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De Madonna à Gretchen: Dr. Luiz Haroldo Pereira, cirurgião plástico, aponta os exageros na estética facial
O Brasil é líder no ranking de cirurgias plásticas no mundo
10/04/2023
O Brasil é líder no ranking de cirurgias plásticas no mundo e entre blogueiras e celebridades, os procedimentos parecem cada vez mais simples. Porém os resultados nem sempre são satisfatórios. Após Madonna ter até mesmo seu discurso no Grammy deixado de lado devido às críticas a sua aparência, Gretchen também foi alvo de preocupação dos fãs nos últimos dias após aparecer com uma fisionomia bem diferente, mesmo afirmando não ter passado por nenhum procedimento.
Dr. Luiz Haroldo Pereira, pioneiro da lipoaspiração no Brasil e ex-presidente da SBCP, afirma que a facilidade com que esses procedimentos ocorrem tem deixado as pessoas sem limites:
“Muitas vezes os pacientes têm de 40 a 60 anos e optam por não fazer uma cirurgia, mesmo que seja uma opção melhor, e escolhem injetar preenchimentos. Porém é muito fácil perder a mão e cada vez mais vemos pessoas, que eram consideradas até mesmo um padrão de beleza, exagerando nos procedimentos sem necessidade”.
O queridinho: Ácido Hialurônico
Provavelmente um dos nomes mais conhecidos quando o assunto é estética é o ácido hialurônico. Depois do enxerto de gordura, é uma das substâncias mais comuns e seguras para preenchimentos. E justamente pela sua facilidade, é necessário ter atenção ao exagero.
“Ele tem a finalidade de fazer uma correção da queda que existe na face devido ao tempo, mas não adianta achar que irá recuperar o aspecto de um bebê. Devemos buscar o resultado mais natural e coerente possível”, explica. Os usos mais frequentes são na região malar e na mandíbula, que com o tempo também perde sua marcação natural.
Pele de bebê
Quem nunca ouviu uma crítica sobre a aparência de alguém, alegando que a pessoa exagerou no botox? Ledo engano. A toxina botulínica é responsável apenas por paralisar a área desejada, impedindo o aparecimento de novos vincos e conferindo uma aparência mais firme à pele.
O problema é quando combinado à quantidades exorbitantes de preenchimento. “A toxina muda a qualidade da pele, deixa tudo bem melhor. Para o pé de galinha ou os vincos da testa, é imprescindível, mas se o rosto estiver muito preenchido, pode piorar o aspecto artificial”, conta o médico.
Menos é mais
Para o médico, o segredo do sucesso quando o assunto é estética é não exagerar. “Temos visto cada vez mais as pessoas se transformando em versões não humanas de si. Esse excesso começou nos Estados Unidos e é uma cultura que eu torço para que o Brasil não adote, apesar de diversas celebridades já estarem se mostrando adéptas”.
Quanto mais o paciente se modifica, maiores precisarão ser as intervenções no futuro, afinal, a pele se adapta ao novo volume e a gravidade faz o seu papel. Portanto, os procedimentos estéticos devem ser vistos como uma forma de melhorar a realidade e não construir um novo rosto. “Quando for ao seu cirurgião, peça sempre um pouco menos do que o que você poderia colocar. Caso deseje mais, poderá ser feito, mas com bom senso. Sempre digo: o que implantamos, podemos tirar, mas o que injetamos é bem mais complexo”.
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