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Coluna: Nossos verdadeiros heróis

É triste constatar, mas os brasileiros não costumam valorizar devidamente seus verdadeiros heróis. Quando crianças, aprendemos sobre figuras históricas, a exemplo de Tiradentes, mas na fase adulta, a maior preocupação é como aproveitar o feriado em homenagem ao herói da Inconfidência Mineira. O mesmo acontece com os ex-combatentes que lutaram…

07/05/2023

É triste constatar, mas os brasileiros não costumam valorizar devidamente seus verdadeiros heróis. Quando crianças, aprendemos sobre figuras históricas, a exemplo de Tiradentes, mas na fase adulta, a maior preocupação é como aproveitar o feriado em homenagem ao herói da Inconfidência Mineira. O mesmo acontece com os ex-combatentes que lutaram em missões de guerra e de paz.

Infelizmente, constata-se que entoar o Hino Nacional emociona muito mais numa Copa do Mundo do que em um ato cívico. Nesse caso, o povo brasileiro eleva à condição de “heróis” os jogadores de futebol, regiamente pagos para chutar a bola e trazer o caneco… E detalhe: muitos desses atletas exibem comportamentos reprováveis e estão longe de merecer esse tipo de tratamento.

Na segunda-feira, 8 de maio, a comunidade de Jaraguá do Sul e região terá a oportunidade de prestar homenagens aos que verdadeiramente merecem durante a solenidade “Memorial Dia da Vitória”, resgatando os 78 anos do término da 2ª Guerra Mundial. A solenidade ocorrerá às 15h30, na Praça do Expedicionário, junto ao Terminal Urbano. A iniciativa é da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer e da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (Anfeb) – Seção Regional de Jaraguá do Sul.

O ato contará com autoridades municipais e do veterano jaraguaense Carlos Walter Hertel, o único ex-combatente ainda vivo no Vale do Itapocu. Vale destacar que no dia 15 de dezembro de 2022, Carlos Hertel comemorou 100 anos e lançou o livro “Diário da 2ª Guerra Mundial”, na Sociedade Cultura Artística (Scar).

Entre os heróis da região que também arriscaram a vida no combate ao Nazismo de Adolf Hitler estava o saudoso capitão reformado Ferdinando Piske, que foi secretário executivo da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs), jornalista e escritor. Piske teria completado 100 anos em 11 de fevereiro deste ano. Tive o privilégio de conhecê-lo na década de 1990, e de receber autografada a sua obra de memórias, “Anotações do Front Italiano”, lançada em 1984. Numa época em que assistimos, perigosamente, a atuação de grupos neonazistas, notadamente no Brasil, não podemos esquecer desse capítulo nefasto da História Mundial.

Que possamos valorizar e homenagear os cidadãos que realmente fizeram e fazem por merecer!

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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