Sou Felipe Junior, jornalista formado, na Universidade Regional de Blumenau (Furb), pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Multimídias, na Anhembi Morumbi, em São Paulo.
Futebol: Filhos de peixe? Irmãos se inspiram em pai, do futsal, e viram jogadores
Atletas da base do Novorizontino-SP e Chapecoense-SC, Hector e Herick são filhos de Xoxo, ídolo do Jaraguá
13/01/2025
Fonte: GE
Quando criança, os pais são vistos como um espelho para seus filhos. É muito comum ouvir de um pequeno: “quando crescer, quero ser igual meu pai”. É exatamente isso que acontece na família Rodrigues, mas com um leve “desvio de rota”. Desde pequenos, os filhos assistiam aos jogos do pai, Xoxo, ídolo do Jaraguá Futsal, e não teve outro jeito. Sendo assim, Hector e Herick já sabiam que o futuro deles também estaria ligado por uma bola. A dupla, aliás, até começou nas quadras, seguindo 100% os passos do pai, mas o coração bateu mais forte pelos gramados e os dois viraram jogadores de futebol. Atualmente, Hector está na base do Novorizontino-SP disputando a Copinha, enquanto o irmão, Herick, atua na categoria de base da Chapecoense-SC. Mesmo que longe fisicamente, o pai está no Equador sendo técnico do Società Sportiva Boca, a família segue unida e os dois irmãos têm o mesmo sonho: virar um jogador profissional. Em entrevista, o pai, Marcio Bandeira Rodrigues, que é o famoso Xoxo, ressaltou a relação entre a família e o quanto eles são unidos, sempre pensando no bem maior, que é a evolução dos meninos no esporte.
“Nós somos muito família, tanto eu, a Viviane, que é minha esposa, os avós, todos somos muito apegados. Eu por ser um ex-jogador de futsal e agora treinador, eu sempre briguei pelo futsal. Os meus filhos, tanto o Hector como o Herick, acabaram indo para o lado do futebol de campo. Jogaram na quadra até os 13 anos de idade e acabaram migrando para os gramados e hoje estão buscando seu espaço, sabemos que a dificuldade é bem maior e a concorrência é muito grande”, afirmou. “O futebol de campo requer muitas coisas que hoje conversamos bastante com eles, disciplina principalmente para ser um atleta profissional. Conversamos bastante sobre isso, mas é um dom que eles têm e cada dia aprimora mais e tem a qualidade individual. Nós trabalhamos bastante isso aí com eles, não só nós, como os empresários e os clubes também. Eles sabem dessa relação que temos, dessas dificuldades, mas eles não querem saber, eles focam no primeiro plano, o plano A, que eles querem é o futebol. Nós nos preocupamos, pensamos no plano B, mas espero que eles consigam, com muita resiliência, com muito trabalho, buscar esses objetivos”, comentou.
O ídolo
Xoxo também falou sobre ser a principal inspiração dos meninos, admiração esta que começou com eles ainda pequenos acompanhando o pai nas quadras. Hoje, os papéis se inverteram e é o pai que assiste os jogos dos filhos, só que nos gramados. “Eu tive a oportunidade deles me verem jogar ainda, quando eu joguei como profissional no futsal, eles sempre me acompanharam. No Jaraguá fui campeão da Liga Nacional, joguei mundial, joguei pela Seleção Brasileira e tive essa oportunidade deles me acompanharem, eles sempre falam que o ídolo é o pai. Claro que eles têm os ídolos maiores no meio do futebol, que é Messi, Neymar, mas eu acho que nesse sentido sempre nos apoiamos, sempre deixei eles livres para escolherem, se eles queriam futebol, se eles queriam futsal, se eles queriam vôlei ou qualquer coisa. Porém, eles sempre escolheram futebol, então essa é uma coisa muito gratificante para mim”, relatou.
A parte mais difícil, com certeza, é a distância, cada filho em um estado e o pai fora do país para cuidar dos projetos de futsal. É o que mais entristece Xoxo, que comemorou o fato de ter conseguido se juntar com os filhos e a esposa e passar as festas de fim de ano em Novo Horizonte-SP. “Nos desdobramos bastante, as dificuldades são muito grandes, mas é um momento que precisamos estar perto dos filhos. Uma idade que precisamos estar acompanhando, precisamos dar o suporte como família, o suporte de experiências que temos no meio do futebol. Porque não é fácil hoje ser um jogador, todo mundo sabe jogar bola, mas requer muita disciplina, requer muita conversa, muita psicologia, porque o dom eles têm, mas nesse meio é bem disputado e no meio do futebol tem bastante, principalmente no futebol de campo, muita sacanagem também”, declarou.
Os prós e contras
“Uma coisa que nunca conseguimos fazer era passar o Natal e Ano Novo juntos, tivemos a oportunidade de irmos para Novo Horizonte e nós quatro passamos juntos as festas. O futuro só a Deus pertence, mas nós conversamos, o Hector está jogando a Copa São Paulo de Futebol Júnior pelo Novorizontino e hoje o Tigre do Vale é um clube a ser batido. Conversamos bastante com eles, trabalhamos a cabeça, é um dia de cada vez. Tenho certeza que vai dar tudo certo e eles serão atletas profissionais de alto nível”, destacou. O sentimento é um só: orgulho. Xoxo enalteceu os filhos que seguiram seus passos, mas, além disso, falou sobre sua admiração pelas pessoas que são Hector e Herick. “É um orgulho muito grande, eu como pai, ex-atleta, como amigo, sou muito orgulhoso. Tanto eu, como minha esposa e os avós, temos muito orgulho dos filhos que temos e criamos. Não só eles como atleta, mas também como pessoa. Por mais que eu esteja longe, acompanho, falo com eles todos os dias e dou o suporte. Só tenho uma palavra a dizer: gratidão, por eles escolherem esse caminho. Sabemos que tem muita coisa a percorrer pela frente, mas sou muito grato pelos meus filhos hoje”, acrescentou. De fato, a admiração é mútua. Hector e Herick rasgam elogios à maior inspiração deles: o pai.
Com 19 e 18 anos, respectivamente, eles têm convicção de onde querem chegar, mas sem esquecer das origens e de quem os ajudou a estarem onde estão hoje. “Ele é nosso ídolo, não só por ele ter jogado futsal, mas também pelo ser humano que ele é. Nossa relação é muito boa, ele sempre nos dá dicas e apoia em todas as nossas decisões. Eu sou muito grato por tudo que ele fez por nós”, afirmou Hector, jogador do Tigre do Vale, de São Paulo. “A nossa história começa muito cedo e sempre tivemos o apoio do meu pai, tanto no futsal quanto no campo. Sempre foi muito importante para nós, eu posso dizer que hoje ele é uma inspiração e sempre foi no esporte. É uma pessoa que seguimos, gostamos que esteja junto, do nosso lado, porque sabe tudo o que estamos passando e entende também porque ele já passou. Meu pai sempre foi muito importante nessa parte, porque sempre deu todo o apoio, todo o suporte que a gente sempre precisou”, comentou Herick. “Hoje escolhemos pelo campo e temos todo o apoio dele, mas ele sempre brinca e fala que ele é um defensor do futsal, que se a gente quisesse voltar para as quadras ele ia ficar muito feliz. Então, ele até brinca, às vezes, mas temos todo o apoio dele, é muito importante ter ele nessa parte da nossa vida”, finalizou o atleta do Verdão do Oeste.
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