Sou Felipe Junior, jornalista formado, na Universidade Regional de Blumenau (Furb), pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Multimídias, na Anhembi Morumbi, em São Paulo.
Futsal: A trajetória mundial do catarinense Dyego Zuffo
O ala do Barcelona, eleito melhor jogador da Copa do Mundo, completa recorde de período entre seu clube e sua seleção
12/10/2024
Quando Dyego Henrique Zuffo chegou ao futsal do Barcelona, em janeiro de 2014, ninguém sabia se devia chamá-lo de Dyego, Henrique ou Zuffo. A verdade é que chegou a uma equipe no meio de um ciclo vitorioso que iniciava uma etapa não tão fecunda como a que o precedeu, uma das características assumidas era a capacidade de drible. Mais de uma década depois, não há dúvidas até em apresentá-lo como um “presente”, além de se contrastar como um líder inquestionável tanto pelo seu peso nas equipes quanto pelo seu histórico de conquistas. Uma figura muito completa, a vitória na Copa do Mundo com o Brasil e o consequente troféu de melhor jogador do torneio parecem o toque final para uma esplêndida carreira do atleta, hoje com 35 anos.
Ele usa com integridade tanto a braçadeira de capitão de seu time nacional, cheio de estrelas, quanto a do time blaugrana, onde um início hesitante lançou sombras. O início do caminho não foi fácil, neste mesmo ano acabou conquistando uma Taça dos Campeões da Europa e uma Taça do Rei quando não tinha peso específico no esquema de Marc Carmona. Chegou em um momento difícil e coincidiu com o esplendor momento do Inter Movistar de Ricardinho, ala português muitas vezes melhor do mundo. Somente em 2018, com outra Copa do Rei, a sequência de rebatidas foi quebrada. Em 2019 as coisas mudariam, o brasileiro já se consagrou como um dos melhores jogadores do momento e mostrou uma parceria arrasadora com o compatriota pivô Ferrão.
Os resultados começaram a chegar de forma deslumbrante: mais duas Ligas dos Campeões, quatro Ligas Espanholas, quatro Taças da Espanha, três Supercopas da Espanha e cinco Taças do Rei. A Copa do Mundo do Uzbequistão e a Copa América conquistada em 2024 com a camisa verde e amarela são uma progressão lógica depois de anos sendo o farol das duas seleções, das quais faz parte até hoje. Em ótima forma também, seu desempenho nas eliminatórias do campeonato mundial foi decisivo. Contra o Marrocos, nas quartas de final, proporcionou tranquilidade com o terceiro gol sul-americano graças ao seu típico drible para dentro, o chamado “Dyeguinha”, com alto percentual de acerto graças à rápida aceleração do chute. Contra a Ucrânia, nas semifinais, seu desempenho foi ainda melhor.
Foi a partida mais difícil da equipe de Marquinhos Xavier, pois foi a única em que começou com o placar contra, mesmo após o intervalo. A pausa foi boa, principalmente para o ala, que em uma de suas primeiras intervenções bem-sucedidas se livrou do adversário e mandou uma bola para o segundo poste que terminou em comemoração. Depois, marcou mais dois gols para selar a partida. Na fase de grupos, ele não conseguiu fazer um gol, mas mostrou tanta superioridade na intuição dos espaços que ninguém olha sua carteira de identidade. Se o fizerem, é de surpreender. Ele é uma das estrelas da Liga Espanhola com total mérito e, há alguns dias, não tem mais título para conquistar. Não sabemos se a trajetória de Dyego chegará ao fim em breve, mas sabemos que está a seus pés o que fez do Barça um dos clubes de maior sucesso de todos os tempos.
O início de carreira
Melhor jogador da Copa do Mundo, ele começou a jogar futsal na pequena cidade de Palmitos, onde nasceu em Santa Catarina, o atual capitão da Seleção Brasileira começou jogando nas quadras que tinham na cidade na época. Aos 12 anos, Dyego ingressou na escolinha de futsal local, onde começou a se destacar. Aos 15 anos, decidiu se mudar para Chapecó, uma cidade vizinha, para buscar novas oportunidades, assim foi para o São Miguel do Oeste. Aos 17 anos, ele já estava competindo no Campeonato Catarinense.
Sua carreira deu um salto significativo aos 18 anos, quando estreou na Liga Nacional com a equipe Copagril, de Marechal Rondon, no Paraná, e foi para o Barcelona. No clube catalão, ele encontrou estabilidade e está há 11 anos. Sua primeira convocação para a Seleção Brasileira foi em 2010 e, desde então, ele tem sido uma peça-chave para o time. Nestes 14 anos, Dyego tem 55 jogos, 11 gols e três Copas do Mundo no currículo, além das conquistas da Copa das Nações em 2013, a Copa América em 2024 e o Grand Prix em 2013.
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