Colheita do arroz já está acontecendo em todo o litoral Norte de Santa Catarina

Colheita do arroz já está acontecendo em todo o litoral Norte de Santa Catarina – A colheita do arroz, na região, já começou. A Cooperativa Juriti havia recebido até sexta-feira, cerca de 300 mil sacas do grão, nas duas unidades instaladas junto à sede e às margens da SC-108. Para o presidente Orlando Giovanella, a expectativa da safra 2024/2025 é boa em termos de rendimento e produtividade.

Segundo ele, uma ou outra propriedade registrou algum problema com pragas, mas são localizadas. No geral, prevê uma boa safra. O valor de partida da saca está em R$ 90,00. Mas o valor não está definido, haja vista que o litoral norte do Estado é a primeira região a iniciar o corte da safra do arroz.

Banco de imagens/Jornal do Vale do Itapocu

“Quando o Rio Grande do Sul e o sul do Estado, que é a maior produtora de Santa Catarina iniciar a colheita será possível precisar melhor o valor de mercado”, aponta o presidente da Juriti, acrescentando que na região a área plantada ficou a mesma, mas que a Cooperativa deve receber mais arroz por conta do aumento do quadro de associados.

Atualmente, são entre 100 e 110 carretas descarregadas diariamente. Com duas unidades de recebimento, ficou mais rápido, mas a fila é inevitável por conta da concentração do corte. “Temos muitas colheitadeiras nas lavouras e isso implica em mais caminhões chegando, que são descarregados por ordem de chegada”, explica Giovanella.

Abertura oficial da colheita do arroz será no final de janeiro em Turvo

Nos dias 30 e 31 de janeiro, a cidade de Turvo, no sul do Estado, sediará a 7ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, evento que celebra a safra 2024/2025 e discute inovações no setor. Santa Catarina, segundo maior produtor de arroz do Brasil, espera alcançar uma produção de 1,2 milhão de toneladas nesta safra, segundo a Epagri.

ilustrativa

Empresas ligadas ao setor, incluindo indústrias tecnológicas voltadas à produção e industrialização do arroz, marcarão presença no evento. Tecnologias como classificadores ópticos com inteligência artificial e sistemas para análise de qualidade do arroz são parte das soluções que buscam aumentar a eficiência e a competitividade da cadeia produtiva.

Além de promover a troca de conhecimentos e apresentar avanços tecnológicos, o evento reforça a importância econômica do arroz para o estado. Santa Catarina, que possui uma longa tradição na produção do grão, continua investindo na modernização de sua cadeia produtiva para atender às demandas do mercado interno e externo.
Em 2024, a abertura ocorreu em Massaranduba, no Centro Esportivo Municipal, com a presença do governador Jorginho Mello.

Estado é referência na produção e na adoção de técnicas sustentáveis

Santa Catarina é vice-campeã nacional na produção de arroz, com cerca de 1,2 milhão de toneladas na safra 2023/2024, esse grão é o quarto produto

em Valor da Produção Agropecuária (VPA), responde por R$ 2,1 bilhão (9,4%) do total no Brasil, segundo dado da Epagri/Cepa 2022/2023. A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária destaca todo o potencial dessa produção no Dia Internacional do Arroz, comemorado em 31 de outubro.

Cerca de 25% do valor produtivo da agropecuária do estado está na produção de grãos e o arroz se destaca no segundo lugar no âmbito nacional.

“A cadeia produtiva do arroz gera renda para mais de 50 mil famílias em Santa Catarina e traz também o diferencial no plantio e manejo, envolvendo pesquisa, tecnologia e inovação empregada pela Epagri”, afirma o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto.

Com uma área de 145 mil hectares de arroz, o modelo de plantio em Santa Catarina é uma das referências. Aproximadamente 85% dos agricultores catarinenses preparam a terra em áreas alagadas, sendo um diferencial e a marca registrada da cadeia produtiva do arroz no estado. A produção

de sementes de alta qualidade possibilita o atendimento da demanda de produtores catarinenses e a disseminação das cultivares para todos os estados da federação, que cultivam arroz irrigado, e para vários países da América Latina.

divulgação

Incentivos

O Programa Grãos SC da Epagri, conta com um sistema de melhoramento de sementes e é responsável pela criação de variedades de arroz, que

agregam vantagens aos grãos na adaptação às condições de cultivo, de solo e de clima. Santa Catarina conta com 16 sementeiras oficiais, que possuem tecnologia de ponta para a seleção do melhor grão. As sementes são consideradas as melhores do Brasil e países como Bolívia e Argentina estão plantando-as.

Estimativas baseadas no modelo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam que as práticas disseminadas pela

Epagri e adotadas pelos produtores rurais reduziram entre 20% e 30% a emissão de gás metano na produção de arroz em Santa Catarina nos últimos anos. Assim, essa cadeia produtiva catarinense já atinge a meta estabelecida mundialmente durante a COP 26, de reduzir em 30% as emissões de metano até 2030.

Produção de arroz tem um grande peso econômico para Santa Catarina

Santa Catarina é um importante polo da produção de arroz no Brasil. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do

Observatório Fiesc, o Estado é o segundo maior produtor nacional de arroz, segundo maior exportador nacional do grão, responsável por 13% da produção nacional e de 12% da área plantada. Informações do Observatório Agro Catarinense apontam que a produtividade do arroz no estado

aumentou mais de 23% nos últimos 10 anos, o equivalente a mais de 232 mil toneladas, sendo que a área plantada variou apenas 5%.

Segundo Cristiane M. Fiedler, engenheira agrônoma e consultora técnica da Corteva Agriscience, esse aumento na produtividade reflete um conjunto

de fatores que incluem clima, manejo adequado do controle de plantas daninhas, pragas e doenças, uso de cultivares de alto potencial produtivo, uso racional de fertilizantes e tecnificação da atividade por parte dos produtores.

A especialista considera que a produção de arroz em Santa Catarina tem uma grande importância econômica e social, envolvendo mais de cinco mil famílias rurais, que tem na atividade sua principal fonte de renda.

“A grande maioria das propriedades possui, em média, 25 hectares e é formada basicamente por pequenos e médios agricultores que utilizam mão de obra familiar. Esses agricultores vêm passando por um processo de tecnificação das práticas de manejo,

principalmente de pragas, doenças e adubação, o que se reflete nos índices de produtividade alcançados nas últimas safras”, afirma.

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