Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.
Coluna: Movimento “Red Pill”, o retrocesso da vez!
Na última quarta-feira, 8 de março, foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, mas nunca é demais lembrar que – apesar de presentinhos, como flores e bombons, serem bem-vindos – a data tem origem na luta por igualdade de direitos, oportunidades e respeito desde o final do século 19. Apesar…
12/03/2023
Na última quarta-feira, 8 de março, foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, mas nunca é demais lembrar que – apesar de presentinhos, como flores e bombons, serem bem-vindos – a data tem origem na luta por igualdade de direitos, oportunidades e respeito desde o final do século 19. Apesar de ainda constatarmos diferenças salariais, e discriminações de gênero, é inegável que muitas conquistas foram alcançadas. Porém…
Paralelamente aos avanços, existem fatos extremamente preocupantes: a disparada de feminicídios, da violência doméstica contra a mulher no Brasil, e o movimento conhecido como “red pill”, que defende a supremacia masculina e busca “amordaçar”, enfraquecer a voz feminina. Os grupos masculinos Incel (“celibatários involuntários) e MGTOW (“homens seguindo seu próprio caminho”) também estão pregando ódio às mulheres. Epa! Acendeu a luz de Perigo!
O tema ganha especialmente a atenção no “Mês da Mulher”, quando a Justiça de São Paulo concedeu medida cautelar obrigando o coach Thiago Schutz a se manter distante 300 metros da atriz Lívia La Gatto. O motivo? Ele a ameaçou de morte, caso ela não apagasse o vídeo com sátira aos seus “conselhos” misóginos, destinados aos homens. Mais duas mulheres o denunciaram por ameaças e constam de mesmo inquérito policial. No Instagram, a página “Manual Red Pill Brasil/Thiago Schutz” já soma 342 mil fãs.
Sem dúvida, são movimentos que vão na contramão de tudo o que a mulheres lutaram tanto para conseguir, nos últimos dois séculos.
Recentemente a plataforma de streaming Netflix colocou na grade da programação a série espanhola “Machos Alfa”, uma comédia centrada em quatro amigos machistas, que enfrentam dificuldades nos relacionamentos em tempos de empoderamento feminino. Os episódios têm cenas hilárias, com destaque para o curso de “desconstrução da masculidade tóxica”, e, no contraponto, a iniciativa de um desses alunos em se tornar coach ao estilo red pill… Vale maratonar!
De tudo isso, fica a certeza de que somente com relações equilibradas entre homens e mulheres, na vida social, afetiva, familiar e corporativa, teremos uma sociedade justa e igualitária. Não podemos permitir que direitos adquiridos após tantas batalhas sejam ignorados, muito menos regredir, aceitando o conceito absurdo que prega a “inferioridade feminina”. Não mais! Essa é uma bandeira que precisa ser defendida por todos. Sigamos lutando!
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