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Coluna: Nunca é tarde para estudar

Você com certeza já deve ter lido e ouvido histórias de pessoas que em determinado momento da vida decidiram voltar à sala de aula, seja para atender exigências do mercado de trabalho, ou realizar um sonho antigo. E pelo jeito essa é uma tendência que está em ascensão e caminha…

21/05/2023

Você com certeza já deve ter lido e ouvido histórias de pessoas que em determinado momento da vida decidiram voltar à sala de aula, seja para atender exigências do mercado de trabalho, ou realizar um sonho antigo. E pelo jeito essa é uma tendência que está em ascensão e caminha para crescer ainda mais. Portanto, se você ainda está em dúvida se deve retomar os estudos, siga em frente, porque com certeza encontrará muitos outros estudantes nos cursos de graduação.

De acordo com dados divulgados pelo site Educa Mais Brasil, “o aumento da oferta de cursos de graduação EAD possibilita que cada vez mais pessoas voltem a estudar depois dos 40 anos, seja para uma primeira, ou segunda graduação”. E o mais importante: o preenchimento das vagas de graduação a partir dos 40 anos está ocorrendo nas mais diversas áreas.

Levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) aponta que a porcentagem de universitários enquadrados nessa faixa etária cresceu em média 93,84% de 2011 a 2022. O INEP também constatou que em torno de 600 mil estudantes com 40 nos ou mais ingressaram em alguma universidade em 2022. De um universo estimado de 1,2 milhão de universitários brasileiros, essa parcela já representa 13,4%. E especificamente na Unicamp, 131 estudantes acima de 40 anos foram matriculados em cursos de graduação entre 2019 e 2023, de acordo com a comissão organizadora dos exames (Comvest).

É claro que nem tudo são flores… Sabe-se que o etarismo existe, e não é diferente no ensino superior. Porém, o receio de ser discriminado por causa da idade não deve ser empecilho àqueles que lutam para alcançar seus objetivos, na profissão e na vida. Estudar na maturidade é um direito que pode e dever ser exercido, principalmente quando as instituições estão cada vez mais preparadas para receber esse contingente de pessoas ávidas pelo conhecimento.

Outro fator que deve ser levado em conta para estimular a parcela veterana da população a considerar seriamente uma graduação é a valorização profissional. A Educa Mais Brasil defende que é aí que entra o papel das empresas, na implementação de programas de incentivo à faculdade aos funcionários acima dos 40 anos, com palestras nas universidades para tratar sobre o etarismo e abertura de vagas para pessoas mais experientes.

Também são muito bem-vindos, o estímulo para tornar os espaços sociais mais inclusivos, linguagem inclusiva, estratégias para evitar conflitos de gerações no ambiente laboral e a elaboração de normas internas contra a discriminação com pessoas mais velhas.

É certo que o mundo corporativo ainda anda a passos lentos quando o assunto é abrir mais espaços aos veteranos, mas é urgente que essa mentalidade resulte em ações concretas. Afinal, se a legislação trabalhista brasileira determina aposentadoria aos 65 anos de idade aos homens, e 62 anos de idade às mulheres (com contribuição de pelo menos 15 anos ao INSS), como conseguir se o mercado de trabalho continuar favorecendo os jovens nas contratações?

Portanto, não faltam razões para buscar o aprimoramento constante. E para os que não pretendem cursar uma faculdade, não faltam cursos técnicos e cursos livres para procurar, em instituições com acesso gratuito, ou com mensalidades mais em conta. O importante é não estagnar. Nunca é tarde para estudar!

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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