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Coluna: A lenda viva em Floripa!

É o assunto dos últimos dias! Obviamente só poderia estar falando do show protagonizado pela lenda viva da banda britânica “The Beatles”, apontada como a maior de todos os tempos e que até hoje, passadas seis décadas, encanta gerações: Paul McCartney. Artista multifacetado, compositor genial, instrumentista, cantor e intérprete, o…

22/10/2024

É o assunto dos últimos dias! Obviamente só poderia estar falando do show protagonizado pela lenda viva da banda britânica “The Beatles”, apontada como a maior de todos os tempos e que até hoje, passadas seis décadas, encanta gerações: Paul McCartney. Artista multifacetado, compositor genial, instrumentista, cantor e intérprete, o ex-Beatle atraiu cerca de 33 mil fãs ao estádio da Ressacada para o show histórico Got Back, no último sábado (19). Sir Paul, título recebido da saudosa rainha Elisabeth II, em reconhecimento à carreira espetacular, consolidada ao longo de décadas. O ex-Beatle, que encanta e arregimenta multidões por onde passa, se apresentou pela primeira vez na capital catarinense em 2012 e de novo surpreendeu não somente pelo talento, mas também pela simplicidade e carinho retribuído aos fãs. Não por acaso, é um dos artistas mais amados do planeta!

 

 

Ao interagir com a plateia, formada basicamente por beatlemaníacos, arriscou algumas palavras em Português e gírias manezinhas, cantou e tocou hits nostálgicos, empolgou os fãs com a mesma carisma e alegria que o caracteriza desde os tempos em que se apresentava com os ex-companheiros de banda – John Lennon, George Harrison e Ringo Starr – entre os anos de 1960 e 1970, quando os four fab (quatro fabulosos) alcançaram sucesso mundial.  Também transitou por sucessos dos Wings, paralelamente aos efeitos de luz e fogos em pontos altos da apresentação. Floripa nunca vai esquecer aquela noite!

 

 

 

Com surpreendente vitalidade para seus 82 anos, Macca, como é conhecido desde os tempos de escola, brilhava no palco e irradiava felicidade. Em determinado momento, Paul se debruçou no balcão e circulou o olhar entre a multidão por alguns instantes, arrancando palmas e assobios.

 

 

 

Ele cantou, tocou piano, guitarras, outros instrumentos de corda e a gaita de boca, emocionando um público eclético, de todas as gerações, com canções atemporais, como Let it Be, Hey Jude, Black BirdLove me Do… O ponto alto foi a interpretação de Now and Then, a última canção dos Beatles, resgatada a partir de gravação original de Lennon e lançada através de IA em 2023. Foi um tributo a Lennon e a Harrison, que tiveram imagens reproduzidas nos telões. Quantos olhos marejados naquela hora!  Destaque também para a banda que o acompanha, perfeitamente entrosada e com todo o gás.

 

 

Perrengues para assistir o megashow

 

 

Para mim, que sou fã de carteirinha dos “Garotos de Liverpool” desde sempre e acompanhei, na sequência, os Wings, e a carreira que se seguiu de McCartney, estar na pista a poucos metros do palco foi a realização de um sonho há muito acalentado, uma emoção indescritível. “Eu estive lá!” traduz a alegria dessa fã, que vai levar para sempre a lembrança daquele megashow. E olha que fui sozinha mesmo, “na cara e na coragem”, de mochila nas costas, e quase  perdi o show pelos  tumultos causados pela guerra de facções no sábado, que causou engarrafamentos quilométricos, comprometeu a mobilidade, na rodovia que corta os municípios da Grande Florianópolis e na Capital. Para mim, que já viajei para o Uruguai, Argentina e Peru por conta própria, nenhuma novidade. Tão eu!

 

 

A genialidade de McCartney como compositor, instrumentista e cantor encantou também pelo carisma. Fotos: Sônia Pillon

 

 

Quando penso que cheguei no Terminal Rodoviário Rita Maria seis horas após o previsto, por volta das 19h40, e tive de correr ao Terminal TICEN para a Ressacada, a tensão, a angústia, sem a certeza de ter acesso ao portão 7 da pista premium, dentro do busão lotado e em cima da hora… Como se não bastasse, o motorista “convidou” os passageiros a deixarem o veículo e caminharem 3 quilômetros até o estádio… Com isso, cheguei 15 minutos após o início do show, torcendo para que a bateria do celular aguentasse até abrir a tela do ingresso… Consegui espaço no lado esquerdo da pista, em frente ao telão. Nem acreditava que tinha conseguido!

 

 

Pois é, foram três horas em pé, dançando e cantando com o ídolo as músicas mais marcantes, como se o tempo parasse ali… Depois, buscar informações com os policiais de como pegar o busão de volta no meio da multidão, que formava filas imensas para esperar carro de aplicativo, ou táxi. Com certeza, muitos dirão que foi uma loucura, uma insanidade! Mas digo que todos os perrengues nem de longe tiraram o brilho daquele show mágico! Faria tudo de novo para assistir Paul McCartney! “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, não é mesmo? Grande Fernando Pessoa!

 

 

 

 

 

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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