Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.
Coluna: A “geração Z” e o mercado de trabalho
Atuar no mundo corporativo exige muito mais do que o conhecimento formal das tarefas a serem executadas. É preciso ter habilidade em interagir, não somente no universo digital, mas presencialmente, aceitando o fato de que há diferentes gerações que compõem um ambiente de trabalho. É estar disposto a assimilar competências…
23/04/2023
Atuar no mundo corporativo exige muito mais do que o conhecimento formal das tarefas a serem executadas. É preciso ter habilidade em interagir, não somente no universo digital, mas presencialmente, aceitando o fato de que há diferentes gerações que compõem um ambiente de trabalho. É estar disposto a assimilar competências e aprimorar conhecimentos com os profissionais já estabelecidos, se credenciando para alcançar o “topo”. Essas seriam as recomendações para uma parcela da chamada “geração Z”, dos nascidos entre 1995 e 2010.
Reportagem da BBC News Brasil intitulada “As habilidades profissionais que faltam à geração Z”, publicada em 16 de abril, traz reflexões interessantes que clareiam muitos aspectos do comportamento desses nativos digitais, permanentemente conectados e com domínio absoluto das novas tecnologias. De acordo com a BBC News, “alguns especialistas se preocupam com o fato de que as disposições de trabalho remoto e híbrido já estão deixando alguns profissionais em início de carreira para trás”.
A constatação é que faltam conversas casuais e observações informais com os colegas, e esse isolamento presencial “faz com que os iniciantes deixem de obter indicações vitais que orientam seu comportamento, colaboração e a formação de redes de contatos”. A professora Helen Hughes, da Escola de Negócios da Universidade de Leeds, no Reino Unido, entende que “é principalmente a questão de comunicação”.
Entre as outras características dos centennials, como também são conhecidos, está a dificuldade em aceitar regras estabelecidas, não gostarem de seguir hierarquias e a ansiedade para “crescer rápido”. Esses seriam alguns fatores que levam parte dessa geração a não ficar muito tempo em uma mesma empresa.
Publicação do site Manual do Homem moderno (manualdohomemmoderno.com.br) aborda o tema na matéria “Por que a geração Z é tão Infeliz?”, assinada por Leonardo Filomeno, e faz uma avaliação mais dura sobre os centennials. Na opinião dele, “a característica principal dos membros da geração Z é achar-se protagonista de sua vida. Desde pequenos, foram criados por pais que sempre mostraram que eles eram especiais, os melhores, que podiam tudo e quando quisessem”. Seria, então, culpa da “geração Y”?
Filomeno enumera os motivos que estariam causando dificuldades de adaptação da geração Z ao mercado de trabalho, assim como a postura frente à vida: “Se sentem protagonistas de tudo; não aprenderam a ouvir NÃO; se sentem mais especiais que os outros; e não sabem o que é perder”. E você, concorda com essas afirmações?
É claro que esses são tópicos passíveis de acaloradas discussões, mas que servem para reflexão sobre o mercado de trabalho e as mudanças ocorridas nos últimos anos. Fica a certeza de que é preciso buscar o equilíbrio nas relações profissionais, tendo em mente que as competências para o desenvolvimento exigem domínio de conhecimentos, constante aprimoramento e requalificação, quando necessário. Porém, sem esquecer, ou desconsiderar, as lições que nos conduziram até aqui. E isso inclui o respeito à experiência e trajetória dos veteranos, até para manter uma convivência harmoniosa, e justa.
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