Cresce o número de famílias endividadas
O indicador subiu pelo quarto mês consecutivo
11/11/2022
O volume de famílias com contas atrasadas no país subiu em outubro e atingiu a maior taxa anual em seis anos, segundo divulgou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Uma Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, aponta que a proporção de famílias inadimplentes ficou em 30,3% no mês passado, uma alta de 0,3 ponto percentual em relação a setembro. E de 4,6 pontos em relação a outubro de 2021.
Esse avanço de 4,6 pontos em 12 meses foi o maior registrado na comparação anual desde março de 2016, informou a CNC. O indicador subiu pelo quarto mês consecutivo. De acordo com a CNC, o aumento da inadimplência pode ser explicado pela combinação de grande nível de endividamento e juros altos. Na avaliação da entidade, esse cenário dificulta a quitação de todos os compromissos financeiros dentro do mês, mesmo com a melhora progressiva no mercado de trabalho, a queda da inflação e as políticas de transferência de renda reduzindo a proporção de endividados.
Estados e renda
Na divisão por estados, a inadimplência cresceu em 12 das 27 unidades da Federação, com destaque para a Bahia, onde 43,7% das famílias relataram estar com as contas atrasadas. Em relação ao endividamento, a proporção de famílias com débitos a vencer subiu em 17 unidades da Federação. A maior alta foi no Paraná, onde 95,8% das famílias afirmaram estar endividadas. Na comparação por renda, a taxa de endividamento aumentou nos últimos 12 meses tanto entre as famílias de baixa e média renda (que ganham até dez salários mínimos) quanto entre as de maior renda (que recebem mais que dez salários mínimos).
Principais dívidas
O cartão de crédito mantém-se, já há algum tempo, como principal tipo de dívida das famílias brasileiras, indica a Peic. Aumentou de 84,9%, em outubro do ano passado, para 86,2% em igual mês deste ano. Do mesmo modo, houve expansão no cheque especial, de 4,9% para 5,1%, na mesma base de comparação. No caso, duas modalidades de fácil acesso. O que aconteceu, ao longo do ano, é que as duas modalidades foram suportando o consumo, especialmente de gêneros de primeira necessidade, para consumo imediato, e o orçamento não suportou. Como a maioria das famílias não têm reservas de emergência, usaram o cheque especial e o cartão de crédito”, disse à Agência Brasil a economista Izis Ferreira.
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