Colunas

Coluna: Política & Políticos – Juntando os cacos

Fique por dentro dos principais acontecimentos da política catarinense

08/03/2023

Agora é oficial. PP e União Brasil de Santa Catarina seguiram a cúpula nacional das executivas nacionais e juntaram os cacos em uma federação de partidos. Para saber como a banda toca é preciso dizer que União e PP têm três ministros cada um no governo de Lula da Silva (PT). Em SC, o senador Esperidião Amin é o que restou no PP. Gean Loureiro (UB), ex-prefeito de Florianópolis, foi o quarto mais votado para governador, Amin foi o quinto.

 

Amigos para sempre?

Na disputa pela Prefeitura de Florianópolis, com direito a xingamentos mútuos de todo tipo e alguns impublicáveis, duas vitórias seguidas de Loureiro contra Ângela Amin, mulher do senador: em 2016, em segundo turno, e 2020, quando foi literalmente atropelada nas urnas. Mas agora vão desfilar abraçados pelos próximos quatro anos. Mas, “Amigos para Sempre”, como diz a canção dos Jogos Olímpicos de Verão de 1992, já é querer demais!

 

CURTAS

*Com 193 mil habitantes e um dos dez municípios que mais arrecadam ICMS, Jaraguá do Sul perdeu, em 2019, a gerência regional da Celesc, como lembrou o vereador Luís Fernando Almeida (MDB). Mas esse seria um problema já superado, porque a diretoria da empresa anunciou, há poucos dias, que a gerência regional volta para Jaraguá ainda em março.  Com toda a autonomia, como era antes. Mas, diga-se, também perdemos o escritório da Receita Federal, hoje limitado a uma sala cedida pela prefeitura e, há mais tempo, a Exatoria Estadual.

*Nestes casos vivemos na dependência de Joinville, que virou uma­ muleta do Vale do Itapocu. Enquanto isso, os quatro deputados eleitos por Jaraguá do Sul (três deles reeleitos) elegem como prioridade o que pode dar fotos na mídia, norteados por discursos de quem ainda está em campanha. E, além da ciumeira pela “paternidade” de obras, já articulam sobre a eleição de 2024 para prefeito, a governador e à própria reeleição em 2026.

*Não é diferente na Câmara de Vereadores onde um buraco em qualquer rua é assunto para enfadonhos pronunciamentos e, até mesmo, de ridículos bate-bocas. Deveriam adotar o exemplo da Câmara de Massaranduba onde o tempo é otimizado para assuntos maiores. E não para se discutir uma mera “indicação” sobre problemas do cotidiano. Lá, indicações vão direto para o setor competente. Sem encenações em plenário como aqui e, por isso mesmo, sempre vazio.

*É impressionante o descaso de deputados e senadores catarinenses, aliado ao silêncio do mundo empresarial sobre as obras de duplicação da BR-280, entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul. Parece uma rodovia secundária, sem qualquer importância para a logística de cargas rumo aos portos de São Francisco, Itajaí, Navegantes e Itapoá.

*Na terça-feira (7) o presidente da Assembleia Legislativa, Mauro de Nadal (MDB), recebeu uma comitiva de empresários que representam a  Fiesc, Sebrae, FCDL, Facisc, Fecomércio, Faesc e Fetrancesc. Discutiram sobre aportes de recursos federais para grandes obras, como a duplicação da BR-470 e o contorno rodoviário da região de Florianópolis.

*Também citaram a necessidade de dragagem no acesso ao Porto de São Francisco do Sul. Mas é justamente para lá o destino de centenas e centenas de contêineres transportados dia e noite pela BR-280! Porém, em nenhum momento a rodovia, principal acesso ao porto e onde obras de duplicação se arrastam há dez anos, foi citada como uma urgência em recursos federais.

 

Governador em Joinville

Jorginho Mello (PL) volta a Joinville hoje (9), para as comemorações dos 172 anos da fundação da cidade. E deve levar pronta a resposta para uma solene promessa de campanha, de que se eleito o Estado assumiria o custeio do Hospital Municipal São José. Mantido pela prefeitura, que banca entre R$ 16 e R$ 18 milhões/mês, com atendimento regional pelo SUS cuja tabela está defasada há décadas. Joinville também quer a prometida continuidade do Plano 1000 (são mais de R$ 600 milhões). Afinal, as urnas da cidade deram 259.534 votos para Mello.

 

Quem dá mais?

Mello quer o prefeito Adriano Silva (Novo) no PL para a campanha de 2024 e não esconde isso. Na outra ponta o MDB tenta cooptar Silva como nome forte para a prefeitura joinvilense em 2026. Único prefeito eleito do Novo no país em 2020, com uma votação que não deixou dúvidas (145.269 votos), Adriano já se diz candidato a reeleição. Comenta-se que deixará o Novo. Para onde vai, só ele sabe (ainda). Mas já disse que “há um alinhamento de ideias e pensamentos” entre ele e o governador.

 

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

Notícias relacionadas

x