Coluna: Política & Políticos – “Prevalecerá a harmonia”

O discurso é do presidente da Assembleia Legislativa, Mauro de Nadal: “A eleição da Mesa Diretora terminou. De agora para frente, é a unidade dos 40 deputados. Diferenças ideológicas sempre existiram, mas vamos construir uma política com ‘P’ maiúsculo, onde todos terão a oportunidade de manifestar seu modo de pensar, mas o que vai prevalecer é a harmonia e o bom encaminhamento”. Sim, diga-se, tudo em nome da tal governabilidade, desde que cargos de primeiro escalão seja proporcional ao desempenho nas urnas de outubro.

MDB quer mais

Depois da eleição de Mauro de Nadal como presidente da Assembleia Legislativa (38 votos a favor e só dois contrários) o MDB espera o próximo passo do governador Jorginho Mello (PL). Acostumado ao bem bom em sucessivos governos aos quais viveu atrelado, o “maior partido” de SC quer mais que apenas a cobiçada Secretaria da Infraestrutura, que já é do MDB e a ser chefiada pelo deputado estadual reeleito, Jerry Comper (Alto Vale do Itajaí). PP e PSD também pleiteiam espaços (leia-se secretarias ou autarquias) no governo.

 

CURTAS

• Concessão do Bolsa Família (novo nome do Auxílio Emergencial) já passa por um verdadeiro pente fino. Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, convidou prefeitos de todo o país para reunião em Brasília hoje (8). Muitos vão porque boa parte deste eleitorado pensa de que cortes são iniciativa das prefeituras. O que, politicamente, pode provocar desgaste em eleições futuras.
• Cerca de 6 milhões de pessoas, segundo o ministro, recebem o Bolsa irregularmente, já que não têm direito ao benefício. O que daria R$ 10 bilhões/ano. É curioso que, no governo Bolsonaro, quando pagamentos fraudulentos do Bolsa e de auxílios pelo INSS foram excluídos, a gritaria da esquerda foi geral. E sempre em defesa das “vítimas do fascismo”, diziam.
• Há cerca de um mês a imprensa nacional (aquela ainda séria) denunciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil) de ter investido R$ 5 milhões em emendas parlamentares dele mesmo, direcionadas a pavimentação de uma estrada secundária que leva até fazendas dele e da família.
• Juscelino, que Lula conheceu minutos ante de anunciá-lo como ministro, é processado desde 2009 na Justiça do Maranhão por conta de um grande calote em empréstimo rural feito junto ao Banco do Nordeste, de R$ 841 mil.
• Assessores, amigos e parentes de Juscelino também foram beneficiados com recursos públicos direcionados pelo ministro, que patrocinou emendas no total de R$ 42 milhões para bancar empreiteiras alvos da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União. E Brasília não diz nada? Não! Até porque há por lá uma penca de notórios corruptos.
• Há denúncias de que prefeituras estão “litoralizando” a mendicância. Em ônibus e vans fretados, recolhem moradores de rua para despejá-los na praia mais próxima. Por conta disso o Ministério Público de Santa Catarina já instaurou inquérito civil que vai apurar a veracidade dos fatos. É reflexo da total falta de políticas públicas consistentes na esmagadora maioria dos 295 municípios catarinenses.

 

Revirando prefeituras

Juliano Campos, vice-presidente do diretório estadual do PSB e ex-prefeito de Governador Celso Ramos (Grande Florianópolis) foi alvo de uma operação de busca e apreensão do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado. A investigação envolve a atuação de suposto grupo (político) criminoso naquele município, entre os anos de 2013 e 2020. Favorecendo empresários do ramo da construção civil, em troca de propinas. O Gaeco também fez apreensões nas prefeituras de Balneário Camboriú, São Pedro de Alcântara e São José.

O novo chefe do PSD

Eron Giordani, ex-chefe da Casa Civil no governo de Carlos Moisés (Republicanos) e ex-candidato a vice-governador na chapa de Gean Loureiro (União Brasil), também ex-prefeito de Florianópolis, é o novo presidente estadual do PSD. Com as bênçãos do presidente nacional, Gilberto Kassab, amigo próximo de Lula da Silva (PT) que deu ao partido três ministérios. A ordem é seguir a linha do atrelamento, seja lá com quem for. Se dar bem no contexto do poder é o que realmente importa.

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