Coluna: Política & Políticos – Apelo ao eleitor

Nota do Conselho das Federações das Empresariais de Santa Catarina, presidido pelo empresário Mário Cezar Aguiar (construção civil), abriu campanha apelando para que os catarinenses votem no segundo turno das eleições gerais em 30 de outubro. Inclusive os eleitores com 70 anos ou mais que, legalmente, estão desobrigados do voto. “Votar é fundamental para assegurar que os valores que cada um defende sejam considerados nas gestões públicas que se iniciam em janeiro de 2023”, diz o apelo do Cofem.

E prossegue a nota

 “É preciso, mais do que nunca, valorizar os objetivos nacionais previstos em nossa Constituição, como a liberdade, a livre iniciativa, a garantia à propriedade privada, a valorização dos símbolos nacionais e ao zelo com as contas públicas como valores que conduzam o país ao desenvolvimento econômico e social, com sustentabilidade”. Em nenhum momento o Cofem cita Bolsonaro ou Lula. Mas nem é preciso.

ELEIÇÕES

*Mal acaba de ressuscitar e o PTB já está, de novo, com o pé na cova. Em todo o país, elegeu um único deputado federal: é Carlos Roberto Rodrigues, vereador com seis mandatos na cidade de São João do Meriti (RJ/41.075 mil votos). Em SC só um eleito: o delegado Egidio Ferrari (Blumenau).

*Agora, pela chamada cláusula de barreira, o PTB não terá mais a verba do Fundo Partidário, que sustenta os diretórios e nem direito a participar de debates na TV. E tenta sobreviver com proposta de fusão com o Patriotas (com quatro eleitos) e o PSC (com seis), na mesma situação.

* A cláusula de barreira criada em 2018 para tentar conter a ascensão de partidos ao balcão de negócios em anos eleitorais, prevê que regras em eleições gerais até 2030. Em 2022, o índice de desempenho exigido, foi de no mínimo 2% dos votos válidos para deputado federal, em nove estados. E, em cada um deles, ao menos 1%.

*Ou, alternativamente, os partidos elegerem 11 deputados federais, em ao menos nove estados. Nas próximas eleições, os índices a serem atingidos sobem. Daqui para frente, os picaretas da política carreirista terão mais dificuldades. Em 2026, será preciso alcançar o índice mínimo de 2,5% ou 13 parlamentares, já em 2030 fica em 3% ou 15 deputados federais.

*A Copa do Mundo no Catar, que começa no dia 20 de novembro, já começa a interferir no serviço público. Em Blumenau, decreto do prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) determina “horários especiais” em dias de jogos do Brasil. Quando a partida for às 16 horas, o serviço para às 15h e volta no dia seguinte. Quando o jogo for às 13 horas, tudo para ao meio-dia.

* A posse é só em janeiro e nem se sabe quem governará Santa Catarina, mas a briga pela presidência da Assembleia Legislativa já está se desenhando. Maurício Eskudlark (PL), Nilso Berlanda (PL) e Mauro de Nadal (MDB) são citados. Todos reeleitos em 2 de outubro. Mas o comando deve ficar, mesmo, com alguém do PL, que fez uma bancada de 11 parlamentares. 

 

Mello segue na liderança

A primeira pesquisa eleitoral do segundo turno contratada pela NSC Comunicação, pode ter sido o motivo maior para que Lula da Silva (PT) cancelasse sua presença em Joinville ontem (19), onde faria campanha com o compadre Décio Lima (PT), candidato a govenador. Pelos números (de outras pesquisas também), seria uma perda de tempo, incapaz de reverter o quadro amplamente favorável ao senador Jorginho Mello (PL)

 

Senador com 59%

O levantamento foi feito pelo IPEC entre os dias 16 e 18 de outubro ouvindo 800 eleitores. À pergunta em quem o eleitor votaria (em Mello ou Lima), 59% dos entrevistados apontaram Jorginho Mello (PL). Outros 26% disseram que votam em Décio Lima (PT). Votos nulos ou brancos somaram 9% e 6% dos entrevistados se disseram indecisos. Independentemente de quem possa ser eleito, 69% apontaram vitória de Jorginho Mello, contra 15% de Décio Lima. A diferença entre os dois no primeiro turno é de 865 mil votos.

 

Proibição de pesquisas

Em 2015, o então senador Luiz Henrique da Silveira (MDB) apresentou Proposta de Emenda Constitucional que proibia a divulgação de pesquisas eleitorais durante os 15 dias que antecedem as eleições. Pela ousadia, foi massacrado pela mídia já que essa prática envolve negócios de milhões de reais. Mas o assunto, visto a esmagadora maioria eleita em 2 de outubro pelo chamado Centrão, pode voltar à discussão no Congresso Nacional.