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Coluna: Que janeiro é esse?!

Janeiro é um mês para relaxar, emendar as comemorações de ano novo, aproveitando a folga para curtir uma praia, serra, acordar mais tarde e descansar o máximo possível, certo? Errado! Já se foi o tempo em que as pessoas deixavam para fevereiro e março as decisões sobre emprego e salário,…

29/01/2025

Janeiro é um mês para relaxar, emendar as comemorações de ano novo, aproveitando a folga para curtir uma praia, serra, acordar mais tarde e descansar o máximo possível, certo? Errado! Já se foi o tempo em que as pessoas deixavam para fevereiro e março as decisões sobre emprego e salário, por exemplo, especialmente quando buscam uma  recolocação no mercado de trabalho. Não há mais tempo a perder em 2025… Cada vez mais, a tendência é tomar decisões mais cedo, ainda na primeira quinzena. E quem não ficar “ligado”, corre o risco de perder oportunidades. Resumindo, nos mantemos no “Modo ON” a maior parte do tempo, com as oscilações da economia, a subida dos preços dos alimentos, as crises políticas…

 

Especialmente nesse início de 2025, temos praticamente um “susto” a cada dia, não é mesmo? Basta acessar os meios de comunicação e as plataformas sociais para ter conhecimento das temperaturas extremas e catástrofes ambientais recorrentes, como inundações e incêndios devastadores. Quem pode esquecer das chamas que tomaram conta da Califórnia?

 

Tudo isso sem falar na tumultuada política internacional, com a dificílima e frágil negociação de cessar-fogo entre Israel e Hamas, as discussões intermináveis para a troca de reféns por prisioneiros, o doloroso retorno da população deslocada para fugir da Guerra e que está encontrando uma Gaza destruída. Como não se emocionar com o retorno gradual dos reféns às famílias israelenses? E da volta para casa da população muçulmana que perdeu familiares, amigos e precisam recomeçar do zero? O sofrimento é dos dois lados.

 

Outro episódio que chamou a atenção foi a recente crise na Coreia do Sul, quando a população foi às ruas para exigir a renúncia do então presidente, Yoon Suk Yeol, que tentou impor Lei Marcial, se refugiou em casa e resistiu à prisão, acusado de tentativa de golpe de Estado. Enquanto isso, a arqui-inimiga Coreia do Norte, que volta e meia está em atrito com a Coreia do Sul, apenas observou de camarote…

 

 

Ilustração: Freepik

 

Tio Sam 

 

Mas o que realmente deixou o planeta de cabelo em pé foi a posse do Presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, que prometeu a volta da premissa “América em primeiro lugar”, com a intenção de “anexar” o Canadá e a Groenlândia, retomar o controle do Canal do Panamá, passar a chamar o Golfo do México de “Golfo da América” e promover uma deportação em massa dos imigrantes ilegais, das mais diversas nacionalidades, principalmente vindos do México. A política migratória do EUA já é apontada como processo de desumanização da nova gestão. Nesta terça-feira (28), ministra do Governo Trump chegou a dizer que estão “tirando sacos de lixo da rua”, em referência à captura para a expulsão dos imigrantes ilegais.

 

A primeira leva de brasileiros somou 88 indocumentados, transportados em uma aeronave com avarias no ar condicionado, sem alimentação, algemados e acorrentados na altura da barriga e nos pés, indiscriminadamente (c0m ou sem ficha criminal), e que dessa forma pisaram em solo brasileiro. As condições da repatriação desses brasileiros está rendendo tratativas de ajustes entre os dois países. A estimativa inicial é que o número de brasileiros em situação irregular nos Estados Unidos some 230 mil. Então, o retorno desses brasileiros terá desdobramentos.

 

Globo de Ouro!

 

Em meio a tantas notícias alarmantes, o sucesso do filme “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres segue recebendo premiações, como o prestigiado Globo de Ouro, concorrendo ao Oscar em três categorias e lotando as salas de cinema pelo mundo. A poliglota atriz e escritora Fernanda Torres encanta não somente pelo talento para o drama e a comédia, mas principalmente pela simplicidade e naturalidade. Foge do estereótipo da mulher brasileira, com roupas discretas e sem ostentação. É um orgulho nacional, que traz as artes cênicas nas veias, herdadas da mãe, Fernanda Montenegro, e do pai, Fernando Torres (in memoriam). Se vai ganhar o Oscar, não sabemos… Mas com certeza, o fato do cinema brasileiro ter alcançado esse patamar, filmado em Português, é um feito histórico. Independente da linha ideológica, é uma película que conta a história de uma família, emociona, conduz à reflexão, merece ser assistida e aplaudida.

 

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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