Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)
Coluna: Política & Políticos – Juntando os cacos
Fique por dentro dos principais acontecimentos da política catarinense
08/03/2023
Agora é oficial. PP e União Brasil de Santa Catarina seguiram a cúpula nacional das executivas nacionais e juntaram os cacos em uma federação de partidos. Para saber como a banda toca é preciso dizer que União e PP têm três ministros cada um no governo de Lula da Silva (PT). Em SC, o senador Esperidião Amin é o que restou no PP. Gean Loureiro (UB), ex-prefeito de Florianópolis, foi o quarto mais votado para governador, Amin foi o quinto.
Amigos para sempre?
Na disputa pela Prefeitura de Florianópolis, com direito a xingamentos mútuos de todo tipo e alguns impublicáveis, duas vitórias seguidas de Loureiro contra Ângela Amin, mulher do senador: em 2016, em segundo turno, e 2020, quando foi literalmente atropelada nas urnas. Mas agora vão desfilar abraçados pelos próximos quatro anos. Mas, “Amigos para Sempre”, como diz a canção dos Jogos Olímpicos de Verão de 1992, já é querer demais!
CURTAS
*Com 193 mil habitantes e um dos dez municípios que mais arrecadam ICMS, Jaraguá do Sul perdeu, em 2019, a gerência regional da Celesc, como lembrou o vereador Luís Fernando Almeida (MDB). Mas esse seria um problema já superado, porque a diretoria da empresa anunciou, há poucos dias, que a gerência regional volta para Jaraguá ainda em março. Com toda a autonomia, como era antes. Mas, diga-se, também perdemos o escritório da Receita Federal, hoje limitado a uma sala cedida pela prefeitura e, há mais tempo, a Exatoria Estadual.
*Nestes casos vivemos na dependência de Joinville, que virou uma muleta do Vale do Itapocu. Enquanto isso, os quatro deputados eleitos por Jaraguá do Sul (três deles reeleitos) elegem como prioridade o que pode dar fotos na mídia, norteados por discursos de quem ainda está em campanha. E, além da ciumeira pela “paternidade” de obras, já articulam sobre a eleição de 2024 para prefeito, a governador e à própria reeleição em 2026.
*Não é diferente na Câmara de Vereadores onde um buraco em qualquer rua é assunto para enfadonhos pronunciamentos e, até mesmo, de ridículos bate-bocas. Deveriam adotar o exemplo da Câmara de Massaranduba onde o tempo é otimizado para assuntos maiores. E não para se discutir uma mera “indicação” sobre problemas do cotidiano. Lá, indicações vão direto para o setor competente. Sem encenações em plenário como aqui e, por isso mesmo, sempre vazio.
*É impressionante o descaso de deputados e senadores catarinenses, aliado ao silêncio do mundo empresarial sobre as obras de duplicação da BR-280, entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul. Parece uma rodovia secundária, sem qualquer importância para a logística de cargas rumo aos portos de São Francisco, Itajaí, Navegantes e Itapoá.
*Na terça-feira (7) o presidente da Assembleia Legislativa, Mauro de Nadal (MDB), recebeu uma comitiva de empresários que representam a Fiesc, Sebrae, FCDL, Facisc, Fecomércio, Faesc e Fetrancesc. Discutiram sobre aportes de recursos federais para grandes obras, como a duplicação da BR-470 e o contorno rodoviário da região de Florianópolis.
*Também citaram a necessidade de dragagem no acesso ao Porto de São Francisco do Sul. Mas é justamente para lá o destino de centenas e centenas de contêineres transportados dia e noite pela BR-280! Porém, em nenhum momento a rodovia, principal acesso ao porto e onde obras de duplicação se arrastam há dez anos, foi citada como uma urgência em recursos federais.
Governador em Joinville
Jorginho Mello (PL) volta a Joinville hoje (9), para as comemorações dos 172 anos da fundação da cidade. E deve levar pronta a resposta para uma solene promessa de campanha, de que se eleito o Estado assumiria o custeio do Hospital Municipal São José. Mantido pela prefeitura, que banca entre R$ 16 e R$ 18 milhões/mês, com atendimento regional pelo SUS cuja tabela está defasada há décadas. Joinville também quer a prometida continuidade do Plano 1000 (são mais de R$ 600 milhões). Afinal, as urnas da cidade deram 259.534 votos para Mello.
Quem dá mais?
Mello quer o prefeito Adriano Silva (Novo) no PL para a campanha de 2024 e não esconde isso. Na outra ponta o MDB tenta cooptar Silva como nome forte para a prefeitura joinvilense em 2026. Único prefeito eleito do Novo no país em 2020, com uma votação que não deixou dúvidas (145.269 votos), Adriano já se diz candidato a reeleição. Comenta-se que deixará o Novo. Para onde vai, só ele sabe (ainda). Mas já disse que “há um alinhamento de ideias e pensamentos” entre ele e o governador.