Alimentação e endometriose: saiba o que comer e o que evitar no tratamento

“Na endometriose temos o crescimento de um tecido semelhante ao endométrio (o qual deveria estar dentro do útero) fora do útero, podendo acometer ovários, intestino, trompas, bexiga e outros órgãos da região pélvica, principalmente, causando dores na região, na relação sexual, para evacuar e/ou para urinar, cólicas, pontadas e também oscilação no funcionamento do intestino”.

Segundo a profissional, “a alimentação ajuda não apenas a controlar o avanço da doença, mas também a melhorar os seus sintomas, como as dores e cólicas, conter a inflamação e facilitar o trânsito intestinal”.

No cardápio de quem tem endometriose, a “comida de verdade” deve ser priorizada. “Quando pensamos em legumes, verduras e frutas, todos são excelentes aliados pela ação anti-inflamatória, antioxidante, presença de fibras e fitoquímicos que ajudam a reduzir a inflamação e promover o sistema imunológico”, explica a nutricionista.

E a profissional acrescenta: “Não existe um que seja melhor do que o outro, embora possamos ressaltar as características de vários deles, como: antioxidantes das frutas vermelhas, quercetina da maçã e da cebola e o resveratrol da uva.

Mas o mais importante mesmo é que tenhamos um rodízio e consigamos ofertar de maneira variada esses alimentos e seus nutrientes“.

Na feira e no supermercado, o ideal é optar pela compra de ingredientes orgânicos, quando puder: “Para que possamos diminuir a exposição aos pesticidas e agrotóxicos que também atuam como xenostrógenos (e, por sua vez, podem aumentar o estrogênio)”.

Se você sente muita dor por conta da endometriose, alimentos como gengibre, cúrcuma e camomila podem ajudar a amenizar os sintomas.

“Alguns alimentos podem ajudar, especialmente quando consumidos a longo prazo. Alguns exemplos deles são: gengibre (em forma de chá, batido no suco, em temperos…), cúrcuma (no tempero ou como chá também), chás como camomila e sálvia, extrato de própolis.

Mas, vale dizer, sem a base bem estabelecida como falamos anteriormente, esses alimentos não serão milagrosos”.

Não há alimentos proibidos para quem tem tratamento. No entanto, alguns devem ser evitados e reduzidos, como ultraprocessados e ingredientes que possuem grande teor de gordura, açúcar e sal — salgadinhos, biscoitos industrializados, achocolatados, requeijão, pizzas prontas, sucos de caixa, refrigerantes devem entrar na lista do que deve ser evitado.

Soja e alimentos derivados da planta também devem ser evitados, pois ela pode aumentar os níveis de estrogênio.

“Quando pensamos em reduzir, a lista é menor, mas também devemos ficar atentas: reduzir o consumo de carne vermelha para, no máximo, 2 vezes por semana;

reduzir o glúten e alimentos com farinha do dia a dia, deixando para dias mais especiais; reduzir o café para, no máximo, 200 mililitros por dia, mas melhor ainda se conseguir menos”, recomenda.

Quem tem endometriose já deve ter ouvido que deve-se evitar jantar tarde. No entanto, esta é uma recomendação é para todos: “A explicação para isso tem relação com o nosso ciclo circadiano, o ritmo biológico que deveríamos seguir para o melhor funcionamento do nosso organismo e que tem relação direta com a luz do dia e a nossa produção hormonal”, de acordo com a nutricionista.

É recomendado também jantar cedo para que a digestão seja feita antes de ir para cama e não atrapalhar o sono.

“Quanto mais cedo fizermos o jantar, maior o tempo de você fazer a digestão até a hora de dormir e isso não impactar no seu sono, que é um pilar essencial no cuidado da endometriose, bem como melhor será a sua detoxificação, processo natural de eliminação de toxinas e que também é importantíssimo para o manejo da endometriose”, finaliza.