Dengue: nova onda de casos em Jaraguá pode surgir ainda este ano
Dengue – nova emergência epidemiológica pode iniciar em setembro e seguir com quadro preocupante até maio
02/08/2024
A epidemia de dengue perdeu força, mas não chegou ao fim. A classificação, agora, é endemia. No entanto, é possível que o Brasil enfrente outra onda da doença ainda este ano, segundo previsão do Ministério da Saúde. Se a projeção se confirmar, os casos da arbovirose devem aumentar novamente nos últimos meses do ano e se prolongar até maio do ano que vem, abrindo uma nova emergência epidemiológica.
De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Jaraguá do Sul, Talita Piccoli Sevegnani, o aumento de casos deve iniciar em setembro e seguir com quadro preocupante até maio, segundo o pior cenário.
“Já estamos nos estruturando para o enfrentamento da situação, inclusive teremos um novo local para a central da dengue, porque o estande de tiro e toda a estrutura do Parque de Eventos serão utilizados para a Schützenfest. Já estamos verificando alguns locais, que precisam ser amplos e com estacionamento”, diz Talita.
No entanto, ela diz que a prevenção é fundamental e casos podem ser evitados eliminando recipientes com água parada no ambiente doméstico e do trabalho. “Mesmo no inverno, não podemos afrouxar a fiscalização. Se cada um fizer a sua parte, certamente teremos menos casos”.
Com as inúmeras ondas de calor e aumento das temperaturas médias, as condições favoráveis para a proliferação do mosquito são mantidas por um período maior de tempo, o que pode implicar em mais transmissões e em mais doentes. Por isso, as medidas de prevenção, como evitar o acúmulo de água parada, devem ser adotadas ao longo do ano todo, independentemente de ser verão ou não.
Isso é muito crítico por conta da eclosão dos ovos do Aedes aegypti [mosquito transmissor da dengue]. Médias acima de 26°C, 27°C otimizam a reprodução do mosquito, porque facilita a eclosão dos ovos e também aumenta a reprodução e o ciclo de vida acelerado.
Fatores climáticos podem acelerar a subida da curva de casos em 2024
Apesar da queda na tendência de casos da dengue nas últimas epidemiológicas, o Ministério da Saúde já começa a se preparar para a possibilidade de que a curva de casos volte a subir no final do ano, como explicou Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente da Pasta, em recente coletiva de imprensa.
“Nós também já estamos trabalhando com o nosso grupo que faz essa modelagem [dos casos de dengue no país], o InfoDengue, com a possibilidade de que haja uma antecipação dessa epidemia de 2025 no final de 2024”, afirmou a secretária Maciel, na última semana.
Especialistas atribuem o crescimento a um conjunto de fatores, como a introdução de novas versões do vírus no país (existem quatro sorotipos do patógeno causador da dengue) e o impacto das mudanças climáticas. Além disso, destacam o arrefecimento de medidas de combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.
Há a cocirculação desses quatro sorotipos da dengue, o que significa que as pessoas podem adoecer mais de uma vez, porque um sorotipo não gera proteção para o outro. O problema é que, se uma pessoa for infectada por um sorotipo, ela fica imune apenas aquele, mas continua suscetível aos outros três.
As mudanças climáticas são fatores de dispersão do mosquito e na maior incidência da doença. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, mantido pelo Ministério da Saúde, Paraná e Santa Catarina, estados que não sofriam tanto com a doença no passado graças às temperaturas mais amenas, hoje estão entre os 10 com maior incidência de dengue.
Em Jaraguá do Sul, por exemplo, já são mais de 17 mil casos confirmados de dengue, somente em 2024 e 25 mil casos notificados, com 13 óbitos.
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