok, a influenciadora norte-americana Shawna Faith, de 22 anos, também abordou o tema, após ser confundida com uma pessoa de 45 anos.

 

Ela compartilhou sua experiência com procedimentos estéticos, refletindo um relatório da “American Society of Plastic Surgeons”, que registrou um aumento de 25% em cirurgias de implante nos seios e 8% em procedimentos faciais de 2022 para 2023.

 

 

Ligia Novais, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), associa essa tendência ao uso intenso das redes sociais pela Geração Z, que se torna alvo de informações rápidas e superficiais sobre saúde, moda e beleza.

 

Muitos jovens se submetem a procedimentos estéticos sem a devida pesquisa, resultando em aparências mais maduras e, por vezes, na perda de identidade.

 

 

Novais alerta que os procedimentos estéticos devem ser realizados de forma prudente e moderada, respeitando as características individuais para evitar efeitos colaterais e problemas de saúde a longo prazo. A orientação de profissionais qualificados é crucial para garantir que a saúde da pele seja priorizada.

 

Além dos fatores estéticos, questões comportamentais como amadurecimento precoce, pressão social, alto volume de informações e a busca por independência financeira também contribuem para a sensação de envelhecimento precoce na Geração Z.

 

Uma pesquisa do Pew Research Center indicou que 70% dos jovens dessa geração nos Estados Unidos já enfrentaram episódios de depressão e ansiedade. Segundo Elton Kanomata, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein, a autocobrança e a comparação com influenciadores digitais geram uma busca desgastante por uma realidade idealizada.

 

 

Beatriz Menezes, analista de marketing de 25 anos, exemplifica essa pressão: “Queremos tudo para ontem”. Ela observa que rankings de jovens profissionais de destaque e celebridades com menos de 30 anos e fortunas milionárias intensificam a sensação de que, aos 30 anos, já deveriam ter alcançado sucesso significativo.

 

 

Essa percepção de envelhecimento precoce está fortemente ligada às conquistas e, principalmente, ao que ainda não foi conquistado, como aponta Menezes.

 

 

Fonte: Gshow

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