Cemitério de espaçonaves: para onde vão os satélites e foguetes desativados?

Ponto Nemo, a região mais isolada do planeta, se tornou o destino final de mais de 260 espaçonaves nos últimos 50 anos

25/02/2025

O Ponto Nemo, conhecido como o local mais remoto do planeta, é oficialmente chamado de Ponto Oceânico de Inacessibilidade. Seu nome popular é uma homenagem ao Capitão Nemo, personagem do clássico Vinte Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne, que buscava isolamento no oceano. Localizado no Pacífico, suas coordenadas exatas (48°52,6′S 123°23,6′W) foram calculadas em 1992 pelo engenheiro croata Hrvoje Lukatela, utilizando GPS e programas computacionais.

O ponto mais próximo de terra firme está a cerca de 2.688 quilômetros de distância, tornando-o um dos locais mais isolados do mundo.Além do isolamento geográfico, o Ponto Nemo é uma região praticamente desprovida de vida marinha.

Devido às correntes oceânicas que impedem a chegada de nutrientes, há poucos recursos para sustentar seres vivos, e o tráfego de navios na área é mínimo.

Quando satélites antigos, peças de foguetes e estações espaciais se tornam velhas ou têm algum problema, elas se tornam um perigo para todas as outras em órbita no espaço. Por conta disso, a Nasa e outras agências espaciais resolveram deixá-las num local remoto e seguro: um lugar quase totalmente remoto no Oceano Pacífico para ficar para sempre no fundo do mar.

Cemitério de Espaçonaves

Estima-se que mais de 260 espaçonaves foram deixadas no Ponto Nemo nos últimos 50 anos. Também se espera que a atual Estação Espacial Internacional seja deixada no Ponto Nemo quando for tirada de órbita em 2031.

Segundo a própria Nasa, “atualmente, há duas opções: para os que estão mais próximos da Terra, os engenheiros usam a última parte de combustível do satélite ou estação para desacelerá-lo, assim ele cairá de sua órbita e queimará na atmosfera. A segunda opção é enviar o satélite para cair na região mais inóspita do planeta, o Ponto Nemo – que tem até um apelido – o Cemitério de Espaçonaves”.

*Com informações de National Geographic Brasil

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