Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.
Crônica: O Efeito Flow!
O Efeito Flow! O silêncio pode falar mais do que palavras! “Flow”, vencedor do Oscar, com som original de animais, está contribuindo à adoção
23/03/2025
O silêncio pode falar mais do que palavras. Está aí uma grande verdade! Ainda mais quando nos referimos ao cinema, quando as películas expressam sentimentos pelas imagens. É o que vemos no longa de animação “Flow”, uma coprodução entre Letônia, Bélgica e França, que utiliza somente o som original dos animais e conduz os espectadores da tela grande ao universo do gato que se une a outras espécies para sobreviver a uma inundação.
O Efeito Flow!
O filme, que percorreu o mundo e venceu o Oscar de 2025 como melhor filme de animação, está contribuindo para um aumento na adoção de os gatos pretos em raça definida em todo o mundo! já não era sem tempo! Agora, passam a identificar os gatos pretos como “gatos tipo Flow”. Vale lembrar que o mesmo aconteceu com o personagem Frajola, animação da Looney Tunes, em que os gatos bicolores, em preto e branco, passaram a ser chamados de “Frajolinha”.
A animação dirigida por Gints Zilbalodis levou cinco anos e meio de produção e custou cerca de US$ 3,8 milhões
Com certeza, o fato da película despertar o interesse em gatos pretos, para serem adotados e acolhidos das ruas é uma ótima notícia para os defensores dos direitos dos animais, se pensarmos que, até então, muitos associavam os gatos pretos a “azar” e por isso esses bichanos estavam entre os mais atingidos pela perversidade humana. Quem não lembra dos trevosos tempos da Idade Média, quando os gatos pretos eram queimados juntos com as bruxas? Como “castigo”, pela drástica redução dos gatos nesse período, a Europa foi assolada pela peste bubônica, transmitida pelos ratos… Infelizmente, esse preconceito ainda permanece no inconsciente coletivo e faz com que pessoas menos esclarecidas sigam rejeitando os gatos pretos, brancos, amarelos, cinzentos, mesclados, “tigrados”…
O Efeito Flow!
Para os que amam gatos, como eu, é uma luta desmistificar a imagem negativa desses felinos independentes e adoráveis, quando acolhidos e bem cuidados pelos tutores. Dizer que os gatos gostam mais da casa e das “mordomias” que recebem do que os que os adotam é uma inverdade. Os gatos amam profundamente e são extremamente amorosos e sofrem com a ausência, o abandono e a partida dos tutores. Há inúmeros relatos que comprovam isso, do companheirismo, da gratidão e dos sentimentos profundos que nutrem pelos humanos.
Que esse “Efeito Flow” não seja um modismo passageiro e permaneça como um divisor de águas, para que o ser humano possa abrir espaço para os gatos, e não somente dos pretos, mas para todos, especialmente os que encontramos todos os dias, vulneráveis, passando fome, sentindo sede, calor e frio sem nenhum outro tipo de proteção além das organizações não governamentais e da boa vontade individual.
Na Letônia, o entusiasmo atingiu o ápice, a ponto de terem construído uma estátua de Flow na capital, Riga
O entusiasmo do povo letão com a premiação inédita de Flow é expressada de diversas formas
O Efeito Flow!
A origem e a trajetória dos gatos
Venerados no Antigo Egito, onde eram considerados deuses, os gatos são muito valorizados no dias de hoje em países como o Japão, que criaram o conceito “Cat Coffe”, e na e Turquia, onde circulam livremente, são respeitados e têm trânsito em todos os lugares. Mas você conhece a origem dos gatos?
“Acredita-se que todas as espécies de felinos modernos vieram de um ancestral – o gato selvagem do Oriente Médio, Felis Sylvestris. Os investigadores basearam amplamente essa teoria nas suas semelhantes estruturas ósseas. No entanto, surgiram mais evidências sobre a origem dos gatos quando um estudo publicado em 2007 analisou o DNA de diferentes gatos selvagens de várias regiões e os comparou com gatos domesticados. Curiosamente, eles descobriram que o DNA do gato selvagem africano se relacionava tanto com raças puras (sim, até o elegante Ragdoll ou Siamês) quanto com moggies de raça mista, o que acrescenta peso à teoria do antepassado comum.
Quando se trata da história dos gatos, é muito difícil determinar quando foram domesticados pela primeira vez. Isto deve-se em grande parte ao fato mencionado anteriormente de terem esqueletos demasiado semelhantes.
Não foi até 1983 que tivemos o primeiro indício de domesticação de gatos, quando uma mandíbula de gato foi localizada no Chipre durante uma escavação arqueológica e estimara-se que a domesticação havia ocorrido há 8.000 anos atrás. Os investigadores pensaram que este gato deve ter sido domesticado porque a única maneira de um gato chegar à ilha era por meio de um navio com humanos, e era incrivelmente improvável que eles conseguissem trazer gatos selvagens com eles.
Pesquisas posteriores em 2004 definiram a origem da domesticação do gato ainda mais longe, de acordo com o The Smithsonian, um gato foi encontrado propositalmente enterrado com um humano, que se pensava ter 9.500 anos de idade.
O Efeito Flow!
Desde então, outro estudo foi feito em 2017 na Universidade de Leuven. Esta pesquisa analisou o DNA de 200 gatos encontrados em sítios arqueológicos no Oriente Próximo, África e Europa. As idades dessas descobertas variaram entre 100 e 9.000 anos atrás, com algumas a indicarem até 12.000 anos.
O Smithsonian também afirma que alguns pesquisadores acreditam que o processo inicial de domesticação começou com os primeiros assentamentos agrícolas há cerca de 12.000 anos no Crescente Fértil (localizado no Oriente Médio). Os historiadores propuseram que, à medida que as pessoas começaram a cultivar e usar depósitos de grãos, isso atraiu ratos e ratazanas, e com a abundância de presas vieram os gatos selvagens. É provável que as pessoas tenham reconhecido os grandes benefícios do controlo de pragas, então permitiram que esses gatos ficassem, o que acabou por os levar a viver nas suas casas e se tornarem seus companheiros”. (Fonte: https://www.purina.pt/artigos/gatos/gatinhos/comportamento/origem-gatos).
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