Brasil

Faxineira é impedida de aquecer o almoço: ‘Não adianta ser doutor e não ter educação’

Na última segunda-feira (27), a confeiteira e faxineira Marcelle Oliveira da Silva acordou cedo em sua casa, no bairro Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, para chegar às 8h da manhã em Ipanema, onde trabalharia –limpando a casa de um novo cliente pela primeira vez.

O trajeto demora cerca de duas horas, dependendo de como está o trânsito na avenida Brasil. Ao chegar lá, ela conta que foi recebida pelo dono da casa com um olhar torto, mas tentou ignorar. Foram quatro horas de trabalho pesado, até que que deu meio-dia e Marcelle foi almoçar.

“Falei para ele que ia usar o microondas para aquecer minha comida e ele disse: ‘Os eletrodomésticos da casa não são permitidos para funcionários’. Eu fiquei sem entender e ele repetiu: ‘Os eletrodomésticos da casa não são para o uso de funcionários'”, conta ela, em entrevista a Marie Claire.

Indignada, Marcelle disse que não iria conseguir trabalhar sem comer, e o homem continuou negando a ela a possibilidade de usar o micro-ondas. Foi então, que ela arrumou as coisas e foi embora.

Como tem o costume de compartilhar no Twitter histórias sobre seu dia a dia e seu trabalho, Marcelle comentou sobre o caso na rede social e viralizou. “Estou indo para a minha casa. Larguei a faxina para lá. Não poder esquentar meu almoço? Que isso, gente! Diarista ou faxineira é ser humano igual a vocês. Não adianta ser doutor e não ter educação e respeito pelos outros”, postou ela.

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Camille Moreland

Estudante da 5ª fase de Design, curiosa por natureza e apaixonada pelo que faz.