Santa Catarina

Fiesc lança Agenda da Água e faz alerta sobre a sua qualidade

O tema água estará presente nas discussões da Conferência do Clima (COP 28), que será realizada em Dubai, de 30 de novembro a 12 de dezembro.

16/11/2023

A Federação das Indústrias (Fiesc) lançou na terça-feira (7), a Agenda da Água 2023. Um dos alertas trazidos na publicação é para as 10 regiões hidrográficas catarinenses, que necessitam de intensa atividade de gerenciamento e grandes investimentos.

 

Dados do Plano Estadual de Recursos Hídricos mostram que, até 2027, caso nenhuma medida venha a ser tomada, 80% delas estarão insustentáveis em relação à qualidade da água e 70% podem alcançar níveis que vão de crítico a insustentável no que tange à quantidade do insumo.

 

O tema água estará presente nas discussões da Conferência do Clima (COP 28), que será realizada em Dubai, de 30 de novembro a 12 de dezembro. A agenda da Fiesc apresenta proposições para a construção das diretrizes de uma política de estado, visando a gestão sustentável dos recursos hídricos em Santa Catarina, explica o presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, observando que água é essencial para a vida e para qualquer atividade humana.

 

Ele salienta que Santa Catarina é pródiga em recursos hídricos, com rios e imponentes bacias, baías, estuários, água subterrânea e fontes de águas termais. “Apesar de índices sociais de destaque nacional, o estado apresenta distorções no saneamento (qualidade), na distribuição da água, que é insuficiente em algumas regiões (suprimento), além de ser acometida por enchentes e secas (excesso ou falta do insumo). “Por isso, é importante garantir uma gestão competente e a provisão de recursos financeiros, com destaque para o saneamento, visando a universalização do acesso, previsto em lei”, completa.

 

Fiesc lança Agenda da Água e faz alerta sobre a sua qualidade

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FIESC – SC tem graves problemas no atendimento urbano de esgoto

 

De acordo com a Agenda da Água lançada pela Fiesc, na semana passada, Santa Catarina, na área de saneamento, ocupa a 19ª posição no índice de atendimento urbano de esgoto — com uma cobertura de apenas 32,2% — bem abaixo da média nacional, que é de 64% (dados do SNIS, ano-base 2021). Hoje, quase 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e quase 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, a cada R$ 1 investido em saneamento, gera uma economia de R$ 4 em saúde.

 

Conforme estudo do Instituto Trata Brasil, para atingir a universalização do saneamento, Santa Catarina precisaria investir cerca de R$ 6,4 bilhões até 2033. Os recursos são capazes de incorporar quase 2,5 milhões de pessoas no sistema de distribuição de água tratada e cerca de 6,3 milhões de pessoas no sistema de coleta de esgoto. 

 

O acesso ao saneamento básico no estado pode gerar benefícios econômicos significativos, como aumento da produtividade do trabalho e valorização imobiliária. Com isso, o estado pode ganhar R$ 23,9 bilhões até 2055, se universalizar os serviços de água, coleta e tratamento de esgoto.

 

Desastres naturais: De acordo com o Atlas Digital de Desastres no Brasil (2023), de 1991 a 2022, Santa Catarina registrou mais de 32,5 bilhões de prejuízos com desastres naturais — o sexto maior do país. Nesse montante, estão calculados desastres decorrentes de alagamentos, chuvas intensas, enxurradas, inundações, movimento de massa, rompimento/colapso de barragens, estiagem e seca. Nesse mesmo período, os prejuízos das indústrias catarinenses, decorrentes de desastres naturais, totalizaram R$ 2,67 bilhões — o estado lidera o ranking brasileiro.

 

Menos de 33% do esgoto gerado em SC tem tratamento

 

O novo Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020, movimentou uma das áreas mais estagnadas da infraestrutura brasileira. A lei definiu metas ousadas para todos os municípios do País, a universalização do saneamento básico até 2033. Isso significa garantir o abastecimento de água potável para 99% da população, e coleta e tratamento de esgoto para 90%. A meta é desafiadora, porém civilizadora, considerando que 33 milhões de brasileiros não têm acesso à água e 100 milhões ainda sofrem com ausência de coleta e tratamento de esgoto. A cobertura de esgoto no Brasil se estende a pouco mais de metade da população, enquanto 84% já têm acesso à água, de acordo com dados compilados pelo Instituto Trata Brasil.

 

Santa Catarina terá que andar rápido. Apenas 32,2% do esgoto urbano gerado no Estado é tratado adequadamente, em redes públicas, conforme compilação da Fiesc com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) 2021. Nas cidades catarinenses que estão entre as 100 mais populosas do Brasil a situação é um pouco melhor, mas ainda assim elas ocupam a parte de baixo da tabela no ranking elaborado pelo Trata Brasil e GO Associados, que considera, além de cobertura, variáveis como perdas no sistema e investimentos.

 

Fiesc lança Agenda da Água e faz alerta sobre a sua qualidade

 

FIESC- Jaraguá é considerada uma das exceções em saneamento básico 

 

O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Jaraguá do Sul atende 99,8% da população com distribuição de água. A rede soma 946 quilômetros e chega a 74 mil unidades consumidoras. O abastecimento envolve 39 reservatórios e 72 unidades de pressurização, chamadas de boosters, que asseguram a chegada da água a localidades mais altas ou afastadas. Todas as ligações do município possuem hidrômetros, garantia de registro confiável do volume consumido em cada cliente.fiesc

 

Um dos focos vem sendo a redução das perdas de água. Entre as ações estão a execução rápida e qualificada dos reparos dos vazamentos, substituição e melhoria da infraestrutura, troca periódica dos hidrômetros, controle da pressão e pesquisa ativa de vazamento não-visível, com base na análise dos dados da telemetria. Desde o início do programa de controle de perdas, em 2011, o índice caiu de 41% para os atuais 31%.

 

O Samae se destaca por ser uma das poucas autarquias do País que atende as quatro vertentes do saneamento básico (água, esgoto sanitário, drenagem pluvial e resíduos sólidos). No sistema de esgotamento sanitário são mais de 660 quilômetros de redes coletoras e 137 unidades de bombeamento que direcionam os resíduos para quatro estações de tratamento. A fase líquida é devolvida aos rios e a sólida é prensada e encaminhada ao aterro industrial. Jaraguá do Sul possui 90% de coleta e tratamento de esgoto sanitário na área urbana.

 

“Nosso sistema de abastecimento de água está preparado para os próximos 30 anos”, informa o diretor-presidente Onésimo Sell. “Já o sistema de tratamento de esgoto, mesmo já atendendo o novo Marco Legal, passará por investimentos que levarão a melhorias e ampliações nos próximos anos”, anuncia.

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Estudante da 5ª fase de Design, curiosa por natureza e apaixonada pelo que faz.

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