Médico Neurologista, Deputado Estadual SC e Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Coluna: o envelhecimento da população
A mensagem principal é que, quanto mais cedo nossos governos zelarem por suas populações, melhor. Enquanto isso, cada um deve começar a se preparar para a velhice, nunca é tarde para isso.
19/12/2022
No Brasil, hoje temos mais de 30 milhões de idosos e dentro de 5 anos serão mais de 55 milhões.
A população idosa é pouco atendida pelas políticas de saúde pública, não há o incentivo à prevenção que garantiria o bom envelhecimento da população, o que ainda é agravado pelas desigualdades sociais.
Nos resta incentivar o cidadão para que cuide da própria saúde ao longo da vida, apostando em prevenção e bem-estar.
A estratégia é estimular a alimentação balanceada, sono de qualidade, prática de atividade física e controle de doenças como hipertensão e diabete.
Pessoas negras e indígenas, de famílias de baixa renda e aquelas em situação de rua não conseguem envelhecer da mesma forma.
A saúde pública precisa estabelecer o relacionamento com o paciente antes de ele precisar tratar a doença, só assim será possível planejar e coordenar o atendimento.
O cuidado deve começar na gestação. Os três primeiros anos de vida compõem a fase em que o cérebro mais se desenvolve. Se a gestação e a primeira infância não forem bem atendidas por políticas governamentais, o número de pacientes com demência vai aumentar violentamente.
O declínio cognitivo é um dos maiores medos associados ao processo de envelhecimento. O fator que mais previne contra a demência é a alta escolaridade, que resulta numa reserva cognitiva.
O indivíduo que prepara o cérebro ao longo da vida será capaz de combater as doenças que se aproveitam do envelhecimento para se desenvolverem. A demência começa antes nas populações em situação de vulnerabilidade de países mais pobres.
A mensagem principal é que, quanto mais cedo nossos governos zelarem por suas populações, melhor. Enquanto isso, cada um deve começar a se preparar para a velhice, nunca é tarde para isso.
O Brasil possui hoje cerca de 2 mil geriatras titulados pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. A quantidade necessária de especialistas para cuidar dos atuais idosos é de 28 mil geriatras.
Estamos ainda muito longe do ideal.
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