Eleições 2024: Giro Político

CHEGOU A HORA

Em semana que antecede o primeiro turno das eleições municipais, o debate sobre ideologias e posicionamentos políticos na sociedade brasileira volta a ganhar destaque. Uma pesquisa do DataSenado em parceria com a Nexus mostrou que 40% da população não se identifica com nenhuma das categorias tradicionais esquerda, centro e direita. O padrão se mantém mesmo nos recortes por religião, gênero, raça e sexo.

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Por isso, é de se perguntar se, de fato, trazer ou postar vídeos e imagens com Bolsonaro, Jorginho Mello, senadores e deputados federais e estaduais “da direita” vai mesmo refletir nas urnas neste domingo. Vários candidatos da região, do PL, principalmente, fazem isso. Como a eleição é local, o votante quer saber mais de propostas e de confiança nos candidatos do que naqueles que declaram apoio, mas que não votam em quem, teoricamente, apoiam.

CURIOSIDADE

Uma curiosidade desta eleição em relação ao Vale do Itapocu. Nenhum dos sete prefeitos eleitos em 2020 vão passar os cargos para os sucessores. Barra Velha (Douglas), São João do Itaperiu (Clezio), Massaranduba (Tassi), Guaramirim (Chiodini), Schroeder (Felipe) e Corupá (Tamanini) estiveram envolvidos em atos de corrupção, foram presos e boa parte renunciou aos mandatos. Em Jaraguá, Jair é prefeito pela renúncia de Antídio devido a eleição de 2022.

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Outra curiosidade é verificar até onde o reflexo dessa página triste da história político-administrativa da microrregião vai refletir nas urnas no dia 6. Em Corupá, o candidato de Tamanini é Alceu Moretti (MDB); em Schroeder, o MDB não tem candidato a prefeito, mas apoia Jair Bridaroli (PL). Em Massaranduba, Odenir Deretti é apoiado pelo ex-prefeito Sésar Tassi; em Guaramirim, Osvaldo Devigili era vice de Chiodini (PP) e concorre pelo União Brasil.

NA CONTRAMÃO

Há, também, algumas situações bizarras nestas eleições. Em Guaramirim, Adriano Zimmermann concorre pelo PL e vem de uma família de ex-prefeitos (Lauro Zimmermann, seu avô, e Antônio Zimmermann, seu pai). O seu vice é Dênis Lunelli (PL), que é irmão do deputado Antídio Lunelli (MDB). Mas, em Guaramirim, o MDB tem chapa própria e pura, liderada por Nilson Bylaardt. Além disso, a chapa Adriano/Dênis tem o PSD como coligado, que até há pouco apoiava o atual governo municipal.

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Situação sui-generis também em Jaraguá do Sul. Duas ex-secretárias – Níura Demarchi dos Santos e Manu Wolff – são candidatas a prefeita pelo PP e Podemos e não poupam críticas às gestões das quais fizeram parte. Principalmente no período de Jair Franzner. Então, quando estavam na Prefeitura estava tudo certo? Ocupando cargos chaves não tinham vozes? Não se trata de defender o atual gestor, mas de coerência e o mínimo de empatia. O eleitor não é burro.

PESQUISAS

Algumas pesquisas registradas na justiça eleitoral e divulgadas como em Jaraguá, Guaramirim e Massaranduba, favorecendo Jair Franzner, Adriano Zimmermann e Moacir Kasmirski, respectivamente, deram o que falar e são contestadas pelos adversários. Normal isso. Mas, além disso, dezenas de pesquisas acontecem “para consumo interno”, como termômetro da campanha. Na verdade, a grande pesquisa será nas urnas, no domingo. Não se afasta a possibilidade de algumas zebras.

QUEM VOLTA?

O calor da disputa se intensifica na reta final das campanhas. Muitas candidaturas deixaram para “pegar mais forte” nesse período, que é quando, efetivamente, o eleitor, em sua maioria, se decide em quem votar. Principalmente para vereador. Em Jaraguá são 114 concorrendo para 11 vagas e, em Guaramirim, 113 candidatos para nove vagas. A corrida na Cidade das Guirlandas é mais disputada. Sobre a Câmara, quantos dos atuais vereadores candidatos voltarão em janeiro?

NOVE CLIQUES

Em todos os partidos existem bons candidatos às Câmaras Municipais. O DivulgaCand, da Justiça Eleitoral, traz os candidatos de todos os municípios, onde pode ser consultado. É interessante o eleitor levar uma “cola” para a urna, onde primeiro vota-se para vereador (cinco números) e depois para prefeito (dois números). Será bastante rápido. Nove cliques na urna eletrônica. Ainda há muito eleitor sem saber em quem votar para vereador. O fará aleatoriamente.

TUDO RESOLVIDO

E as propostas? Os problemas dos municípios serão logo resolvidos se todas as propostas dos candidatos se cumprirem. Tem muita gente viajando na maionese. A principal é: de onde virá o dinheiro? Algumas propostas são exequíveis, mas boa parte mirabolantes para um mandato de quatro anos. E candidatos a vereador entrando na competência exclusiva do prefeito. No máximo poderão indicar e o prefeito faz se quiser, ou estiver alinhado com o vereador. Fora disso, é balela.

VANTAGENS

É uma disputa desigual. Quem já é vereador ou prefeito e vai para a reeleição, tem serviços para mostrar na campanha. Seja obras, proposições, indicações, projetos e por aí vai. Feitas com dinheiro do contribuinte. Os candidatos que entram cru têm muito mais dificuldades. Os candidatos com mandatos têm, ainda, assessores trabalhando a favor e toda uma estrutura pública que traz vantagens. Não há equidade.

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