Saúde

COMBATE AO ALCOOLISMO: Sete razões para a mulher evitar o álcool

Biologicamente, as mulheres são mais sensíveis aos efeitos do álcool, pois apresentam menor concentração de enzimas que fazem a metabolização do álcool, têm maior proporção de gordura corporal e menor quantidade de água

15/02/2023

O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, datado no dia 18 de fevereiro, ressalta os perigos do consumo nocivo de bebidas alcoólicas. Geralmente associada aos homens, a doença passou a ser motivo de alerta para as mulheres.

O último levantamento do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), plataforma do Ministério da Saúde, mostra que, de 2010 a 2018, o índice de mulheres de 18 a 24 anos que bebem além do recomendado cresceu de 14,9% para 18%. Já na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), as adolescentes que consomem álcool subiram de 55% para 67,4% no período de 7 anos. Na faixa etária dos 35 aos 44 anos, esse índice passou de 10,9% para 14%.

Antes deste período, segundo o IBGE, os homens faziam uso abusivo do álcool sete vezes mais do que as mulheres. Atualmente, a prevalência entre os sexos é cada vez mais semelhante. Entre as que bebem, uma em cada quatro mulheres fazem consumo excessivo de bebidas alcoólicas, sendo que 2% desenvolve algum grau de dependência. De acordo com o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid), até 2030, o número de mulheres dependentes do álcool deverá ser igual ao dos homens.

Diante deste cenário, especialistas elencaram 7 razões para a mulher evitar o consumo desenfreado da bebida alcoólica:

 

Maior sensibilidade aos efeitos do álcool – Biologicamente, as mulheres são mais sensíveis aos efeitos do álcool, pois apresentam menor concentração de enzimas que fazem a metabolização do álcool, têm maior proporção de gordura corporal e menor quantidade de água. Sendo assim, o organismo atrasa a absorção do álcool pelas células, fazendo com que ele permaneça por mais tempo na corrente sanguínea (a chamada biodisponibilidade do álcool). Consequentemente, os órgãos ficam mais tempo expostos aos seus efeitos nocivos”.

 

Diminuição da fertilidade – Segundo estudo multicêntrico divulgado pelo National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA), no período ovulatório, o consumo alto de álcool está associado a menores taxas de concepção. Normalmente, a chance de engravidar espontaneamente em um ciclo é de 25%. Caso a mulher consuma álcool moderadamente, essa chance cai para 20% e, se alto, a redução é quase pela metade, chegando a 11%.

 

Câncer de mama – Segundo a Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC), o risco de desenvolver o câncer de mama aumenta de 7% a 10% a cada dose de álcool consumida diariamente – uma dose padrão de álcool equivale a 14g de álcool puro, o que corresponde a 350 ml (uma lata) de cerveja, 150 ml (uma taça) de vinho ou 45 ml (shot) de destilado.

 

Doenças cardiovasculares – Tomar dois ou três drinques por dia aumenta o risco de hipertensão arterial e 40% a probabilidade de derrame cerebral hemorrágico, além de duplicar o risco de hipertensão arterial.

 

Doenças do fígado – O fígado é um dos principais órgãos afetados, uma vez que ele armazena o glicogênio (a nossa reserva de glicose, que oferece energia aos animais, inclusive o humano) e o libera aos poucos para a corrente sanguínea. No estudo do NIAAA, foi constatado que as mulheres têm mais risco de desenvolver doenças hepáticas do que os homens. No caso da cirrose, o risco é três vezes maior.

 

Comprometimento cognitivo – Pelo fato de atuar no sistema nervoso central, é comum o álcool afetar a capacidade cognitiva. Entre as drogas psicoativas ou psicotrópicas, ele é classificado como um depressor.

 

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